domingo, 27 de outubro de 2013

Sobre Percy Jackson


O texto a seguir contém SPOILERS sobre Percy Jackson, Game of Thrones e Harry Potter (ainda existem spoilers de HP?)




Não entendo por que os fãs de Percy Jackson chamam Rick Riordan (autor dos livros) de assassino.
Em nove livros ele matou quatro, cinco personagens?

Passo um sério nervoso quando vejo aquelas fotinhos do facebook mostrando Rick Riordan ao lado de J.K.Rolling e R.R.Martin. Cara... Não vamos nem falar do R.R.Martin, né?
Você começa a ler Guerra dos Tronos todo feliz e serelepe, achando que o Ned é o personagem principal e... PÁ! A CABEÇA DELE CAI NO CHÃO. E isso é só o começo, meus caros.

JK é outra. Você que cresceu com Harry Potter, aprendeu a amar todos certos personagens. Você está lá, amando Sirius, Dobby, Lupin, Tonks, Fred, Snape.. E a JK mata todos (chorei com a morte de todos).

Temos também o pior assassino de todos: Markus Zusak.
O senhor Zusak conseguiu, em um único livro, arrancar todas as lágrimas que meus olhos conseguiam derrubar. A Menina que Roubava Livros é o romance mais acabou com meu psicológico.
(viram que ano que vem vai sair o filme de A Menina que Roubava Livros? Nossa, vou chorar no cinema até me desidratar).

Então, volto a perguntar... Por que chamar Rick Riordan de assassino de personagens?!
Eu me tornei uma verdadeira viciada em Percy Jackson nos últimos três meses. Li todos os livros de PJ e os Olimpianos e Os Heróis do Olimpo (incluindo o último: A Casa de Hades).
Gosto muito dos livros, mas nem tudo é perfeito.




Vou fazer uma coisa perigosa aqui: comparar Harry Potter com Percy Jackson.

Harry Potter é uma série que cresceu com os personagens – e, consequentemente, cresceu com os leitores. Quando lemos HP e a Pedra Filosofal, a escrita é bem bobinha – para crianças de uns 10 anos.
Quando chegamos às Relíquias da Morte (e aquele monte de gente morrendo), é bem claro que pessoal de 18, 19 anos fica a vontade em ler. É claro que não temos piadinhas adultas e nem profundas críticas à Humanidade... Mas o texto ficou sério e tenso.
Percy Jackson perde pontos comigo justamente por isso. O personagem tem 12 anos, a história é escrita para crianças (desculpem, pra mim 12 anos é criança ainda) desta idade.
Ok, tudo bonitinho... (Sim, eu gosto de livros infanto-juvenis).

Então chegamos à Casa de Hades (lançado esse mês). Nele, o personagem principal –Percy- já tem uns 17 anos (creio eu)... E a escrita é paaara... 12 anos!
Agh, como me irrito com isso. A escrita e a história continuam tão infantis que chegam a me irritar. Lembrando que eu gosto de livros infanto-juvenis.

SPOILERS SÉRIOS AGORA



A pior parte do livro é que dois meros semideuses (óh, um filho de Poseidon e óh, a filha mais inteligente de Atena) conseguem escapar de um ataque direto do próprio Tártaro!

Na boa, nem Zeus deveria sobreviver ao ataque do Tártaro! Nem Zeus, nem qualquer outro deus, nem qualquer titã e nem qualquer gigante. O tártaro é o Tártaro!


A mesma coisa acontece com Gaia. Cara... Gaia é Gaia! Até parece que meia dúzia de semideuses ia conseguir conter a Terra. Mas né, Gaia não atacou o grupo diretamente. Ela não se materializou e tentou atacar o pessoal.

Vou te contar... O Tio Rick dá umas viajadas.

Admito que não gosto muito da série Heróis do Olimpo. Ao meu ver, o Rick Riordan fez o Percy Jackson e os Olimpianos pelo prazer de escrever, na humildade. 

Tenho a impressão de que Heróis do Olimpo é puramente comercial. “Já que deu dinheiro, vou continuar.”
Não estou dizendo que ele deveria ter parado no Último Olimpiano, e sim que ele tivesse continuado no mesmo ritmo (mas crescendo com os personagens).
Ainda assim, saio na rua com minha camiseta do Acampamento Meio Sangue e me sinto toda feliz e pimpona.

Hoje fizemos progresso.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Ressaca moral

Acredito que todo mundo já fez algo por meses e em um belo dia, antes de levantar da cama, colocou a mão na testa e pensou: Ôh idiota... 


É um tipo de epifania do mal. Certo dia você acorda e percebe que estava agindo como um imbecil e fazendo coisas que iam completamente contra seus princípios.  Desde quando você dizia tal coisa? Desde quando você saía para tal lugar? Desde quando você saía com tais pessoas?! 

É neste dia que você levanta, abre a janela e olha a rua... Fica lá, encarando os carros e se questionando onde é que você estava com a cabeça para ter feito tamanhas besteiras.
Alguns meses (anos, talvez) agimos como bêbados em uma festa. Alguns são  alegres, que puxam todo mundo pra dançar, pagam a bebida para os outros e cantam no karaokê. Outros são aqueles bêbados depressivos que sentam num canto e começam a choramingar sobre o ex, sobre a política, a economia e a vó que morreu quando ele tinha 8 anos.

Seguindo a metáfora, você acorda no dia seguinte acorda com dor de cabeça.
É claro, tem todo o calor do momento, mas... Ow, vamos com calma, né moçada? Tudo tem que ter controle, tudo tem que ter o mínimo de sentido!
Você se olha no espelho e tem vontade de se dar uns tapas pra aprender a ficar esperto. Respira fundo...
Droga, você mandou mensagens na noite anterior... Tirou fotos enquanto estava bêbado e não sabe nem pra quantas pessoas mandou. Corre até o celular e percebe que muito mais gente está sabendo dos ocorridos.
Resta apenas aprender com o erro e nunca mais errar no mesmo ponto.


Como curar uma ressaca de ações? Esqueça-as e faça seus amigos fazerem o mesmo. É como se você tivesse assassinado alguém e os amigos tivessem ajudado a esconder o corpo. Taí um assunto que não deve mais ser comentado nunca mais.

No caso, os comentários serão abolidos antes que comece o bullying contra minha pessoa.

Moralmente abalada.
#Chateada

Hoje fizemos progresso

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Meu "eu" campestre

Às vezes acho que tenho tendências a ter dupla personalidade.
É claro que todo mundo tem opções de "e se.." dentro de suas cabeças, mas eu tenho opções muito abruptas. '-'

Metade de mim é uma pessoa meio nerd, que ama ficar na internet, jogada no sofá... Essa é a minha metade que planeja morar no exterior e quer mudar o mundo. Essa metade quer aprender a falar alemão, conhecer o Himalaia e o Egito e aprender a tocar violino. Essa metade quer ter uma biblioteca em casa e publicar seus próprios livros.

A outra metade é uma menina do campo, que gosta de andar com trança no cabelo e conversa com cachorros, cavalos e plantas.Essa metade gosta de andar descalça, deitar na grama e ficar olhando o céu na procura de estrelas cadentes. Essa metade queria morar no interior, comer verdura da horta e pão do forno à lenha.

O problema é que não posso viver as duas coisas.
Racionalmente falando, a primeira opção é a mais certa a se seguir... É neste caminho que comecei a caminhar.

Sabem.. Quando eu era uma criança, diziam que precisava fazer um desejo ao cortar o bolo de aniversário. Durante quatro anos seguidos eu desejei ter um cavalo.

..esse também foi o pedido feito à primeira estrela cadente que eu vi na vida.

Mas a vida não é feita de coisas que queremos. É feita de coisas que precisamos.

Hoje fizemos progresso.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

[conto] O Rio - Parte 3






Então meu telefone tocou.
─ Oi, é o Bruno... A Mariana está com você?
─ Não...
─ To tentando ligar pra ela faz tempo, mas não sei onde ela está... Bom, se conseguir falar com ela, me liga ok?
E desligou. Procurei o número dela na agenda do celular e liguei, mas ela não atendeu. Liguei para o restaurante dela, mas ninguém sabia dela. Durante a ligação, meu celular vibrou como sinal de mensagem.
Ok, poderia ser a operadora do celular, meus pais, meus amigos, respostas para a entrevista de emprego (num domingo, é)... Mas não, a vida não é tão fácil assim.

[conto] O Rio - Parte 2








Ele se levantou num pulo e olhou ao redor.
─ A pessoa não vai ficar aqui pra nos olhar, imbecil. ─disse Mariana─ Senta aí e fica quieto.
Ficamos um momento em silêncio.
─ Como podem nos chantagear? ─perguntei─ Vocês têm filhos? Dinheiro? Reputação?
Eu não tinha nada disso.
─ Bruno é vereador. ─disse Mariana─ Lúcio é...? O que você é mesmo?
─ Publicitário! Eu fiz a propaganda da pick-up azul, sabe?
─ e eu, ─disse Mariana─ abri um negócio lá na cidade. Um restaurante.
─ Ótimo. ─falei─ A pessoa quer dinheiro então. Preparem seus bolsos, meus amigos.
Dei mais um gole em minha bebida.
─ Tem mais uma coisa. ─disse Mariana.

[conto] O Rio - Parte 1




Quando eu era mais novo, as coisas eram diferentes. Eu morava numa cidadezinha do interior, mas não muito longe da capital. Na minha época, poucos de nós tinham bicicletas. Metade ia de carona com os amigos e metade ia correndo.
Meu grupo de colegas era grande, mas os amigos eram poucos. Havia duas meninas e três meninos. Certa noite, decidimos fugir de casa para bebermos cervejas. É, éramos adolescentes péssimos. Uma das meninas não quis ir, achou muito arriscado... Essa era uma garota inteligente, então se você for tomar alguma lição de vida nesse texto, inspire-se nessa menina. Ela não é importante na história.


quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Velha cansada

Estamos em outubro, meus caros.
Faltam dois meses para acabar o ano. Pode isso?

Minha noção de passagem de tempo é muito lesada. Parece que faz TANTO tempo que eu estava pensando em qual faculdade fazer, aquela puta preocupação com vestibular... E faz o que? Um ano? Um ano e pouquinho?

Sinto falta da escola.
Não da escola em si, mas da situação em que eu me encontrava. Eu morava numa casa enorme (diva, linda, maravilhosa), estudava do lado de casa, dormia a tarde toda e ia dormir às 8 da noite (se eu assim quisesse).

E é claro, eu sinto falta da irresponsabilidade.

Não estou dizendo que já sou mega responsável, mas em comparação ao ano passado, minhas responsabilidades cresceram uns 500%.
Agora tem todo esse drama de "acordar cedo pra não perder o ônibus", se preocupar com o trânsito na Radial, com os acidentes na CPTM (que terminam de ferrar os ônibus)... Se vai chover, se vai fazer calor... Se meu bilhete único tem créditos...

Cara, no ano passado nem bilhete único eu tinha.

Eu sinceramente não consigo me lembrar de quais responsabilidades eu tinha há um ano. Sinceramente... Eu não estudava verdadeiramente. Ia para a escola e já era. Eu fazia inglês... Talvez essa fosse a única responsabilidade. No meio da semana, no meio da tarde... Era chato, mas legal.

Eu admito que pensava que a faculdade seria mais séria. Pensei que teria um monte de gente intelectual... Mas não. Isso me frustrou, mas não reclamo verdadeiramente. Acostumar-se com a vida boa é fácil.
Não estou esculhambando também. Tenho provas, trabalhos trabalhosos (perdoe o pleonasmo) e o maldito transporte público.
Mas... Em comparação ao que eu imaginava, a coisa é bem mais fácil.

Tenho mania de pensar no pior. Coisas ruins acontecem e eu penso: ok, era previsto.
Poucas coisas me surpreendem... E essas poucas coisas me destroem.

Neste ano tive algumas crises existenciais... Acho que mais do que nunca. Pessoal e profissionalmente falando, eu levei vários nocautes da sociedade.
Questionei se estudar Jornalismo é minha real vocação. Não acredito que escrevo bem. Acredito que escrevo o básico e apenas isso. Brasileiros PRECISAM saber escrever sua própria língua, e já era.

Cheguei a conclusão de que sou fraca.
Aos 17 anos, no primeiro ano da faculdade, nos primeiros seis meses de trabalho... Já estou assim. Cadê a alegria de viver, cara? Cadê o espírito jovem e desbravador?
Me sinto velha.
Não rio mais com vídeos no youtube. Não aprecio tanto quanto antes assistir filmes e seriados. Não acho graça nas brincadeiras dos outros. Eu observo, reclamo e critico. Uma velha chata.
Talvez nem seja isso. Ser uma velha chata talvez faça parte dos golpes que a responsabilidade vai nos dando. Talvez os outros jovens felizes e serelepes não peguem ônibus e metrô, não trabalhem, não pensem.

Mas uma coisa não mudei: continuo achando que ignorância é felicidade e que, enquanto mais você pensa, mais depressivo você fica.

Hoje fizemos progresso