Primeira semana de férias, finalmente. Comer, dormir, ler e
colocar os seriados em dia. Mas precisamos de progresso. Entre um capítulo e
outro, entre um episódio e outro, envio um curriculum ou outro.
Não gosto da linha azul do metrô. Não sei bem a razão. Tem gente
estranha naquela linha. Por conta dos hospitais, metade das pessoas dentro do
vagão está doente. Não gosto, acabou. Mas, mesmo assim, ali estava eu às 9 da
manhã respirando pelo nariz para tentar filtrar o ar e quase desmaiando com o
péssimo cheiro de um ou outro infeliz.
Essa é uma das coisas que me deixam louca. Aprecio sentir
cheiros e não consigo ignorá-los. Quando gosto de algum perfume, tenho vontade
de enterrar meu nariz no pescoço da pessoa. Quando não gosto... Bem... Tenho
vontade de descobrir se o perfume dela era inflamável.
Quando estou no transporte coletivo, caio em uma dúvida
cruel. Respirar pelo nariz e morrer sufocada pelo fedor do povo ou respirar
pela boca e morrer com as doenças do povo?
Geralmente fico de pé, ao lado da porta. Quando a porta se
abre, puxo o máximo de ar possível... Tento não respirar até o próximo ponto
(ou estação). Na maioria das vezes não consigo. Maldita velocidade reduzida.
A estação São Bento é ligeiramente confusa. Me perdi algumas
vezes lá. Hoje em dia não me perco mais, mas confirmo cinco vezes as placas. Camisa
social branca (que eu gosto) e aquelas malditas sapatilhas (que eu odeio).
Não entendo moda. Olho, se gostar, compro. Mas, é claro, as
pessoas não pensam como eu. Vivo recebendo presentes que tenho vontade de
colocar fogo. Sapatilhas são um exemplo.
E, para completar o arranjo, meu fone de ouvido azul. Eu não
escolhi compra-lo. Comprei pela internet, escolhi um fone preto... O que chegou
em casa é azul. Mas, acredito que o destino do fone era esse. Ou talvez meu
destino fosse ter um fone azul. Há.
Na ida eu tentava não amassar a camisa, tentava não bagunçar
o cabelo... Na volta eu soltei a juba, tirei a camisa de dentro da calça e
aumentei o volume das músicas. Gosto de andar assim por aí (exceto as sapatilhas.
Elas ainda me incomodavam).
E então ali estava eu. Camisa amarrotada, pés doendo (para
agradar os outros), cabelo bagunçado e o álbum completo do matanza estourando
meus tímpanos. Esta é uma boa definição de mim mesma.
Hoje fizemos progresso.
É quase como droga para o cérebro.. aueahu' me gusta de ler seus textos.. faz um tempo q n venho aq :/
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