sábado, 10 de agosto de 2013

Problemas com a escrita


Lembro que uns anos atrás eu ficava triste por uma única razão: não conseguir escrever.
É claro que eu não conseguia escrever por alguma razão, blá blá blá... Mas quando voltava a escrever, as coisas voltavam a ter certo brilho e o dia voltava a ser colorido.
Mas, de algum tempo pra cá, eu não gosto do que escrevo. Leio e concluo que uma criança de 12 anos poderia ter feito um texto tão bom quanto o meu (ou talvez até melhor).
Releio, apago, me descabelo, sento num canto e abraço os joelhos. Sinto muito por mim mesma por não conseguir mais escrever. Há três anos eu fazia textos melhores que os de hoje.
Se levarmos em consideração o fato que hoje sou mais velha, possivelmente mais experiente e estudando jornalismo... É uma boa razão para realmente reavaliar meus próprios conceitos.
Sim, enfrento um sério problema de escrita. Questiono se realmente nasci para ser jornalista. Talvez eu tenha nascido para ser...? O quê?
Não sei fazer nada além de escrever e ser chata... Ou melhor... Não sei fazer nada além de ser chata (apenas). Eu deveria ter prestado alguns vestibulares para medicina... Pelo menos eu tinha a certeza de que seria, de fato, útil às pessoas.
Meu conceito de que os jornalistas podem mudar o mundo está se desfazendo. O mundo não é essa coisa bonitinha... Ninguém quer pisar no formigueiro e ninguém vai me pagar pra fazer isso.
Meus sonhos de ser uma Caco Barcellos da vida vão escorregando pelos meus dedos todas as vezes em que tento escrever alguma coisa.
Nada pior que ter dó de si mesmo.
A que ponto cheguei, meus caros? Tantos anos escrevendo no blog, tantas crises de criatividade... E quando a Escrita realmente seria de algum valor, não consigo executá-la.
Às vezes penso que eu era iludida ao acreditar que escrevia bem... Mas penso na quantidade de leitores que eu tinha na época. Eu escrevia várias coisas erradas, é verdade; mas eu tinha certa magia nas palavras.
Não resmungo mais sobre isso na orelha de amigos e familiares. Eles não têm nada a ver com isso. Não foram eles que arrancaram a “magia” de digitar textos.
Escrevo, é verdade. Continuo escrevendo contos e raros posts no blog porque necessito fazer isso (mesmo que mal e porcamente).
Escrevendo bem ou não, minha mente cria coisas. Se eu soubesse desenhar, desenharia. Se soubesse pintar, pintaria... Mas a única coisa que “sei” fazer é escrever.
Escrevo, salvo e deixo lá numa pasta chamada “TEXTOS”. Lá dentro tenho textos de 2009 até os dias atuais. Não sou a pessoa mais organizada nesse quesito, então de vez em quando encontro um ou outro texto que não me recordo de ter escrito.
Às vezes abro a pasta, fico olhando pra todos aqueles textos... Tanto tempo gasto... Tantos “tec’s” meu teclado soltou, quantas madrugadas gastas inutilmente?
Fico pensando na razão de ter ficado assim, tão... sem graça. Não sei. Não entendo... Mas é um fantasma que segura meu pé enquanto tento levantar da cama todo dia, um fantasma que segura minha mão antes de clicar em “salvar” e um fantasma que vai me corroendo, me enchendo de dúvidas e me matando aos poucos.


Hoje fizemos progresso.

Um comentário:

  1. As vezes está sem graça hoje, mas em outro momento pode fazer sentido. Então... não apague mais nada.

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