Lembro que uns anos atrás eu ficava triste por uma única
razão: não conseguir escrever.
É claro que eu não conseguia escrever por alguma razão, blá
blá blá... Mas quando voltava a escrever, as coisas voltavam a ter certo brilho
e o dia voltava a ser colorido.
Mas, de algum tempo pra cá, eu não gosto do que escrevo. Leio
e concluo que uma criança de 12 anos poderia ter feito um texto tão bom quanto
o meu (ou talvez até melhor).
Releio, apago, me descabelo, sento num canto e abraço os
joelhos. Sinto muito por mim mesma por não conseguir mais escrever. Há três
anos eu fazia textos melhores que os de hoje.
Se levarmos em consideração o fato que hoje sou mais velha,
possivelmente mais experiente e estudando jornalismo... É uma boa razão para
realmente reavaliar meus próprios conceitos.
Sim, enfrento um sério problema de escrita. Questiono se
realmente nasci para ser jornalista. Talvez eu tenha nascido para ser...? O
quê?
Não sei fazer nada além de escrever e ser chata... Ou
melhor... Não sei fazer nada além de ser chata (apenas). Eu deveria ter
prestado alguns vestibulares para medicina... Pelo menos eu tinha a certeza de
que seria, de fato, útil às pessoas.
Meu conceito de que os jornalistas podem mudar o mundo está
se desfazendo. O mundo não é essa coisa bonitinha... Ninguém quer pisar no
formigueiro e ninguém vai me pagar pra fazer isso.
Meus sonhos de ser uma Caco Barcellos da vida vão
escorregando pelos meus dedos todas as vezes em que tento escrever alguma coisa.
Nada pior que ter dó de si mesmo.
A que ponto cheguei, meus caros? Tantos anos escrevendo no
blog, tantas crises de criatividade... E quando a Escrita realmente seria de algum valor, não consigo executá-la.
Às vezes penso que eu era iludida ao acreditar que escrevia
bem... Mas penso na quantidade de leitores que eu tinha na época. Eu escrevia
várias coisas erradas, é verdade; mas eu tinha certa magia nas palavras.
Não resmungo mais sobre isso na orelha de amigos e
familiares. Eles não têm nada a ver com isso. Não foram eles que arrancaram a “magia”
de digitar textos.
Escrevo, é verdade. Continuo escrevendo contos e raros posts
no blog porque necessito fazer isso (mesmo que mal e porcamente).
Escrevendo bem ou não, minha mente cria coisas. Se eu
soubesse desenhar, desenharia. Se soubesse pintar, pintaria... Mas a única
coisa que “sei” fazer é escrever.
Escrevo, salvo e deixo lá numa pasta chamada “TEXTOS”. Lá
dentro tenho textos de 2009 até os dias atuais. Não sou a pessoa mais
organizada nesse quesito, então de vez em quando encontro um ou outro texto que
não me recordo de ter escrito.
Às vezes abro a pasta, fico olhando pra todos aqueles
textos... Tanto tempo gasto... Tantos “tec’s” meu teclado soltou, quantas
madrugadas gastas inutilmente?
Fico pensando na razão de ter ficado assim, tão... sem
graça. Não sei. Não entendo... Mas é um fantasma que segura meu pé enquanto
tento levantar da cama todo dia, um fantasma que segura minha mão antes de
clicar em “salvar” e um fantasma que vai me corroendo, me enchendo de dúvidas e
me matando aos poucos.
Hoje fizemos progresso.
As vezes está sem graça hoje, mas em outro momento pode fazer sentido. Então... não apague mais nada.
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