domingo, 29 de setembro de 2013

Pois bem


Eu deveria escrever um poema com rimas. 
As primeiras seriam relacionadas a “sono eterno”, “calor do inferno”. Aquele esquema de AABB ou ABAB. Gosto dos poemas clássicos, com métricas trabalhosas e rimas perfeitas.
Mas não sei cultivar poemas.
Digo cultivar porque, ao meu ver, não é algo que vem assim, do nada. Cultivar porque se planta a ideia, aparecem as primeiras folhas... A raiz vai ficando mais profunda aos poucos, vai amarrando a terra e ficando segura; enquanto as folhas vão ficando mais altas, querendo tocar o céu.
Plantas servem para muitas metáforas. Essa coisa de buscar o céu com os pés bem presos ao chão é bem interessante. Elas são extremistas. Bem mais do que eu ou você poderemos ser um dia.
É ligeiramente frustrante saber que uma árvore pode ser mais bem sucedida que nós em qualquer aspecto. Sim, isso é um tanto quanto egocêntrico... Mas, cara... É uma árvore.
Esse é um daqueles posts que não têm o menor objetivo. Acho que é o que anda faltando no blog.
Antes eu escrevia por escrever. Falava de minhas teorias, minhas aventuras, minhas revoltas... E aí, por alguma razão, eu comecei a querer dar sentido pra as postagens.
Não só para as postagens. Comecei a querer dar sentido pra tudo. Na época julguei que seria uma qualidade.
Começo a me perguntar se isso é um defeito. Minha mãe sempre disse que nada que é em excesso é bom. Meu objetivo nunca foi chegar ao extremo, e sim ao equilíbrio.
O equilíbrio é uma coisa complicada. Às vezes penso que cheguei a ele, me sinto bem... No momento seguinte percebo que era uma ilusão criada pela minha mente.
Nossa mente é nosso lado bom e ruim. Somos nossos próprios inimigos, o que nos faz tão capaz de nos vencer quanto tão perdedores. Como ganhar de mim mesma?
Tento ser alguém equilibrada, mas não dá. Tem hora que eu jogo a p*rra toda pro ar, junto minhas coisas e saio batendo a porta.
Depois eu vou afogar as mágoas em chocolate e música sertaneja. Isso não está certo, gente.
Minha cabeça tem um dom de aparecer com umas músicas completamente esquecidas nesses momentos. Hoje minha mente baixou a coletânea de Dallas (eu tinha um CD disso quando estava na 2ª série).

De poemas para árvores, de árvores para músicas podres. Tipicamente o funcionamento da minha mente antes de dormir.
Hoje fizemos progresso.

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