sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Ah, o inverno


Hoje de manhã me peguei procurando o calor do seu corpo em minha cama. Lembrei-me que não, você não estava lá... Não havia esquentado meus lençóis na noite anterior, então como haveria de estar lá pela manhã?!
Com a mão esquerda procurei o celular, em baixo do travesseiro... Mas também não estava lá. Eu o guardara na gaveta, na noite anterior, sabendo que os pensamentos da madrugada me fariam cair na tentação de falar com você.





Fiquei parada, olhando pro teto e me questionando se o que fiz era certo. Eu... Eu gosto de você, nunca duvide disso. Mas... Não consigo idealizar nossa vida juntos, seu sobrenome complementando o meu. Abracei o cobertor e notei que seria a única coisa que eu abraçaria por um longo tempo. Lembrei-me que eu sou o monstro das histórias, eu não tenho final feliz.
Queria, sim, roçar meu pé no seu todas as manhãs... Mas não acho que isso duraria para sempre. Eu soube, sempre soube, que enquanto mais eu esperasse, mais seria doloroso pra você. Sou a vilã, mas eu não queria te machucar... Sei que já machuquei, mas não queria piorar ainda mais a situação.
Pode parecer que não, mas me preocupo. Você poderia me odiar e assim eu me sentiria melhor... Não quero pensar nos seus olhos pidões, sorriso murcho e braços abertos, esperando que eu corra em sua direção... Porque eu correria.
Leio seus textos várias vezes seguidas... Uma leitura extremamente masoquista. Eu... Não tenho o que dizer. O coração diz pra fazer uma coisa, a mente diz outra... Mas preciso fazer o que é necessário, não o que é fácil.
Suas palavras... Elas se misturam com lembranças e me fazem fraquejar. Eu não costumo fraquejar em minhas decisões, ainda assim... Você muda as coisas.
Preferia que você sentisse menos peso em suas costas. Abra as asas, moço! Agora você não tem que me carregar... Está livre! Na verdade, você sempre foi livre (ao menos eu te via assim).
Eu não sei se o que fiz é o melhor para nós... Mas sei que será o melhor para você. Achará uma mulher suficientemente doce para você, terá filhos e um dia olhará pra trás e verá que minha decisão foi a melhor para nós dois. Você vai ficar bem.
Eu... vou sobreviver.



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