sexta-feira, 20 de abril de 2012

VII - Final


Ok, esse é um post grande.
Agradeço a todos que tiveram paciência de ler e escrever suas opiniões nos comentários.
Sério mesmo...
Mas esse é o post final do meu conto sem nome.
(se tiverem ideias de nome para o conto... comentem).

É isso.
Obrigada por lerem.

Hoje fizemos progresso.




Desde a captura de dois dos cinco integrantes do grupo, não havíamos feito progresso algum. Os crimes na cidade haviam sido um surto de crescimento e Gregório não conseguia sair da delegacia.
Mariana transformou a parede de nossa sala numa extensão de sua mente. A parede era repleta de manchetes de jornais recortadas, presas com alfinetes e cada alfinete era ligado por uma linha de costura.
Ela adotou hábitos muito singulares durante aquela época. Quando eu chegava, ela já tinha saído; quando eu saía ela chegava. Sra. Marta me mantinha a par de tudo...
Mariana não pegava mais nenhum caso além daquele com o qual estava trabalhando mas pedia que todos os clientes entrassem e apresentassem o caso. Ela os ouvia com visível atenção, mas no final os mandava ir embora.
Ela não conversava muito comigo. O principal motivo era que praticamente não nos víamos. Certa tarde a encontrei em casa quando cheguei.
─ O senhor Jim esteve aqui hoje pela manhã. ─disse ela.
─ Como assim??! O Jim disso?! ─eu disse apontando para a parede.
─ Exatamente. Ele entrou e ficou na porta me encarando. Eu pedi para que ele entrasse e ofereci café, ele recusou. Ofereci o sofá e ele se sentou. Começou a dizer que eu estava atrapalhando o trabalho dele... E pediu gentilmente para que eu parasse.
─ Pediu gentilmente? Foi ironia, né?
─ Não. Ele realmente foi gentil. Sério... Daí disse que admirava meu trabalho e que se eu parasse agora, não haveria nenhuma consequência. Cada um seguiria seu caminho... Se eu continuasse nossos caminhos iriam se cruzar e ele não hesitaria em dar uma única ordem contra mim. Uma única ordem que pode facilmente acabar com tudo.
─ E...?
─ Isso é ótimo! Se ele deu ao trabalho de vir até aqui pra me dar um aviso pessoalmente, a água está chegando ao pescoço! As pessoas agem errado quando estão sob pressão, e ele está ficando sob pressão.
─ E você também... Mas deixa eu entender uma coisa... Se ele entrou aqui, ficou no nosso sofá e conversou na boa com você... Por que não o prendeu e chamou a polícia? Ou então bateu nele... Deu um tiro, esfaqueou...
─ Não se recebe visitas assim.
─ É sério.
─ E a graça, minha amiga? Estamos tratando de um jogo de gato e rato onde não sabemos quem é o gato e quem é o rato.
─ Ok, e o que pretende fazer?
─ Dar mais um passo. Ontem de noite eu fui num ponto de encontro de gente como eles e ouvi uma informação importantíssima. Descobri onde um deles vai estar hoje, já mandei o Gregório preparar o terreno. Já temos cobertura até nos bueiros. Hoje a noite vai ser agitada.
Era oito da noite quando nossa tocaia parou de ser tão monótona. Saímos do carro e seguimos pela rua em silêncio. Havia um bar numa esquina e alguns velhos bêbados vendo o jogo pela televisão.
Nós passamos como sombras na noite e então subitamente paramos. Ela tirou o celular do bolso e olhou o horário.
─ Mais alguns minutos.
Nós ficamos paradas na calçada, encobertas pela escuridão que uma árvore proporcionava. O lugar perfeito para assaltantes esperarem suas vítimas. A rua não era muito calma. Motos passavam com seus motores soltando estalos.
Finalmente a polícia surgiu, de todos os lados e entraram na casa. Nós nos aproximamos lentamente logo após que a polícia já havia entrado na casa. Nós já éramos praticamente daquela equipe, então passamos por todos eles sem dificuldades.
Lá dentro a casa dispunha de luxos que com certeza nenhuma outra daquele bairro dispunha. Cada centímetro era fotografado enquanto a polícia terminava de prender o meliante.
Ele encarou Mariana e riu.
─ Você tá ferrada...
Os policiais o levaram para fora sem o menos trabalho. O homem apenas caminhou com as mãos para trás como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Na garagem da casa havia um laboratório de refinamento de drogas, e aquilo já servia como acusação. Mas então Mariana encontrou o que tinha ido procurar: Um caderno.
Ela abriu-o e começou a fotografar as páginas. Às nossas costas surgiu Gregório.
─ Não pode fazer isso.
─ Ninguém precisa saber que eu fiz.
─ Mas eu sei que você fez.
─ Mas fui eu quem descobriu onde ele estaria hoje. Sem isso vocês estariam segurar ar com as mãos.
─ Mas você não fez nenhum favor a mim... Fez isso porque precisava do que está no livro.
─ Exatamente. E aqui estou eu recebendo minha própria recompensa.
Gregório bufou e nos deu as costas. Enquanto Mariana fotografava as páginas do caderno eu lia seu conteúdo. Lá havia nomes, contas, acordos... Parecia ser uma coisa impossível de ser achada. Era uma prova descente.
Terminadas as fotos entregamos o caderno nas mãos de Gregório e fomos pra casa. Eu dormi, claro, na manhã seguinte precisava trabalhar; quando acordei nossa parede tinha uma foto ao lado de cada uma das manchetes.
Mariana estava dormindo no sofá, segurando mais um bloco de fotos. Provavelmente ficara a noite toda associando as manchetes com os registros, então fui embora sem acordá-la.
Quando voltei não a encontrei em casa. Até aí... normal.
Tomei um banho quente, esquentei um pedaço de pizza velho e fiquei vendo televisão. Então recebi uma mensagem no celular: “Vou precisar da sua ajuda. Traga minha mochila.”
Nunca recebia mensagens enquanto ela estava longe, então; por que dessa vez sim? Aquilo me intrigou. Talvez fosse culpa daquela conspiração colada na parede.
“Onde você está?” respondi.
“Em todos os lugares. Escolha um, eu estarei lá.”
Típico. Eu peguei a mochila dela e saí de casa. Comecei a andar em direção ao ponto de ônibus e fiquei lá esperando. Ao meu lado um morador de rua e um casal. Quando o ônibus chegou o morador de rua entrou antes de mim e conversou alguns instantes com o motorista.
Assim que eu arrumei um lugar, me sentei e fiquei encarando a janela. a noite estava fria e sem graça. Então alguém sentou-se ao meu lado. Virei-me alguns centímetros e descobri que se tratava do morador de rua. o que eu iria fazer? Jogar álcool e botar fogo?!
Alguns instantes depois o ser humano espirrou ao meu lado e ajeitou o casaco cinza de lona. Espirrou novamente e dirigiu a palavra a mim:
─ Tem um lenço na mochila.
─ Como...? ─me virei e reconheci Mariana escondida atrás daquela gola alta e surrada e aqueles cabelos extremamente bagunçados que com certeza não eram dela.
─ O papel, for favor. ─disse ela.
Abri a mochila e vi uma bagunça imensa á dentro. Ela colocou a mão no buraco negro de bagunças e tirou um lenço de papel e uma caneta. Escreveu algo rapidamente, deu alguns segundos para que eu lesse e então amassou o papel e colocou-o no bolso.
“Vou descer nesse ponto, você desce no próximo e me espera”
O ônibus parou e ela desceu. Esperei o próximo ponto e então desci. Fiquei com a mochila dela nas mãos parada alguns minutos e então a vi se aproximando com seu disfarce bizarro.
─ Trouxe dinheiro?
─ Não muito... Por quê?
─ Estou com fome e estamos perto de um lugar seguro.
O lugar seguro surgiu na quadra seguinte. Era uma barraquinha de cachorro quente. Pedimos um cada uma e nos sentamos na calçada de uma casa. Ela tirou a peruca e soltou o cabelo que estava preso num coque.
─ Por que hoje de manhã tentaram me matar. Mas fica calma... estou bem. Só estou com fome.
─ Mas... Como foi isso?
─ Eu estava voltando pra casa e tentaram me atropelar. Aí eu pensei em começar a xingar o cara e chamar a polícia pra ele e então vi o cara abrindo a porta e saindo com uma arma... Daí eu fugi, encontrei um amigo de rua e ele me emprestou essas coisas.
─ E agora? Já falou com o Gregório?
─ Já. Eu disse que ele tem que se concentrar em pegar os outros... Se a coisa está ficando difícil é porque estamos conseguindo atrapalhar os planos do nosso caro amigo Jim.
─ E como vamos fazer agora?
─ Eles estão atrás de mim, não de você... Vou ficar um tempo longe até o Gregório conseguir pegar os outros... Quando isso acontecer a gente vai atrás do Jim e dá o xeque-mate.
─ Não acha que está indo muito longe dessa vez? Esse cara é perigoso... Nem a polícia sabia dele até ontem! Não acha que deveria deixar isso pra outra pessoa?
Naquele momento senti que tinha falado a maior besteira do mundo. Ela me encarou com a expressão mais séria que era possível e então disse:
─ Minha vida toda procurei algo realmente útil pra fazer. Quando eu finalmente encontro você me diz que eu deveria deixar para outra pessoa?
─ Não é isso o que quero dizer... é que...
─ Prefiro ter uma vida curta que tenha valido a pena. E esse caso vai valer a pena. Por mais que ninguém nem saiba da existência desse esquema todo, eu sei... Você sabe... E nós duas sabemos que sem um chefe as coisas destroem a si mesmas. Se tirarmos o líder, vai ser ladrão matando ladrão. Nenhum preço é alto demais pra isso.
Ficamos alguns momentos em silêncio.
─ E como você vai sobreviver aqui fora, sozinha, sem casa...?
─ Tanta gente consegue, por que eu não?
─ Porque você está sendo caçada.
Ela riu.
─ Não tente me procurar, ok? –disse ela levantando-se e prendendo o cabelo.
─ Não pode fazer isso.
─ Mãe, relaxa. ─Disse colocando a peruca─ Estou indo com o pessoal e volto antes de amanhecer... Não vou aceitar doce de estranhos e só vou beber no meu próprio copo... Não vou aceitar carona de estranhos...
Ela riu e deu alguns passos na direção da rua.
─ Se alguma coisa der errado... Escreva aos jornais sobre isso. Talvez algum doido dê continuidade ao meu legado.
Ela deu as costas, colocou as mãos nos bolsos e sumiu dentre a escuridão do fim da rua.


Depois daquela noite eu só tive notícias dela quinze dias depois. Eu pedira uma pizza e na tampa havia a caligrafia de Mariana: “Da próxima vez peça bordas de catupiry”. Abri a caixa e havia dois pedaços faltando.
Sra. Marta dizia que não havia reconhecido a pessoa que havia entregado a pizza. Na noite seguinte fiz o mesmo pedido, no mesmo lugar, no mesmo horário e fui pessoalmente receber a pizza.
Com certeza não era Mariana.


Na mesma semana Gregório dissera que havia pegado o penúltimo integrante do “grupo dos cinco”.
Então se passaram três semanas sem notícias nem de um e nem de outro. Eu assistia tudo o que a mídia falava em busca de algum sinal de alguém... De minha amiga, do chefe do crime, da ação de Gregório... Nada.
Quase um mês depois eu tive uma surpresa quando cheguei em casa. Abri a porta e lá estava Mariana, sentada em sua poltrona e com os cabelos molhados penteados para trás.
Eu não sabia se a abraçava ou se brigava, então fiz as duas coisas juntas. Soltei-a e ela apenas riu enquanto eu continuava com o “momento mãe”
─ Você ficou louca? Não pode sumir e não dar notícias! Achei que você tinha morrido! Daí que aparece do nada na casa!
─ O Gregório pegou o último cara. ─disse ela ignorando minhas broncas.
Eu me sentei no sofá e respirei fundo. O momento de alegria agora era compartilhado com a preocupação de antes.
─ E o Jim?
─ Fomos chamadas para um jantar informal hoje à noite. Ele é o anfitrião e nós somos as convidadas... Ou o prato principal... ainda não sei.
─ E nós vamos?
─ Vamos. Todos vão... Eu, você, o Gregório e o batalhão de polícia. Hoje de manhã eu mesma vi o Jim entrando na casa e o quarteirão está cercado por quantos policiais disfarçados você conseguir imaginar. Ele não vai sair de lá, está cercado...
─ Então pra que vamos lá?
─ Não temos nenhuma prova contra ele. Não podemos prender ninguém sem provas. Vamos conversar com ele e arrancar alguma coisinha... Quando conseguirmos a polícia entra.
Eu apenas sorri. Era bom tê-la em casa novamente. Durante todo o dia ela me contou como havia sido os dias de sua ausência. Não pareciam ter sido tão ruins quando ela contava.
Um dos dons dela era transformar pequenos detalhes em tragédias e tragédias em pequenos detalhes. E aquela conversa tinha sido resumida em detalhes sem significância.

A noite estava fria e as gotas de chuva escorriam pela janela da sala. Mariana estava encarando a rua há algum tempo, perdida em seus próprios pensamentos. Então ela levantou-se.
─ O Gregório chegou.
Me levantei do sofá e desci as escadas. Lá embaixo encontrei o carro de nosso velho amigo com a porta semiaberta. Entrei seguida por Mariana e então partimos.
─ Há quanto tempo, hein? ─disse ele─ Achei que tinha nos abandonado.
─ Vocês não vão se livrar de mim tão fácil.
Ficaram os dois debatendo as condições em que a casa de nosso alvo estava. Pelo que parece apenas ele estava lá dentro. De alguma maneira aquilo não me tranquilizou. Era uma armadilha, tinha que ser... Ele não seria tão idiota ao ponto de ficar lá sozinho.
Quando chegamos fomos recepcionados por um manobrista com um celular nas mãos. Ele entregou o aparelho, Gregório fechou o vidro e após alguns segundos com o aparelho no ouvido ele o passou para Mariana.
─ Somos em três. ─disse ela─ Não. Ainda assim é injusto. Hum... Me parece uma boa ideia.
Ela desligou.
─ O acordo é o seguinte: Ele está sozinho. Nós somos em três. É injusto. Se quisermos entrar os três, duas pessoas a mais vão entrar na casa. Três e três. Mas ainda sim seria injusto, então o acordo é que todos estivessem desarmados.
─ E porque acha que ele vai seguir o acordo?
─ Não acho.
Ficamos em silêncio um instante. Os portões a nossa frente se abriram e nós entramos. A mesma mansão que estivemos anteriormente... Agora estava vazia, fria. Paramos o carro perto da porta e entramos na casa.
Ao lado da porta um senhor de terno nos aguardava. Ele nos mediu cuidadosamente e nós fazíamos o mesmo com ele. Ele era japonês, uns 50 anos nas costas, franzino, cabelo bem cortado e rugas retalhando seu rosto.
─ Ok, não precisamos de apresentações.
Vou admitir: Eu estava morrendo de medo. Imaginava um tiroteio a qualquer momento. Jim Pliarto nos guiava por sua mansão em completo silêncio. Era realmente muito bonita. Mobília bem trabalhada, escada de mármore, chão brilhoso.
Chegamos a uma sala com uma mesa de madeira e seis cadeiras a cercando. Ele fez um sinal para que sentássemos e então fez o mesmo na cabeceira. Atrás dele havia dois homens com braços cruzados e expressões pouco amigáveis.
Atrás desses dois havia uma janela grande e muito bonita. Os vidros eram lustrosos como todo o resto que meus olhos alcançaram.
─ Pra que nos chamou aqui? ─disse Mariana.  
─ Por que vieram?
─ Por educação.
─ Essas cinco cadeiras eram ocupadas pelos cinco homens que vocês prenderam. ─disse ele─ Eles eram bons... E mesmo assim vocês os pegaram. Então, eu pergunto: O que querem de mim?
─ Que você renuncie ao seu cargo.
─ Eu sou algum tipo de político?
─ Aos olhos dos seus escravos, sim.
─ A coisa não é bem assim, minha cara.
─ E como a coisa é?
Ele riu.
─ Vamos abrir uma garrafa de vinho. Marcus, por favor... ─disse ele─ Mas se um dos meus sai, um dos seus acompanha.
Mariana olhou para Gregório e fez um leve meneio com a cabeça. Ele se levantou e então os dois saíram da sala. Agora éramos quatro.
─ Você entende... ─disse ele─ Entende que a vida é chata. Se não entendesse, não estaria aqui. Sei bem porque está aqui, e você sabe porque eu te chamei. Somos iguais.
─ Não somos iguais.
─ Não? Diga-me o que nos diferencia.
─ Não tenho escravos como você.
─ Não? Seus acompanhantes são gêmeos siameses de você?
─ Não. São meus amigos.
─ O que você chama de seus amigos, eu chamo se seus escravos. O que você chama de meus escravos, eu chamo de meus amigos.
─ Uma questão de ponto de vista.
─ Exatamente. Então, volto a lhe perguntar: O que nos diferencia?
─ Coloco meus amigos sentados ao meu lado.
─ Coloca seus amigos em perigo, exatamente como eu faço com os meus. Confiamos tanto neles que os mandamos sair juntos de nosso campo de visão. Lá, estão sozinhos.
Mariana o encarou.
─ Admita que somos iguais.
─ Ainda não encontrei semelhanças.
─ Vou lhe dizer a grande semelhança desse momento: Sabemos o que um quer que o outro admita. Quer que eu admita o que eu fiz, quero que você admita o que tem em sua mente. Ninguém que encontra informações tão bem num mundo sombrio como esse tem um coração leve. Você os encontra porque é um deles.
─ Deles? Pela sua teoria deveria ter usado “nós”.
─ E esse é o problema final. Nós somos superiores a eles, por isso eu te chamei e você veio.
Um momento de silêncio.
─ Acho que nossos amigos estão demorando muito, não é melhor alguém ir dar uma olhada? Talvez eles tenham se perdido...
Mariana me olhou um instante e então fez o mesmo que fizera com Gregório. Eu não podia deixa-la... Mas... Droga! Me levantei e acompanhei o outro para fora da sala. Caminhamos os dois em silêncio pela casa, e quando estávamos na frente da porta onde havíamos entrado eu fiz o que tinha planejado desde o momento em que saí da sala: Derrubar aquele cara.
A convivência com Mariana faz qualquer um adquirir hábitos estranhos... Principalmente quando se vai visitar seu pior inimigo. No meu bolso havia um vidro de clorofórmio. Eu tirei o vidro do bolso e o estourei no rosto de meu acompanhante. Ele deu alguns passos pra trás antes de ir ao chão.
Pensei em correr e ver em que estado Gregório estava... Talvez estivesse morto... Talvez estivesse sendo morto! Corri alguns metros em direção oposta à que tinha vindo e então ouvi um barulho alto de vidros quebrando.
Parei de correr e me virei. Com certeza o som viera da sala onde Mariana estava. Corri de volta e então abri a grande porta de madeira. Tudo aconteceu extremamente rápido.
Vi a janela quebrada e Mariana de pé. Ela virou-se quando ouviu a porta abrir e no instante seguinte ouvi um granido aos pés dela, vi uma mão segurar seu tornozelo. Ela encarou o chão no mesmo instante e então ela se desequilibrou, tentou segurar o ar, mas foi inútil.
Corri até a janela e não consegui enxergar nada lá embaixo. De longe eu vi um grupo enorme de pessoas se aproximando. Não eram policiais. Eram os súditos do dono da casa.
Eu corri para a porta de onde tinha vindo e encontrei Gregório. Ele tinha os olhos arregalados e o peito subindo e descendo rapidamente. Ele pegou o rádio e mandou os grupos entrarem na casa.
Nós dois saímos e começamos a dar a volta na casa em direção à janela quebrada. Quando estávamos quase nos aproximando a multidão já estava lá. Gregório puxou meu braço e praticamente me arrastou para longe. 
A chuva continuava caindo com força e os relâmpagos clareavam a noite de minuto a minuto. Os policiais se digladiavam com a multidão de delinquentes de todo tipo e eu observava de uma área segura. Enquanto menos gente, mais eu me aproximava; até o ponto em que haviam apenas policiais.
A perícia havia chegado e começado a abrir guarda-chuvas e tirar fotos. Havia plaquinhas com números em todos os lugares, pessoas com luvas e alguns grupos conversando. Então encontrei Gregório e corri até ele:
─ Onde ela está?
─ Diana... Bem... Não tem como eu te dizer isso de maneira mais delicada, então...
─ Fala logo!
─ Não encontramos nem o corpo do Jim e nem o dela.
Naquele momento tudo o que ele me falava praticamente não chegava ao meu cérebro.
─ ...A multidão... Não sabemos... Vamos encontrar... Você está bem?
Ele me levou pra casa e me deixou lá. Deu a notícia a Sra. Marta e então foi embora.
Uma semana depois os cinco estavam livres nas ruas por “falta de provas” ou então alegavam ter algum tipo de problema mental. Gregório lutou em vão para mantê-los ao menos sob uma atenção diferenciada.
Minha irmã pediu que eu voltasse à minha antiga casa e disse que alguns meses antes Mariana havia pedido que preparassem um quarto para minha chegada. Não explicou muito, mas deu certeza. 
De tempos em tempos passava na rua Barker para visitar a Sra. Marta.
Nosso antigo apartamento estava trancado. Sra. Marta não queria aluga-lo mais. Talvez fosse movimentação o suficiente por uma vida ter vizinhas como nós.
Nunca ninguém disse mais nada sobre o caso. Os cinco ficaram livres novamente, sem nenhum caçador à altura. A mídia não disse nada. Os policiais não disseram nada.
Jim nunca existiu.
Muito menos Mariana.















































6 comentários:

  1. Que Final tenso.... Agora se explica pq o final não é como esperávamos... Mariana Morreu... Gostei, a história é muito legal... pena que acabou, iria continuar lendo....

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  2. Bem minha cara Gabi.. vamos ao meu comentário!
    "Eu acho".. o texto um pouco ficção, tipo Sr e Sra Smith.
    Mariana é aquelas agentes com superpoderes, tipo mulher maravilha!
    Achei Diana um peso na história, aquela amiga mala que tem de carregar pra cima e pra baixo.
    Jim um chefão muito boa praça.
    Na minha visão eu mudaria um pouco a história. Diana seria a amiga jornalista informante, mantendo Mariana a par de algumas informações importantes, sendo assim útil.
    Jim seria um braço direito do verdadeiro chefão, tipo um laranja, agindo no nome do todo poderoso! É difícil de imaginar alguém que não era conhecido nem mesmo pela polícia ter sido presa fácil para Mariana.
    Enfim... este é o meu ponto de vista!
    Não ficou uma grande porcaria, até mesmo pq ninguém aqui é Expert no assunto, primeiro olhai o rabo, para só assim se achar no direito de largar bosta pela boca!

    Então siga escrevendo e criando teus contos e compartilhando com a gente pra então fazermos progresso!

    Bjo manola =*

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  3. E por fim posso dizer que ficou bem bonzinho.
    Deixou aquele fim que não acaba, sem compromisso, que deixa os leitores fazerem como quiserem.
    Genial.

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  4. meus caros... não se digladiem com luvas de pelica.

    esse foi o rascunho, só pra ver se as pessoas iriam gostar da história em si.. pelo que parece, os poucos que leram gostaram (ou vocês estão puxando meu saco.. sei lá, né..).

    Comecei hoje a escrever algo mais.. complexo.
    se quiserem ler, entrem em contato.

    Gosto muito de saber a opinião de vocês.

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  5. Ola Gabi, sei que andei meio sumido ultimamente, foi mal, só hoje, num dia não menos corrido como todos os outros depois da fase que você deixa de ser criança e começa a encarar a vida real com olhar de adulto, ou pelo menos perto disso, já que se tornar adulto mesmo demora um pouco("filosofei") arrumei tempo para ler os "finais" da historia, bom enfim, eis minha opinião:

    Gostei, não, não estou dando uma de pucha saco e como já disse em outro comentário, se você esta lendo isso e acha que estou dizendo que não estou dando uma de puxa sô para confundir vai logo ler, e se surpreender.

    Enfim, passado o momento de histeria... gostei da chuva, quando ambas levam um pal dos grandalhões no meio da rua, gostei do meio de camuflagem da garota no ponto de ônibus, bem pensado, tipo, sena de filme (de filme "bom") americano,gostei do modo como descreveu a cena dentro da mansão quando ambos vão sondar o local, e gostei do final,ficou meio sem..."detalhes"? mas pelo menos da para entender a tensão que se passa entre ambos, e o modo como agem, bom, você disse que começou a escrever algo mais complexo, torço por uma melhora nos detalhes, não quero ser chato e ficar repetindo a apalavra "detalhes" sempre, mas encare isso como uma especie de "toque", só para se ligar naquilo que você já sabe que falta, e adicionar logo,pois as vezes, são os detalhes que te ajudaram a dar uma profundidade ainda maior do que você conseguiu dar para a trama,para os personagens e para aqueles que pouco aparecem, como o vendedor ou vendedora de cachorro quente.

    Enfim, gostei, e vou ficar no aguardo pela versão mais complexa.

    Há, so uma coisa, quando um dia, você pensar em desenhar algum deles, me da um toque, tenho ideia para seus derivados perfis, meu tempo anda um inferno mas acho que seria divertido desenhar as garotas e o policial.

    OBS: Gostaria de um dia desenhar a capa desse livro se você lançasse.

    Boa sorte girl, vou voltar a meus afazeres, e isso inclui uma historia que também estou criando, só Deus sabe quando vou ter tempo para publicar isso, mas uma coisa e certa, vou adorar ter sua opinião nesse dia. Obrigado pelo espaço aberto a comentários e boa sorte com a versão mais complexa.

    ResponderExcluir
  6. Ola Gabi, sei que andei meio sumido ultimamente, foi mal, só hoje, num dia não menos corrido como todos os outros depois da fase que você deixa de ser criança e começa a encarar a vida real com olhar de adulto, ou pelo menos perto disso, já que se tornar adulto mesmo demora um pouco("filosofei") arrumei tempo para ler os "finais" da historia, bom enfim, eis minha opinião:

    Gostei, não, não estou dando uma de pucha saco e como já disse em outro comentário, se você esta lendo isso e acha que estou dizendo que não estou dando uma de puxa sô para confundir vai logo ler, e se surpreender.

    Enfim, passado o momento de histeria... gostei da chuva, quando ambas levam um pal dos grandalhões no meio da rua, gostei do meio de camuflagem da garota no ponto de ônibus, bem pensado, tipo, sena de filme (de filme "bom") americano,gostei do modo como descreveu a cena dentro da mansão quando ambos vão sondar o local, e gostei do final,ficou meio sem..."detalhes"? mas pelo menos da para entender a tensão que se passa entre ambos, e o modo como agem, bom, você disse que começou a escrever algo mais complexo, torço por uma melhora nos detalhes, não quero ser chato e ficar repetindo a apalavra "detalhes" sempre, mas encare isso como uma especie de "toque", só para se ligar naquilo que você já sabe que falta, e adicionar logo,pois as vezes, são os detalhes que te ajudaram a dar uma profundidade ainda maior do que você conseguiu dar para a trama,para os personagens e para aqueles que pouco aparecem, como o vendedor ou vendedora de cachorro quente.

    Enfim, gostei, e vou ficar no aguardo pela versão mais complexa.

    Há, so uma coisa, quando um dia, você pensar em desenhar algum deles, me da um toque, tenho ideia para seus derivados perfis, meu tempo anda um inferno mas acho que seria divertido desenhar as garotas e o policial.

    OBS: Gostaria de um dia desenhar a capa desse livro se você lançasse.

    Boa sorte girl, vou voltar a meus afazeres, e isso inclui uma historia que também estou criando, só Deus sabe quando vou ter tempo para publicar isso, mas uma coisa e certa, vou adorar ter sua opinião nesse dia. Obrigado pelo espaço aberto a comentários e boa sorte com a versão mais complexa.

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