Ok, esse é um post grande.
Agradeço a todos que tiveram paciência de ler e escrever suas opiniões nos comentários.
Sério mesmo...
Mas esse é o post final do meu conto sem nome.
(se tiverem ideias de nome para o conto... comentem).
É isso.
Obrigada por lerem.
Hoje fizemos progresso.
Desde a captura de dois dos cinco integrantes do grupo,
não havíamos feito progresso algum. Os crimes na cidade haviam sido um surto de
crescimento e Gregório não conseguia sair da delegacia.
Mariana transformou a parede de nossa sala numa extensão
de sua mente. A parede era repleta de manchetes de jornais recortadas, presas
com alfinetes e cada alfinete era ligado por uma linha de costura.
Ela adotou hábitos muito singulares durante aquela época.
Quando eu chegava, ela já tinha saído; quando eu saía ela chegava. Sra. Marta
me mantinha a par de tudo...
Mariana não pegava mais nenhum caso além daquele com o
qual estava trabalhando mas pedia que todos os clientes entrassem e
apresentassem o caso. Ela os ouvia com visível atenção, mas no final os mandava
ir embora.
Ela não conversava muito comigo. O principal motivo era
que praticamente não nos víamos. Certa tarde a encontrei em casa quando
cheguei.
─ O senhor Jim esteve aqui hoje pela manhã. ─disse ela.
─ Como assim??! O Jim disso?! ─eu disse apontando para a
parede.
─ Exatamente. Ele entrou e ficou na porta me encarando.
Eu pedi para que ele entrasse e ofereci café, ele recusou. Ofereci o sofá e ele
se sentou. Começou a dizer que eu estava atrapalhando o trabalho dele... E
pediu gentilmente para que eu parasse.
─ Pediu gentilmente? Foi ironia, né?
─ Não. Ele realmente foi gentil. Sério... Daí disse que
admirava meu trabalho e que se eu parasse agora, não haveria nenhuma
consequência. Cada um seguiria seu caminho... Se eu continuasse nossos caminhos
iriam se cruzar e ele não hesitaria em dar uma única ordem contra mim. Uma
única ordem que pode facilmente acabar com tudo.
─ E...?
─ Isso é ótimo! Se ele deu ao trabalho de vir até aqui
pra me dar um aviso pessoalmente, a água está chegando ao pescoço! As pessoas
agem errado quando estão sob pressão, e ele está ficando sob pressão.
─ E você também... Mas deixa eu entender uma coisa... Se
ele entrou aqui, ficou no nosso sofá e conversou na boa com você... Por que não
o prendeu e chamou a polícia? Ou então bateu nele... Deu um tiro, esfaqueou...
─ Não se recebe visitas assim.
─ É sério.
─ E a graça, minha amiga? Estamos tratando de um jogo de
gato e rato onde não sabemos quem é o gato e quem é o rato.
─ Ok, e o que pretende fazer?
─ Dar mais um passo. Ontem de noite eu fui num ponto de
encontro de gente como eles e ouvi uma informação importantíssima. Descobri
onde um deles vai estar hoje, já mandei o Gregório preparar o terreno. Já temos
cobertura até nos bueiros. Hoje a noite vai ser agitada.
Era oito da noite quando nossa tocaia parou de ser tão
monótona. Saímos do carro e seguimos pela rua em silêncio. Havia um bar numa
esquina e alguns velhos bêbados vendo o jogo pela televisão.
Nós passamos como sombras na noite e então subitamente
paramos. Ela tirou o celular do bolso e olhou o horário.
─ Mais alguns minutos.
Nós ficamos paradas na calçada, encobertas pela escuridão
que uma árvore proporcionava. O lugar perfeito para assaltantes esperarem suas
vítimas. A rua não era muito calma. Motos passavam com seus motores soltando
estalos.
Finalmente a polícia surgiu, de todos os lados e entraram
na casa. Nós nos aproximamos lentamente logo após que a polícia já havia
entrado na casa. Nós já éramos praticamente daquela equipe, então passamos por
todos eles sem dificuldades.
Lá dentro a casa dispunha de luxos que com certeza
nenhuma outra daquele bairro dispunha. Cada centímetro era fotografado enquanto
a polícia terminava de prender o meliante.
Ele encarou Mariana e riu.
─ Você tá ferrada...
Os policiais o levaram para fora sem o menos trabalho. O
homem apenas caminhou com as mãos para trás como se fosse a coisa mais normal
do mundo.
Na garagem da casa havia um laboratório de refinamento de
drogas, e aquilo já servia como acusação. Mas então Mariana encontrou o que
tinha ido procurar: Um caderno.
Ela abriu-o e começou a fotografar as páginas. Às nossas
costas surgiu Gregório.
─ Não pode fazer isso.
─ Ninguém precisa saber que eu fiz.
─ Mas eu sei que você fez.
─ Mas fui eu quem descobriu onde ele estaria hoje. Sem
isso vocês estariam segurar ar com as mãos.
─ Mas você não fez nenhum favor a mim... Fez isso porque
precisava do que está no livro.
─ Exatamente. E aqui estou eu recebendo minha própria
recompensa.
Gregório bufou e nos deu as costas. Enquanto Mariana
fotografava as páginas do caderno eu lia seu conteúdo. Lá havia nomes, contas,
acordos... Parecia ser uma coisa impossível de ser achada. Era uma prova
descente.
Terminadas as fotos entregamos o caderno nas mãos de
Gregório e fomos pra casa. Eu dormi, claro, na manhã seguinte precisava
trabalhar; quando acordei nossa parede tinha uma foto ao lado de cada uma das
manchetes.
Mariana estava dormindo no sofá, segurando mais um bloco
de fotos. Provavelmente ficara a noite toda associando as manchetes com os
registros, então fui embora sem acordá-la.
Quando voltei não a encontrei em casa. Até aí... normal.
Tomei um banho quente, esquentei um pedaço de pizza velho
e fiquei vendo televisão. Então recebi uma mensagem no celular: “Vou precisar
da sua ajuda. Traga minha mochila.”
Nunca recebia mensagens enquanto ela estava longe, então;
por que dessa vez sim? Aquilo me intrigou. Talvez fosse culpa daquela
conspiração colada na parede.
“Onde você está?” respondi.
“Em todos os lugares. Escolha um, eu estarei lá.”
Típico. Eu peguei a mochila dela e saí de casa. Comecei a
andar em direção ao ponto de ônibus e fiquei lá esperando. Ao meu lado um
morador de rua e um casal. Quando o ônibus chegou o morador de rua entrou antes
de mim e conversou alguns instantes com o motorista.
Assim que eu arrumei um lugar, me sentei e fiquei
encarando a janela. a noite estava fria e sem graça. Então alguém sentou-se ao
meu lado. Virei-me alguns centímetros e descobri que se tratava do morador de rua.
o que eu iria fazer? Jogar álcool e botar fogo?!
Alguns instantes depois o ser humano espirrou ao meu lado
e ajeitou o casaco cinza de lona. Espirrou novamente e dirigiu a palavra a mim:
─ Tem um lenço na mochila.
─ Como...? ─me virei e reconheci Mariana escondida atrás
daquela gola alta e surrada e aqueles cabelos extremamente bagunçados que com
certeza não eram dela.
─ O papel, for favor. ─disse ela.
Abri a mochila e vi uma bagunça imensa á dentro. Ela
colocou a mão no buraco negro de bagunças e tirou um lenço de papel e uma
caneta. Escreveu algo rapidamente, deu alguns segundos para que eu lesse e
então amassou o papel e colocou-o no bolso.
“Vou descer nesse ponto, você desce no próximo e me
espera”
O ônibus parou e ela desceu. Esperei o próximo ponto e
então desci. Fiquei com a mochila dela nas mãos parada alguns minutos e então a
vi se aproximando com seu disfarce bizarro.
─ Trouxe dinheiro?
─ Não muito... Por quê?
─ Estou com fome e estamos perto de um lugar seguro.
O lugar seguro surgiu na quadra seguinte. Era uma
barraquinha de cachorro quente. Pedimos um cada uma e nos sentamos na calçada
de uma casa. Ela tirou a peruca e soltou o cabelo que estava preso num coque.
─ Por que hoje de manhã tentaram me matar. Mas fica
calma... estou bem. Só estou com fome.
─ Mas... Como foi isso?
─ Eu estava voltando pra casa e tentaram me atropelar. Aí
eu pensei em começar a xingar o cara e chamar a polícia pra ele e então vi o
cara abrindo a porta e saindo com uma arma... Daí eu fugi, encontrei um amigo
de rua e ele me emprestou essas coisas.
─ E agora? Já falou com o Gregório?
─ Já. Eu disse que ele tem que se concentrar em pegar os
outros... Se a coisa está ficando difícil é porque estamos conseguindo
atrapalhar os planos do nosso caro amigo Jim.
─ E como vamos fazer agora?
─ Eles estão atrás de mim, não de você... Vou ficar um
tempo longe até o Gregório conseguir pegar os outros... Quando isso acontecer a
gente vai atrás do Jim e dá o xeque-mate.
─ Não acha que está indo muito longe dessa vez? Esse cara
é perigoso... Nem a polícia sabia dele até ontem! Não acha que deveria deixar
isso pra outra pessoa?
Naquele momento senti que tinha falado a maior besteira
do mundo. Ela me encarou com a expressão mais séria que era possível e então
disse:
─ Minha vida toda procurei algo realmente útil pra fazer.
Quando eu finalmente encontro você me diz que eu deveria deixar para outra
pessoa?
─ Não é isso o que quero dizer... é que...
─ Prefiro ter uma vida curta que tenha valido a pena. E
esse caso vai valer a pena. Por mais que ninguém nem saiba da existência desse
esquema todo, eu sei... Você sabe... E nós duas sabemos que sem um chefe as coisas
destroem a si mesmas. Se tirarmos o líder, vai ser ladrão matando ladrão.
Nenhum preço é alto demais pra isso.
Ficamos alguns momentos em silêncio.
─ E como você vai sobreviver aqui fora, sozinha, sem
casa...?
─ Tanta gente consegue, por que eu não?
─ Porque você está sendo caçada.
Ela riu.
─ Não tente me procurar, ok? –disse ela levantando-se e
prendendo o cabelo.
─ Não pode fazer isso.
─ Mãe, relaxa. ─Disse colocando a peruca─ Estou indo com
o pessoal e volto antes de amanhecer... Não vou aceitar doce de estranhos e só
vou beber no meu próprio copo... Não vou aceitar carona de estranhos...
Ela riu e deu alguns passos na direção da rua.
─ Se alguma coisa der errado... Escreva aos jornais sobre
isso. Talvez algum doido dê continuidade ao meu legado.
Ela deu as costas, colocou as mãos nos bolsos e sumiu
dentre a escuridão do fim da rua.
Depois daquela noite eu só tive notícias dela quinze dias
depois. Eu pedira uma pizza e na tampa havia a caligrafia de Mariana: “Da
próxima vez peça bordas de catupiry”. Abri a caixa e havia dois pedaços
faltando.
Sra. Marta dizia que não havia reconhecido a pessoa que
havia entregado a pizza. Na noite seguinte fiz o mesmo pedido, no mesmo lugar,
no mesmo horário e fui pessoalmente receber a pizza.
Com certeza não era Mariana.
Na mesma semana Gregório dissera que havia pegado o
penúltimo integrante do “grupo dos cinco”.
Então se passaram três semanas sem notícias nem de um e
nem de outro. Eu assistia tudo o que a mídia falava em busca de algum sinal de
alguém... De minha amiga, do chefe do crime, da ação de Gregório... Nada.
Quase um mês depois eu tive uma surpresa quando cheguei
em casa. Abri a porta e lá estava Mariana, sentada em sua poltrona e com os
cabelos molhados penteados para trás.
Eu não sabia se a abraçava ou se brigava, então fiz as
duas coisas juntas. Soltei-a e ela apenas riu enquanto eu continuava com o
“momento mãe”
─ Você ficou louca? Não pode sumir e não dar notícias!
Achei que você tinha morrido! Daí que aparece do nada na casa!
─ O Gregório pegou o último cara. ─disse ela ignorando
minhas broncas.
Eu me sentei no sofá e respirei fundo. O momento de
alegria agora era compartilhado com a preocupação de antes.
─ E o Jim?
─ Fomos chamadas para um jantar informal hoje à noite.
Ele é o anfitrião e nós somos as convidadas... Ou o prato principal... ainda
não sei.
─ E nós vamos?
─ Vamos. Todos vão... Eu, você, o Gregório e o batalhão
de polícia. Hoje de manhã eu mesma vi o Jim entrando na casa e o quarteirão
está cercado por quantos policiais disfarçados você conseguir imaginar. Ele não
vai sair de lá, está cercado...
─ Então pra que vamos lá?
─ Não temos nenhuma prova contra ele. Não podemos prender
ninguém sem provas. Vamos conversar com ele e arrancar alguma coisinha...
Quando conseguirmos a polícia entra.
Eu apenas sorri. Era bom tê-la em casa novamente. Durante
todo o dia ela me contou como havia sido os dias de sua ausência. Não pareciam
ter sido tão ruins quando ela contava.
Um dos dons dela era transformar pequenos detalhes em
tragédias e tragédias em pequenos detalhes. E aquela conversa tinha sido
resumida em detalhes sem significância.
A noite estava fria e as gotas de chuva escorriam pela
janela da sala. Mariana estava encarando a rua há algum tempo, perdida em seus
próprios pensamentos. Então ela levantou-se.
─ O Gregório chegou.
Me levantei do sofá e desci as escadas. Lá embaixo encontrei
o carro de nosso velho amigo com a porta semiaberta. Entrei seguida por Mariana
e então partimos.
─ Há quanto tempo, hein? ─disse ele─ Achei que tinha nos
abandonado.
─ Vocês não vão se livrar de mim tão fácil.
Ficaram os dois debatendo as condições em que a casa de
nosso alvo estava. Pelo que parece apenas ele estava lá dentro. De alguma
maneira aquilo não me tranquilizou. Era uma armadilha, tinha que ser... Ele não
seria tão idiota ao ponto de ficar lá sozinho.
Quando chegamos fomos recepcionados por um manobrista com
um celular nas mãos. Ele entregou o aparelho, Gregório fechou o vidro e após
alguns segundos com o aparelho no ouvido ele o passou para Mariana.
─ Somos em três. ─disse ela─ Não. Ainda assim é injusto. Hum...
Me parece uma boa ideia.
Ela desligou.
─ O acordo é o seguinte: Ele está sozinho. Nós somos em
três. É injusto. Se quisermos entrar os três, duas pessoas a mais vão entrar na
casa. Três e três. Mas ainda sim seria injusto, então o acordo é que todos
estivessem desarmados.
─ E porque acha que ele vai seguir o acordo?
─ Não acho.
Ficamos em silêncio um instante. Os portões a nossa
frente se abriram e nós entramos. A mesma mansão que estivemos anteriormente...
Agora estava vazia, fria. Paramos o carro perto da porta e entramos na casa.
Ao lado da porta um senhor de terno nos aguardava. Ele nos
mediu cuidadosamente e nós fazíamos o mesmo com ele. Ele era japonês, uns 50
anos nas costas, franzino, cabelo bem cortado e rugas retalhando seu rosto.
─ Ok, não precisamos de apresentações.
Vou admitir: Eu estava morrendo de medo. Imaginava um
tiroteio a qualquer momento. Jim Pliarto nos guiava por sua mansão em completo
silêncio. Era realmente muito bonita. Mobília bem trabalhada, escada de
mármore, chão brilhoso.
Chegamos a uma sala com uma mesa de madeira e seis
cadeiras a cercando. Ele fez um sinal para que sentássemos e então fez o mesmo
na cabeceira. Atrás dele havia dois homens com braços cruzados e expressões
pouco amigáveis.
Atrás desses dois havia uma janela grande e muito bonita.
Os vidros eram lustrosos como todo o resto que meus olhos alcançaram.
─ Pra que nos chamou aqui? ─disse Mariana.
─ Por que vieram?
─ Por educação.
─ Essas cinco cadeiras eram ocupadas pelos cinco homens
que vocês prenderam. ─disse ele─ Eles eram bons... E mesmo assim vocês os
pegaram. Então, eu pergunto: O que querem de mim?
─ Que você renuncie ao seu cargo.
─ Eu sou algum tipo de político?
─ Aos olhos dos seus escravos, sim.
─ A coisa não é bem assim, minha cara.
─ E como a coisa
é?
Ele riu.
─ Vamos abrir uma garrafa de vinho. Marcus, por favor...
─disse ele─ Mas se um dos meus sai, um dos seus acompanha.
Mariana olhou para Gregório e fez um leve meneio com a
cabeça. Ele se levantou e então os dois saíram da sala. Agora éramos quatro.
─ Você entende... ─disse ele─ Entende que a vida é chata.
Se não entendesse, não estaria aqui. Sei bem porque está aqui, e você sabe
porque eu te chamei. Somos iguais.
─ Não somos iguais.
─ Não? Diga-me o que nos diferencia.
─ Não tenho escravos como você.
─ Não? Seus acompanhantes são gêmeos siameses de você?
─ Não. São meus amigos.
─ O que você chama de seus amigos, eu chamo se seus
escravos. O que você chama de meus escravos, eu chamo de meus amigos.
─ Uma questão de ponto de vista.
─ Exatamente. Então, volto a lhe perguntar: O que nos
diferencia?
─ Coloco meus amigos sentados ao meu lado.
─ Coloca seus amigos em perigo, exatamente como eu faço
com os meus. Confiamos tanto neles que os mandamos sair juntos de nosso campo
de visão. Lá, estão sozinhos.
Mariana o encarou.
─ Admita que somos iguais.
─ Ainda não encontrei semelhanças.
─ Vou lhe dizer a grande semelhança desse momento:
Sabemos o que um quer que o outro admita. Quer que eu admita o que eu fiz,
quero que você admita o que tem em sua mente. Ninguém que encontra informações tão
bem num mundo sombrio como esse tem um coração leve. Você os encontra porque é
um deles.
─ Deles? Pela sua teoria deveria ter usado “nós”.
─ E esse é o problema final. Nós somos superiores a eles,
por isso eu te chamei e você veio.
Um momento de silêncio.
─ Acho que nossos amigos estão demorando muito, não é
melhor alguém ir dar uma olhada? Talvez eles tenham se perdido...
Mariana me olhou um instante e então fez o mesmo que
fizera com Gregório. Eu não podia deixa-la... Mas... Droga! Me levantei e
acompanhei o outro para fora da sala. Caminhamos os dois em silêncio pela casa,
e quando estávamos na frente da porta onde havíamos entrado eu fiz o que tinha
planejado desde o momento em que saí da sala: Derrubar aquele cara.
A convivência com Mariana faz qualquer um adquirir hábitos
estranhos... Principalmente quando se vai visitar seu pior inimigo. No meu
bolso havia um vidro de clorofórmio. Eu tirei o vidro do bolso e o estourei no rosto
de meu acompanhante. Ele deu alguns passos pra trás antes de ir ao chão.
Pensei em correr e ver em que estado Gregório estava...
Talvez estivesse morto... Talvez estivesse sendo morto! Corri alguns metros em direção
oposta à que tinha vindo e então ouvi um barulho alto de vidros quebrando.
Parei de correr e me virei. Com certeza o som viera da
sala onde Mariana estava. Corri de volta e então abri a grande porta de
madeira. Tudo aconteceu extremamente rápido.
Vi a janela quebrada e Mariana de pé. Ela virou-se quando
ouviu a porta abrir e no instante seguinte ouvi um granido aos pés dela, vi uma
mão segurar seu tornozelo. Ela encarou o chão no mesmo instante e então ela se
desequilibrou, tentou segurar o ar, mas foi inútil.
Corri até a janela e não consegui enxergar nada lá
embaixo. De longe eu vi um grupo enorme de pessoas se aproximando. Não eram
policiais. Eram os súditos do dono da casa.
Eu corri para a porta de onde tinha vindo e encontrei
Gregório. Ele tinha os olhos arregalados e o peito subindo e descendo
rapidamente. Ele pegou o rádio e mandou os grupos entrarem na casa.
Nós dois saímos e começamos a dar a volta na casa em
direção à janela quebrada. Quando estávamos quase nos aproximando a multidão já
estava lá. Gregório puxou meu braço e praticamente me arrastou para longe.
A chuva continuava caindo com força e os relâmpagos
clareavam a noite de minuto a minuto. Os policiais se digladiavam com a
multidão de delinquentes de todo tipo e eu observava de uma área segura. Enquanto
menos gente, mais eu me aproximava; até o ponto em que haviam apenas policiais.
A perícia havia chegado e começado a abrir guarda-chuvas
e tirar fotos. Havia plaquinhas com números em todos os lugares, pessoas com
luvas e alguns grupos conversando. Então encontrei Gregório e corri até ele:
─ Onde ela está?
─ Diana... Bem... Não tem como eu te dizer isso de
maneira mais delicada, então...
─ Fala logo!
─ Não encontramos nem o corpo do Jim e nem o dela.
Naquele momento tudo o que ele me falava praticamente não
chegava ao meu cérebro.
─ ...A multidão... Não sabemos... Vamos encontrar... Você
está bem?
Ele me levou pra casa e me deixou lá. Deu a notícia a
Sra. Marta e então foi embora.
Uma semana depois os cinco estavam livres nas ruas por “falta
de provas” ou então alegavam ter algum tipo de problema mental. Gregório lutou
em vão para mantê-los ao menos sob uma atenção diferenciada.
Minha irmã pediu que eu voltasse à minha antiga casa e disse que
alguns meses antes Mariana havia pedido que preparassem um quarto para minha
chegada. Não explicou muito, mas deu certeza.
De tempos em tempos passava na rua Barker para visitar a
Sra. Marta.
Nosso antigo apartamento estava trancado. Sra. Marta não
queria aluga-lo mais. Talvez fosse movimentação o suficiente por uma vida ter
vizinhas como nós.
Nunca ninguém disse mais nada sobre o caso. Os cinco
ficaram livres novamente, sem nenhum caçador à altura. A mídia não disse nada.
Os policiais não disseram nada.
Jim nunca existiu.
Que Final tenso.... Agora se explica pq o final não é como esperávamos... Mariana Morreu... Gostei, a história é muito legal... pena que acabou, iria continuar lendo....
ResponderExcluirBem minha cara Gabi.. vamos ao meu comentário!
ResponderExcluir"Eu acho".. o texto um pouco ficção, tipo Sr e Sra Smith.
Mariana é aquelas agentes com superpoderes, tipo mulher maravilha!
Achei Diana um peso na história, aquela amiga mala que tem de carregar pra cima e pra baixo.
Jim um chefão muito boa praça.
Na minha visão eu mudaria um pouco a história. Diana seria a amiga jornalista informante, mantendo Mariana a par de algumas informações importantes, sendo assim útil.
Jim seria um braço direito do verdadeiro chefão, tipo um laranja, agindo no nome do todo poderoso! É difícil de imaginar alguém que não era conhecido nem mesmo pela polícia ter sido presa fácil para Mariana.
Enfim... este é o meu ponto de vista!
Não ficou uma grande porcaria, até mesmo pq ninguém aqui é Expert no assunto, primeiro olhai o rabo, para só assim se achar no direito de largar bosta pela boca!
Então siga escrevendo e criando teus contos e compartilhando com a gente pra então fazermos progresso!
Bjo manola =*
E por fim posso dizer que ficou bem bonzinho.
ResponderExcluirDeixou aquele fim que não acaba, sem compromisso, que deixa os leitores fazerem como quiserem.
Genial.
meus caros... não se digladiem com luvas de pelica.
ResponderExcluiresse foi o rascunho, só pra ver se as pessoas iriam gostar da história em si.. pelo que parece, os poucos que leram gostaram (ou vocês estão puxando meu saco.. sei lá, né..).
Comecei hoje a escrever algo mais.. complexo.
se quiserem ler, entrem em contato.
Gosto muito de saber a opinião de vocês.
Ola Gabi, sei que andei meio sumido ultimamente, foi mal, só hoje, num dia não menos corrido como todos os outros depois da fase que você deixa de ser criança e começa a encarar a vida real com olhar de adulto, ou pelo menos perto disso, já que se tornar adulto mesmo demora um pouco("filosofei") arrumei tempo para ler os "finais" da historia, bom enfim, eis minha opinião:
ResponderExcluirGostei, não, não estou dando uma de pucha saco e como já disse em outro comentário, se você esta lendo isso e acha que estou dizendo que não estou dando uma de puxa sô para confundir vai logo ler, e se surpreender.
Enfim, passado o momento de histeria... gostei da chuva, quando ambas levam um pal dos grandalhões no meio da rua, gostei do meio de camuflagem da garota no ponto de ônibus, bem pensado, tipo, sena de filme (de filme "bom") americano,gostei do modo como descreveu a cena dentro da mansão quando ambos vão sondar o local, e gostei do final,ficou meio sem..."detalhes"? mas pelo menos da para entender a tensão que se passa entre ambos, e o modo como agem, bom, você disse que começou a escrever algo mais complexo, torço por uma melhora nos detalhes, não quero ser chato e ficar repetindo a apalavra "detalhes" sempre, mas encare isso como uma especie de "toque", só para se ligar naquilo que você já sabe que falta, e adicionar logo,pois as vezes, são os detalhes que te ajudaram a dar uma profundidade ainda maior do que você conseguiu dar para a trama,para os personagens e para aqueles que pouco aparecem, como o vendedor ou vendedora de cachorro quente.
Enfim, gostei, e vou ficar no aguardo pela versão mais complexa.
Há, so uma coisa, quando um dia, você pensar em desenhar algum deles, me da um toque, tenho ideia para seus derivados perfis, meu tempo anda um inferno mas acho que seria divertido desenhar as garotas e o policial.
OBS: Gostaria de um dia desenhar a capa desse livro se você lançasse.
Boa sorte girl, vou voltar a meus afazeres, e isso inclui uma historia que também estou criando, só Deus sabe quando vou ter tempo para publicar isso, mas uma coisa e certa, vou adorar ter sua opinião nesse dia. Obrigado pelo espaço aberto a comentários e boa sorte com a versão mais complexa.
Ola Gabi, sei que andei meio sumido ultimamente, foi mal, só hoje, num dia não menos corrido como todos os outros depois da fase que você deixa de ser criança e começa a encarar a vida real com olhar de adulto, ou pelo menos perto disso, já que se tornar adulto mesmo demora um pouco("filosofei") arrumei tempo para ler os "finais" da historia, bom enfim, eis minha opinião:
ResponderExcluirGostei, não, não estou dando uma de pucha saco e como já disse em outro comentário, se você esta lendo isso e acha que estou dizendo que não estou dando uma de puxa sô para confundir vai logo ler, e se surpreender.
Enfim, passado o momento de histeria... gostei da chuva, quando ambas levam um pal dos grandalhões no meio da rua, gostei do meio de camuflagem da garota no ponto de ônibus, bem pensado, tipo, sena de filme (de filme "bom") americano,gostei do modo como descreveu a cena dentro da mansão quando ambos vão sondar o local, e gostei do final,ficou meio sem..."detalhes"? mas pelo menos da para entender a tensão que se passa entre ambos, e o modo como agem, bom, você disse que começou a escrever algo mais complexo, torço por uma melhora nos detalhes, não quero ser chato e ficar repetindo a apalavra "detalhes" sempre, mas encare isso como uma especie de "toque", só para se ligar naquilo que você já sabe que falta, e adicionar logo,pois as vezes, são os detalhes que te ajudaram a dar uma profundidade ainda maior do que você conseguiu dar para a trama,para os personagens e para aqueles que pouco aparecem, como o vendedor ou vendedora de cachorro quente.
Enfim, gostei, e vou ficar no aguardo pela versão mais complexa.
Há, so uma coisa, quando um dia, você pensar em desenhar algum deles, me da um toque, tenho ideia para seus derivados perfis, meu tempo anda um inferno mas acho que seria divertido desenhar as garotas e o policial.
OBS: Gostaria de um dia desenhar a capa desse livro se você lançasse.
Boa sorte girl, vou voltar a meus afazeres, e isso inclui uma historia que também estou criando, só Deus sabe quando vou ter tempo para publicar isso, mas uma coisa e certa, vou adorar ter sua opinião nesse dia. Obrigado pelo espaço aberto a comentários e boa sorte com a versão mais complexa.