sexta-feira, 2 de março de 2012

asdfghj [parte 1]

Então leitores...
Eu e um amigo (em breve ele terá um blog e refaço este paragrafo) estamos escrevendo uma história. Na verdade ele é quem está realmente escrevendo. Eu sou só a segunda voz do negócio todo.

Enfim...
Não sei quantas partes essa história vai ter e não sei de quanto em quanto tempo vou postar aqui. Também não sei o nome da história (a pior parte na minha opinião)... Então estou colocando tudo o que foi escrito até agora para vocês, meus leitores, avaliarem.

É sério, eu espero que vocês leiam e digam o que acham.
obs: qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
Se realmente estiver com paciência para ler, clique no "continue lendo" aqui embaixo. Se não estiver com tempo, paciência ou simplesmente não gostar de contos; nem clica. 





            O copo de café estava quase vazio. Pena que não havia feito mais... A máquina de escrever batia incansavelmente. As noites mal dormidas que vinha tendo há semanas tinham algo em comum: um mesmo sonho. Mas a cafeína estava acabando. Mas ainda sim terminaria todo aquele texto, talvez porque aquilo tiraria da mente aquela sequência de imagens.
            Um túnel escuro, e ela esperava na porta com uma tocha na mão e vestia uma máscara. Passou a mão no rosto e notou que o formato era de um cão, um lobo, algo do gênero. De repente uma pessoa aparecia no túnel e perguntava onde estava. “Você chegou onde todos chegarão um dia” a máscara dizia. Não exatamente a máscara, mas sua boca se movia conforme aquela máscara mandasse.
            - Olhou para as paredes? Você pode ver todas as suas lembranças, todos os eventos que viveu... se arrepende de algum deles?
            - De muitas... queria poder consertá-las...
            - Seus erros foram muitos, de fato. Mas suas bondades foram de peso. Não se preocupe, sei que sua mente é leve como uma pluma.
            Ela então apontou para uma porta com sua mão e a porta se abriu. Uma luz muito forte saia de lá.
            - Para onde vou?
            - Para seu julgamento. Mas não tenha medo.
            A pessoa então atravessava o portal, que se fechava logo após. Porém, várias pessoas passaram por ali. Quando podia parar para pensar onde estava e porque dizia aquelas coisas, acordava retorcida em sua cama, com o travesseiro no chão e os cobertores enrolados nas pernas. Quando voltava a dormir, via a mesma coisa.
            Ufa, o relato acabou. Livre, por fim. Ela então apagou a luz e foi se deitar em sua cama bagunçada – seu sono conturbado acabava com qualquer organização que fizesse na cama. Preferia escrever que ficar arrumando sua cama, afinal ela vai ser bagunçada novamente, não vai? pra que arrumá-la todos os dias? que perda de tempo! Quando foi dormir, parou para pensar, como todas as outras noites após a primeira experiência que tivera, no que aquele sonho consistia: teria algum significado? Desistiu e foi dormir.
            O sonho daquela noite foi – felizmente ou não – diferente das demais. Ela estava caminhando para o fim escuro do túnel de onde as pessoas vinham. Quando chegou no fim dele, viu um grande trono, e nele sentado um homem, que a perguntou:
            - Não devias estar no portal?
            - Não tenho motivos. Não tenho razões. Nem explicações.
            - Já sabe tudo o que deves saber. Tu esperas as almas no portal e discutas com elas o que viveram, para que tenham noção do que acontecerá no julgamento.
            - Que lugar é esse?
            - Não é tempo para isso! uma alma vai para o túnel. Esperas no fim dele.
            Então tudo ficou escuro. E então abriu os olhos. O sonho acabou ali.
            Maldito despertador! por que não me deixou ver o que ia acontecer? Enfim, era hora de trabalhar. Ela odiava aquele emprego. Era formada em jornalismo e mesmo assim só conseguiu um emprego naquele jornalzinho mixuruca. Nem o dinheiro era bom, mas ela tinha outras opções? não.
            Abriu a geladeira, mas estava vazia. Nada mais normal, afinal só usava aquele muquifo para dormir. Foi para a pia passar o café. Os cômodos eram mal divididos, a cozinha era um canto do quarto, onde havia uma geladeira, uma pia e uma mesa redonda, que quase nunca era usada. O resto era um dormitório: uma cama encostada na parede de lado contrário à porta do lugar, que ficava na mesma parede onde a geladeira se apoiava; tinha uma estante na parede lateral onde guardava seus romances preferidos, alguns livros da faculdade e alguns outros que acabaram por ficar ali por não saber que fim dar a eles; do outro lado, havia uma escrivaninha, onde ficava sua fiel máquina de escrever – um presente que seu falecido pai havia lhe dado antes de morrer – e onde deixava seu notebook, que usava geralmente para trabalhar. O lugar era cheio de ídolos, em vários móveis e pendurados nas paredes: eram estátuas e quadros e símbolos e coisas penduradas nas paredes e livros jogados no chão. A bagunça no quarto predominava, já que ela só o arrumava quando recebia visitas. Sua moradia ficava em cima de uma técnica de computadores, onde se ouvia uma gritaria contínua entre o proprietário e o empregado – “imprestável, devia trabalhar consertando torradeiras” – e, às vezes, algum assunto no celular que ele queria manter em segredo. Nada disso era interessante para ela, já que, como foi dito, ela só usava aquele lugar para dormir. Saía de casa sem cumprimentar os “vizinhos”, mas não por falta de educação ou arrogância e sim por falta de interesse.
            Ia andando ao trabalho - o trabalho ficava ali perto. Eram algumas ruas, uma praça, e dava de cara com a editora. No caminho, sempre encontrava uma velhinha que cuidava de uma mercearia, onde sempre comprava maçãs ou peras para comer quando estava com fome. “Será que um dia ela vai envenenar uma de minhas maçãs? Apesar d’eu não ser tão branca assim...” pensava algumas vezes. A velhinha sempre carregava um sorriso no rosto, e recomendava a fazer o mesmo.
            - Os sorrisos atraem sempre boas vibrações. – dizia e arrancava um risinho dela.
            Cléo – sim, ela tinha um nome – não costumava rir. Não que fosse infeliz, mas era apenas uma menina entediada. Não tinha esperanças na humanidade, achava que todos os seres humanos eram igualmente irracionais e destrutivos. Preferia um cachorro a um semelhante. Era uma moça tímida. Talvez não tímida, mas era calada. Os olhos viviam percorrendo linhas escritas, às vezes revistas ou livros, às vezes suas próprias redações.
            Chegando ao trabalho, qualquer outro sentimento que tivesse se tornava uma mistura de aborrecimento e ódio. Ódio por não ter conseguido um emprego num grande jornal ou numa grande empresa, e aborrecida por lidar com textos cansativos e desinteressantes.
            - Devia ter cursado Direito, talvez estivesse num lugar melhor que este... – dizia isso a si mesma, às vezes em voz alta, varias vezes ao dia.
            De fato, daria uma boa advogada: havia senso de justiça nela. Não era sentimental, não se deixava levar por ladainhas como outras pessoas. E, incrivelmente, parecia fazer as pessoas se conformarem com seus destinos.
            Um dos colegas de trabalho, Rodolfo, sempre falava com ela. Não era bonito, nem viril, mas era uma boa pessoa. Via nela uma bela menina com quem queria muito mais que amizade.
            - Cléo, você não pode ficar desanimada assim. Você fica muito mais linda quando sorri. – e arrancava um risinho bobo dela.
            Era bonita. Talvez a personalidade a ajudasse. Tinha olhos castanhos, assim como seu cabelo ondulado. Usava óculos que havia ganhado há muito tempo e nunca o trocara, apenas suas lentes. Não era muito alta. Seu corpo não era o padrão que a sociedade desejava, mas era interessante: não tinha curvas acentuadas, mas o conjunto parecia perfeito. Era magra, e isso era visível ao observar seus braços e pernas. Usava roupas escuras, mesmo em dias de sol, juntamente com suas calças jeans. Talvez as roupas escuras fossem um reflexo de seu subconsciente. Era muito fechada; tinha poucas amigas e nunca se abria com elas. Olhava com realismo para as coisas, com muito realismo. Era fria e calculista. Vivia num constante conflito por não aceitar seus sentimentos: não queria se deixar apaixonar por ninguém.


--


o que acharam até aqui?

Um comentário:

  1. Daria um bom livro... Já Pensei em escrever algo parecido... Tenho um texto... Mas acho com pouca informação... Quando eu organizar meus ficheiros cerebrais Tentarei.... Achei Ótima a História.... Dica: Sempre que finalizar uma... sempre deixe algo que prenda a pessoa a aquela história para que ela sempre leia....

    ResponderExcluir