sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Ao José Eduardo (Zézinho)

Tem sempre aquele professor que voce tira como base de vida caso voce venha a ser professor algum dia.
Eu tiro como base dois caras que.. simplesmente são únicos: o Fernando e o Jose Eduardo.
O fernando faz mais de um ano que não vejo, é prf de historia. mas não vem ao caso.

O Jose Eduardo é prf de literatura, lá do casagrande.
Ele é uma pessoa "dificil de se conviver" - palavras dele mesmo.
Sabe o Dr. House? Pois é.. é quase meu prf. Ele é maldoso, cruel.. e ainda assim, faz com que os alunos o admirem. Ele é aquele cara que dá tirada nos alunos não só com qualidade, mas sim com uma comlexidade tremenda: ele usa literatura, filosofia e maldade! ele é assim, simplesmente alguém que tem tudo para ser odiado; mas que por fim... é amado por todos (à toda regra, sua exceção).

Ele é o cara que me ensinou que não vamos "no" banheiro. Nós vamos "ao" banheiro.
Me ensinou que não devemos julgar a arte pelo valor moral, e sim pelo valor artistico.
Me ensinou que Literatura não é uma arte emotiva.
Me ensinou a analisar as coisas pelo que elas são, não pelo que não são.
Me ensinou que precisamos de alguém para maltratar em nossa vida, que isso nos lava a alma.
Me ensinou que todos tem um "Dark-Side"
Me ensinou também coisas da matéria em si, mas que não vêem ao caso.

Ele nos fez dar altas gargalhadas.
Nos fez ficar varias vezes com uma "?" na testa,por não entendermos a piada.
Nos fez escrever poemas sem sentido algum (para nós) no caderno.
Nos fez entender que as pessoas enganadas são felizes.
Nos fez entender que ele não se surpriende ao ver uma criança piscando o olhinho.. Mas, "se o moleque aparecer lendo Camoes em russo! Aí sim!!!" - palavras dele.
Me disse que "os mano escreve tudo em redondilho" - palavras dele - 5 e 7 versos

Enfim, esse professor é simplesmente 'O cara'
Mas.. como tudo que é bom dura pouco.. Ele vai sair da escola. Não está arrumando tempo pra a gente.. então decidiu largar uma escola. Fiquei muito triste em saber disso, então.. sei lá, mano. Fiquei triste mesmo.
Vou mostrar aqui um poeminha que ele paga pau:



A uma ausência

Sinto-me sem sentir todo abrasado
No rigoroso fogo, que me alenta,
O mal, que me consome, me sustenta,
O bem, que me entretém, me dá cuidado:

Ando sem me mover, falo calado,
O que mais perto vejo, se me ausenta,
E o que estou sem ver, mais me atormenta,
Alegro-me de ver-me atormentado:

Choro no mesmo ponto em que me rio,
No mor risco me anima a confiança,
Do que menos espero estou mais certo;

Mas se de confiado desconfio,
É porque entre os receios da mudança
Ando perdido em mim, como deserto.
Antonio Barbosa Bacelar







Então.. é isso.
Sentiremos sua falta, Zezinho.

:'(

Nenhum comentário:

Postar um comentário