Não sou de escrever críticas porque acho que não sou boa
nisso. No entanto, hoje (dia 25/10/14) aconteceu uma coisa que precisa ser eternizada em forma
de texto. Não é bem uma crítica... É simplesmente um texto sincero.
Para um melhor aproveitamento do que escrevi, ouça as músicas nos links (não consegui encorporar ao texto). Clique nos links e ouça enquanto lê. Estou falando sério.
Hoje, meus caros, eu fui assistir ao musical do Rei Leão, no
teatro Renault. O espetáculo está lá há mais de um ano, eu acho. Quando
começou, eu surtei, pois sou uma enorme fã de Rei Leão. Quando eu era pequena,
assistia ao filme todos os dias na escolinha. Eu chegava muito cedo e ainda não
tinham outros alunos... Então a professora colocava o VHS do rei leão e me
deixava lá. Parte de mim acreditava, de alguma maneira, que eu era um pequeno
leãozinho... Talvez se eu imaginasse com fé, as pessoas enxergassem um leão em
vez de uma criança. Era esse o pensamento da época, mas isso se foi.. No
entanto, até hoje sei as falas e as músicas (em inglês e português).
Meu sobrenome, para quem não sabe, é Leão. A capa do blog é
um leão. Minha capa do facebook é, na maioria do tempo, o Simba dizendo que ri
na cara do perigo. Tenho um DVD original do Rei Leão. Tenho uma pelúcia do Simba
que veio da Disney, nos EUA. Meu ascendente é Leão. Um dos meus sonhos já
conquistados era passar a mão na juba de um leão. Bom, acho que deu pra ter uma
noção do quanto gosto da coisa.
No entanto, quando vi alguns vídeos do youtube, meu surto
passou. Achei péssimo que eles mudaram as músicas do filme, achei podre os
bonecos do Zazu, do Timão e do Pumba... Então ficou por isso mesmo.
No entanto, muitas pessoas começaram a me falar desse
espetáculo, então decidi assistir. Todos falavam sobre as roupas, os
cenários... Achei bobo gastar um dinheirão pra ver roupas e cenários. Fala
sério. Comprei os ingressos no começo de agosto. Balcão A, o segundo mais
barato. Como eu queria na primeira ou na segunda fileira, tive que esperar até
26 de outubro. O dia chegou, eu assisti...
... E cá estou eu agora: Sem palavras.
Melhorou um pouco quando luzes mostraram dois animais com
chifres arredondados de pé nos camarotes, cantando aos berros em resposta à
Rafiki. Abri aquele sorrisinho de surpresa, pronta para adicionar aquilo às
críticas verbais que eu faria quando falasse do espetáculo. Uma nota mental
para não se esquecer.
Então surgiram ELEFANTES vindos da plateia. Quase fiquei de
pé. “Olha aquilo, cara!”. A galera aplaudiu. Então o palco, de repente, ficou
cheio de animais da savana. A música se animou, os animais estavam em festa...
O novo rei havia chegado! Fui tomada por um estranho estado de animação junto
a todas aquelas criaturas. Parte de mim também queria festejar. Sinceramente, nem prestei
atenção na música traduzida... Na minha cabeça, a música era igual porque o sentimento era até maior que o normal.
Pelos arrepiados, olhos arregalados, corpo inclinado pra frente e o
mundo não existia.
TUM.
As luzes apagaram. Aplausos. Gritos. “Wow, o que foi isso?” Encostei
na cadeira e deixei que um pouco de ar entrasse nos pulmões. Por que eu estava
segurando a respiração nos últimos momentos? WHY? Mas ali, no teatro, eu não queria explicar mais nada.
Começou uma música nova... Então o ritmo se tornou conhecido.
Usaguantamano (?) sabensiminu (??)
Eu conhecia aquilo, sabia CANTAR aquilo, mesmo sem ter ideia
de o que diabos significava. Eu sabia cantar sem saber a letra, exatamente como
fazemos com qualquer música que gostamos não sabemos cantá-la de verdade... Um
sentimento um pouco antigo, de quando eu não manjava nada de nada de inglês. “Bons
tempos”, me deixei pensar.
Leoas cantando e dançando de maneira sincronizada. Uma caçada!! Pelos deuses, elas estão
caçando! Constatei isso no momento em que elas surgiram juntas, se
movimentando como uma onda, pés leves e movimentos felinos... Me empolguei. O ritmo africano me capturou de um jeito único. Aquilo não existia
no filme, mas estava parecendo bom... Pela primeira (mas não última) vez no
musical, desejei estar com o gravador do celular ligado. Queria ouvir aquilo de
vez em quando... Sorri. Uma jovem leoazinha surgiu: Nala!!
Ok, ok, calma, eu sei cantar isso... E O QUE EU QUERO MAIS É
SER RREEEEEEEEEEEIIII....Espera. e.e
A música estava errada. Eu ia começar a cantar e então era
uma música estranha, quase uma paródia... Aquilo foi tão... Ah. A chatice voltou e eu percebi que não gostava
da atriz mirim que fazia a Nala. Cruzei os braços e emburrei em minha poltrona.
Até que, é claro, eles me surpreenderam. As girafas se
inclinaram sobre a plateia vip! Tipo, 90º, a galera surtando lá em baixo. O
sorriso voltou pra minha cara. Como ficar emburrada com aquele tipo de coisa acontecendo?
Então as hienas. A melhor adaptação ever. Com um rock doido, os velhos Shenzi, Banzai e Ed no melhor
estilo da zona leste de São Paulo. Para completar só faltou um deles ser o
Jackson Five arrancando retrovisores dos carros na Radial Leste.
Então chegou uma música do Rei Leão 2. Primeiro fiquei um
pouco confusa, mas então... Meu deus. Melhor – parte – de – todas. Pra começar
que o ator que faz o Mufasa é perfeito.
A voz dele, a presença, o tom de pai mais velho... Tenha fé em você.. Estão em ti, estão em mim, estão cuidando, do que está
aqui, em cada estrela, em cada ser... No seu reflexo, estão em ti. Uow.
Arrepiou e foi a segunda vez que eu quis estar gravando aquilo tudo.
Novamente a boca estava aberta, os ouvidos concentrados e os
olhos vidrados. Mufasa não estava cantando para o ator mirim ao seu lado... Ele
cantava para todos os Simbas da plateia.
Ele pegou minha alma nos braços e a embalou com uma música enquanto ria baixinho. Eu era um filhote
de leão naquele momento.
Outro ponto de destaque extremo: O QUE SÃO AQUELES CORAIS?
Meu deus, nunca vi um coral de musical ser tão lindo! As vozes das cantoras se
juntavam de uma maneira única, se tornavam um só, uma voz que você pode julgar
pertencer à Mãe Natureza em alguma experiência pós-morte. Para muitos é uma
parte que pode se passar desapercebido, mas pra mim... Cara, vocês foram
perfeitas. Defino aquelas vozes como lindas, mas não sei colocar em palavras o
quanto amei isso.
Os tambores rufaram e o coral começou com aqueles “iiiihhh,
iiiiiiiihhhhhh, ihhhhh”. Era hora de nosso lindo, amado e divo Scar. Ainda que
um pouco cismada com o ator/personagem, ele teve seu momento de show. Com
comentários ácidos e engraçados, se Scar fosse um personagem de novela, ele
seria o Félix.
No entanto, acho que ficou faltando alguma coisa... Algo que
nos fizesse admirar o vilão, temendo-o e respeitando-o. Ultimamente tenho
comparado Scar com o (lindo, divo, tudo) Loki, interpretado pelo Tom Hiddleston.
Existe algo em comum neles, mas essa “coisa” ficou faltando no musical...
Talvez seja uma besteira minha.
Então surgiram hienas de todos os lados. Hienas cá, hienas
lá, hienas...! Rolou um pequeno samba doido e logo depois um tuts tuts com uns
gogoboys-hienas. Foi hilário. xD
Então a debandada. Preciso confessar que ontem fui dormir
pensando nisso. Como eles fariam a cena da debandada? Imaginei que seria tosco
se eles corressem em volta do palco... Talvez então o jovem Simba corresse
pelos corredores entre a plateia. Mentalizei uma dezena de atores correndo
atrás de uma criança e aquilo me pareceu o suficiente. Mas hoje percebi que eu
penso pequeno.
Não vou falar como é. Sério. Assistam. É a coisa mais
criativa desse mundo e, sinceramente, eu curti muitão.
O pequeno Simba está de parabéns. Ele realmente correu como
um leãozinho assustado.
Então Mufasa morreu. Surpreendentemente as lágrimas não
escorreram quando o Simba disse “pai, temos que voltar...!”. No entanto, os
minutos que surgiram em seguida fizeram as lágrimas virem timidamente, sem
escorrer, apenas ali, mostrando que também estavam assistindo à peça.
Nunca tinha pensado no luto das leoas... Nunca tinha pensado
que Mufasa era um rei amado e que seu povo sofreria tanto quanto nós, crianças
da década de 90. Então também me senti como uma das leoas, senti a dor da perda
e o peso de uma época dura que estava por vir. Elas precisavam ser fortes, como
leoas.
Paaaaaaaara descontrair, começamos com a filosofia YOLO –
You Only Live Once – também conhecida como Hakuna Matata. Achei que ficaria
estranho ter Timão e Pumba como bonecos. Dane-se. Eu não estava mais raciocinando
como uma adulta. Eu simplesmente esqueci disso, deixei pra lá.
Parte de mim queria levantar e começar a dançar também. Os
seus problemas, você deve esqueceeeerrrr! Cara! HAKUNA MATATA!! Eu estava
cantarolando baixinho com um sorrisinho no rosto e os pés batucando no chão. Só
lamento pela galera que estava do lado. Se eles resmungaram alguma coisa, eu
não ouvi. Eu era uma criança e estava ouvindo uma das minhas músicas
preferidas.
HAKUNA. MATATA.
HAKUNA. MATATA.
HAKUNA. MATATA.
ENTÃO APARECE O SIMBA ADULTO VINDO VOANDO EM UM SIPÓ! A WILD HANDSOME LION COMES FLYING
FROM NOWHERE!
E aqui acabou a primeira parte.
Segunda parte.
Um monte de passarinho voando no teto. Uma senhora atrás de
mim dizia sem parar: “Estamos no meio da floresta! Estamos no meio da floresta!”
Havia uma empolgação na voz dela que, com certeza, estava sendo refletida em
meus olhos.
Sabe quando você não sabe nem pra onde olha? Então.
O ator mais próximo cantava a música em coro com os outros e
eu conseguia separar a voz dele do resto do grupo. Ele cantava com alegria
suficiente para fazer qualquer ser humano sorrir. Olhei para trás. Ele não
estava simplesmente trabalhando... Ele estava colocando a alma naquilo que fazia.
Scar e seu momento... Depressivo?
Como a boa fã que sou, eu sabia da existência desse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=zl8gDjaHWWA
Pirei, é claro. Sempre quis ter aquela cena no filme...
Pensei que talvez no aniversário de 20 anos eles fizessem aquela parte, mas
não. Simplesmente existe esse vídeo aí, para o deleite dos plebeus.
Então de repente estava lá, Scar querendo ter filhotes com
Nala – ele tem idade para ser pai da jovem leoa, mas estamos falando da selva,
não de um filminho para 90’s kids. Oh Deus, eu gostei disso.
Então Nala vai partir. Abençoada por Rafiki e pelas outras
leoas que são sua família... Meu Deus, que música perfeita. Hoje não, mas sei
que um dia vou ouvir isso e sentir um aperto no coração.
Essa é uma música que não sei explicar o que senti.
Nas entrevistas de emprego, quando me perguntam qual animal
eu gostaria de ser, sempre digo “leoa”. Porque as leoas ensinam umas às outras,
são trabalhadoras, são leais, são corajosas...! Então essa música me fez abrir
os braços e dizer baixinho: “É disso que estou falando, cara. É isso que faz uma leoa ser uma leoa!”
Sério. Essa música foi como uma farpa que entra na pele e
você fica passando o dedo lentamente, sentindo o pedacinho de madeira e a
pequena dor que ela causa... Uma coisinha incômoda, mas meio que... Agradável.
Então, oh
shit, a música que foi right in the feels.
O começo foi meio hm,
ok, conte-me mais sobre isso… Então, pá: o coral começou e a lagriminha
escorreu no canto do olho.
Essa noite vai passar, sei que o sol vai nascer... sei que o
sol vai nascer, eu sei que o céu vai limpar, sei que o sol vai brilhar, sei que
o sol vai brilhar...
Ai fiz aquela cara de “não chora, não chora, não chora”. Já
era... O Simba começou a cantar com aquela bela voz. Pensei comigo mesma que
aquele pedacinho de música deveria ser recitado de vez em quando na minha
cabeça. Era um trecho lindo, sendo cantado em uma voz linda, com coreografias
lindas, com cores, vida e... Cara, era tudo tão lindo, tão perfeito, tão... tudo.
Aí eu te pergunto: o que aconteceu com o caaaaan you feeeeeeeellllll
the looooove tonight / Eeeeeessa noite o amoooorrr chegouuuu?
O que é “dá pra ver o amor aqui”?
O – que – é – isso?
Não gostei da música. Bjs. Não gostei da adaptação e não curti o texto dessa parte. Simples assim.
No entanto... Meu Deus, o que é aquele Simba cantando?! Uow
cara. Mas, sinceramente, também não gostei muito da Nala adulta. Ela era meio atriz de
novela mexicana, falava com drama, com um doce na voz... Meu, você é uma leoa!
Cismei com as Nalas, mas mesmo assim admito que fizeram um trabalho incrível.
Então puta merda. Segunda melhor música – sendo reprise da
melhor música (hu3). Nada vai se perder. Tenha fé em você. Está em ti, está em mim, está cuidando, do que está aqui.
E ENTÃO A WILD MUFASA APARECE NO CÉU!
Fiquei como uma criança olhando para Mufasa se
materializando, quase acreditando em mágica. Eu não quis saber como aquilo foi
feito, se era um rosto físico, se era uma luz, se era 3D, se eram alucinógenos
na Pepsi, não importa. Eu estava simplesmente ouvindo Mufasa, como se eu não
soubesse que ele iria aparecer para o filho. Fiquei lá, de boca aberta,
tentando guardar as palavras do velho leão. Palavras essas que voltaram a
atingir todos os leõezinhos da plateia. Palavras que arrepiaram e fizeram o ar
ficar preso nos pulmões... Eu sei de cor o que Mufasa fala, mas naquele momento
parecia estar acontecendo uma coisa única, que nunca tinha acontecido antes.
Olhe dentro de você mesmo, Simba.. Você é bem mais do que se
tornou. Você tem que ocupar seu lugar no ciclo da vida. Lembre-se de quem você.
Você é meu filho e rei legítimo.
ARREPIOS E-T-E-R-N-O-S.
Estou escrevendo isso e ouvindo a música. Me arrepiei
outra vez. Braços e pernas como se fosse um porco espinho. Dei play novamente e
adivinhem o que aconteceu. Sim, voltei a me arrepiar.
Lembre-se de quem você
é.
Então, naquele momento, percebi que EU tinha me esquecido de
quem EU era. Onde estava a criança que fazia isso antes? Por que eu estava tão
desacreditada nas coisas? Por que tanta crítica? Por que eu estou vivendo desse
jeito há anos? NÃO! Lembre-se de quem
você é. A frase me atingiu com força e quase me derrubou da poltrona.
Talvez sabendo que a música e a cena quase nocauteasse algumas pessoas, o momento acaba e Rafiki traz de volta um pouquinho de humor.
Talvez sabendo que a música e a cena quase nocauteasse algumas pessoas, o momento acaba e Rafiki traz de volta um pouquinho de humor.
Então Simba decide voltar e o cenário fica colorido, com
gente cantando essa música linda. O cara estufa o peito e canta com todas as
forças. Uow. ESCUTA ISSO, CARA! Ele ruge cantando! Ele é um rei! SDFGHJKLASFG ~FANGIRLING~
E Simba vai atrás de seu lugar no Ciclo da Vida.
Amei essa parte porque as hienas e as leoas se enfrentam de
uma maneira única. A batalha é uma dança sincronizada, um ballet cheio de
saltos e giros e tudo e meu deeeus, um correndo atrás do outro... No meio ao
caos, você percebe beleza. Foi um pensamento filosófico, uma coisa bonita... Da
morte vem a vida, da chuva vem a grama, do caos vem a ordem.
Aquela musiquinha clássica... Aquele aperto no coração...
Apreensão, como se eu nunca tivesse visto Rei Leão na vida... ENTÃO COMEÇA O
CORAL E O SIMBA COMEÇA A SUBIR A PEDRA DO REI.
ARREPIOS ETERNOS NOVAMENTE.
Olhos abertos, coluna inclinada pra frente, boca aberta, pés
fixados no chão... Que-coisa-mais-linda. A emoção de quando Simba sobe na Pedra
do Rei é ÚNICA nesse mundo.
TUM.
PESSOAS APLAUDINDO.
PESSOAS GRITANDO.
PESSOAS FICANDO DE PÉ.
Eu me levantei quase que num pulo e comecei a aplaudir com tanta
força que minhas mãos queimavam. Gritei como fazia quando era pequena e pensava
que era um leãozinho de verdade.
Agora, como uma leoa adulta, rugi em agradecimento a todas
as pessoas que trabalharam naquele espetáculo, em agradecimento aos vários
minutos de queixo caído e, principalmente, em agradecimento por terem me levado
de volta à infância. Eu não gritei, eu rugi.
Exatamente como as leoas fazem ao final, respondendo ao chamado do novo rei.
Sim, era assim que eu me sentia. Parte de mim era o Simba que subiu naquela pedra e parte de mim era uma leoa que aceitava seu verdadeiro rei. Rugi o mais alto que pude.
As cortinas voltaram a se erguer e os personagens vinham ao
centro do palco. As vivas iam duplicando a cada personagem... Zazu, Timão e
Pumba, Rafiki, Scar, Nala(s) e Simba(s). Aplaudia com força, numa quase fúria por não
conseguir fazer mais barulho. Voltei
a gritar e olhei ao redor por um instante. Tinha um cara de seus 35 anos aos
berros, exatamente como eu. Ele aplaudia com as mãos erguidas, gritava tão alto
que pensei que os pulmões poderiam cair para fora... E sorri.
Éramos todos leões orgulhosos de seu rei Simba. Crescemos
com ele, entendemos seus dramas... E ele voltou ao seu lugar no Ciclo da Vida!
A orquestra continuava a tocar.
As pessoas começavam a sair apressadas. Eu sai andando meio sem raciocinar, seguindo aquela debandada de gente. A música continuava, meu coração ainda era deles. A música ia no fundo da alma e eu não queria sair dali... Como ciganos que roubam crianças, aqueles músicos estavam me sequestrando espiritualmente. Não estava pronta para deixá-los enquanto não parassem de tocar.
As pessoas começavam a sair apressadas. Eu sai andando meio sem raciocinar, seguindo aquela debandada de gente. A música continuava, meu coração ainda era deles. A música ia no fundo da alma e eu não queria sair dali... Como ciganos que roubam crianças, aqueles músicos estavam me sequestrando espiritualmente. Não estava pronta para deixá-los enquanto não parassem de tocar.
Terminaram quando eu estava prestes a descer as escadas.
Larguei o último grito preso na garganta. Esse eu tenho certeza de que todos
ouviram (hu3). Foi um “UOOOOWWWWLLLLLLL!” digno de um Tarzan. Os músicos também mereciam um rugido, não?
Isso define meu estado de espírito agora, às 2 da manhã,
sendo que o espetáculo foi às 16hs de ontem. Comecei a escrever meia noite
porque julguei que só agora estava em condições de colocar em palavras.
Então, por favor... Se alguém que participa dessa linda obra
está lendo isso, saiba que você tem meu agradecimento... Do fundo da minha
alma. Obrigada por trazerem de volta o leãozinho que eu já fui.
Lembre-se de quem você
é.
-------
Atualização:
Alguns dias depois de escrever isso tudo, eu ainda não tinha superado a experiência. Por um acaso do destino acabei encontrando o Instagram do Cesar Mello, o ator que interpreta Mufasa. Com a cara de pau que me é peculiar, elogiei o lindo trabalho que ele e todos os envolvidos estavam fazendo... E enviei o link desse post... E ele me respondeu <3 nbsp="" p="">
Fiquei realmente muito feliz em saber que meus elogios chegaram aos elogiados.
<3 p="">
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