Existem dias em que você não quer sair da cama. Você sente
isso logo pela manhã, mas tenta ser um pouco positivo... Pensa naquelas frases
de facebook que dizem que você faz o
dia ser bom ou ruim.
Acordei cedo, como sempre. Fui até a janela para verificar
se estava chovendo. O céu estava cinza escuro, mas o asfalto da rua estava
seco. Moro em apartamento, então abrir a janela e sentir se o ar está frio ou
não é besteira.
Abri o tablet e chequei a previsão do tempo antes de me
vestir. Média de 16ºC. Delicioso, pensei. Coloquei uma blusa fina, escovei os
dentes, prendi o cabelo (que parecia uma juba) e fui tomar café.
Saí de casa, esperei o ônibus e logo o mardito chegou. Entrei
apertada, no cantinho que sobra no último degrau e fiquei lá, na minha.
Para quem pega ônibus todo dia em São Paulo, existem leis
que aprendemos na marra. Uma dessas leis é que NÃO SE COLOCA o pé no canto do
último degrau do ônibus. Esse último degrau NÃO foi feito para que os
passageiros fiquem ali, mas mesmo assim, ficamos.
Se você deixa seu pé naquele canto, você perde sua perna. Eu
sei, mas logo antes da porta abrir, alguém se apoiou no meu ombro e eu fui obrigada
a colocar o pé ali para me equilibrar.
Segundos depois eu estava ali, presa, agonizando como um
leão preso em uma armadilha. A porta estava aberta. Parei de me debater e
tentei relaxar... As pessoas se puxavam pela porta para poderem entrar, e meu
pé... Santo deus. Estava doendo.
O momento de horror acabou. Meu pé parecia ter sido
destroçado. Quando finalmente cheguei à catraca, meu bilhete estava sem
créditos. Odeio quando deixo os créditos acabarem. É a prova de minha
irresponsabilidade.
Fiz uma prova na faculdade... E começou a chover. Chover muito.
Chover pacas. Eu ainda precisava colocar créditos no bilhete.
Bom... Cheguei em casa, fui dormir... Tive sonhos ruins. Na
verdade, sonhos bons, mas quando acordei, notei que eram só sonhos, então não
eram tão bons.
Minha mente, meus caros, é minha pior inimiga. Ela me
tortura.
Meu pé ainda dói. Minha mente dói mais.
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