quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Poderes, evolução, deuses e questionamentos gerais

Quando eu era criança, gostava muito de assistir os desenhos que passavam de manhã no SBT. Pra falar a verdade, se hoje em dia eu tiver um tempinho livre, estarei assistindo desenhos. Não qualquer desenho. Odeio Bob Esponja e nunca fui grande fã de Dragon Ball (não me julguem!).
Havia um desenho que eu considerava (e ainda considero) como o melhor e mais marcante da infância: X-Men: Evolution. Eu chegava em casa correndo, tirava o uniforme, pegava o almoço e corria pro sofá. A correria era tão precisa que na maioria das vezes eu chegava exatamente na abertura do desenho. Uma sensação de poder se apossava da mini-eu.
Essa garotinha que cresceu assistindo X-Men pensava se aquilo era mesmo um desenho. E se a ideia fosse um desenho para capitar a atenção das crianças e abrir os olhos delas? E se o “gene X avançado” fosse apenas uma metáfora para o gatilho que libertasse nossos poderes? E se o cara que fazia aquele desenho na verdade fosse o Professor Xavier de verdade? Tudo fazia sentido!
(Uma questão: O "X" em "X-Men" vem de "gene X avançado" ou vem do nome do dono da instituição (Xavier?). Será que o Xavier representa o gene X avançado? Mistéérrios que cercam minha infância).



Tendo isso em mente, eu era uma criança estranha (ou talvez o oposto seja melhor: eu era uma criança estranha por ter isso em mente). Eu tentei várias vezes fazer com que meus poderes se manifestassem. Tentei mover objetos, ler mentes, tentei fazer com que minha mente fosse lida, tentei controlar cada um dos quatro elementos... Não rolou.
Anos depois eu continuava com as ideias de seres humanos avançados. Eu deveria ter meus 13 ou 14 anos quando comecei a pesquisar sobre “crianças índigo” na Wikipédia. Depois comecei uma onda de viagens no tempo e John Titor. Não contente, com maus 16 anos (e à beira do suposto fim do mundo em 2012) eu comecei com umas teorias sobre o fim do mundo (não quero entrar na questão, mas acredito que entramos em uma nova fase da Humanidade, então nosso mundo pré-2012 acabou sim).
Quando eu fiz 17 e sobrevivi ao fatídico 21/12/2012, arranjei novas maneiras de ocupar a mente. Adquiri um hábito muito interessante: em todas as férias escolares, meus horários voltam a ser mais noturnos que diurnos e eu gasto horas pesquisando assuntos na internet. Desde o funcionamento de buracos negros até experiências nazistas do Anjo da Morte (dediquei um bom tempo a esses dois assuntos, por exemplo).
Entrei numas ondas doidas de maçonaria (não no sentido conspiratório, e sim por respeito aos maçons). Comecei a ler mais livros e gastar mais tempo pesquisando sobre religiões antigas. Além disso, durante as férias me dedico a escrever meus contos e romances.
A criança que pensava que X-Man era, na verdade, uma mensagem para as crianças se libertarem de suas próprias mentes evoluiu e (risos) continua achando que existem seres humanos mais evoluídos por aí. Não sei se eles podem voar, atravessar paredes and shit; mas acho que existe alguma coisa.

Estamos num constante processo de evolução. Nossa espécie é dominante no mundo justamente por isso. Eu, você e todos os outros somos a prova disso. Nossos polegares opositores nos lembram disso a todo momento.
Então por que parar a evolução por aí? Ao meu ver, milagres podem ser feitos por humanos mais evoluídos. Jesus, maybe?
Como sabemos se o filme Lucy não tem lá certa razão? Não que você vai comer cocaína e usar 100% do seu cérebro (ou talvez use, na sua concepção). Mas como vamos saber se ao evoluirmos não nos tornaremos uma espécie de Deus?
Como saber se os deuses não eram/são seres humanos evoluídos? Os teóricos dos Antigos Astronautas oferecem bons argumentos para esse pensamento. Talvez esses humanos tenham gerado e conduzido a vida na Terra. Talvez eles sejam de fora desse planeta (dessa galáxia, dessa dimensão). Talvez eles sejam nossa própria espécie do futuro que viajou para o passado.
“Ah, isso é besteira”. Você tem provas pra dizer o contrário? Não. Eu também não tenho provas pra afirmar qualquer outra coisa. Questionar, na minha opinião, é o Santo Graal de nossa existência. Questionar faz com que a gente evolua.
E, segundo esse pensamento, como saber se somos reais? Descartes disse que “penso, logo existo”. Não acho essa explicação suficientemente boa. Eu aposto que milhares de pessoas pensam nisso por dia e a grande maioria delas aceita essa frase famosa como resposta. Meu professor de Filosofia do Ensino Médio disse que cogitar a possibilidade de não sermos reais já é uma prova da nossa realidade. Em um sonho, nós não questionamos a realidade e SE fizemos isso, vamos acordar.
E os sonhos lúcidos? Em mais um dos meus “experimentos de férias” mais recentes, tenho trabalhado com isso. Até o momento meu progresso foi ridículo (não me esforcei muito, mas enfim), mas a proposta é justamente se opor à falta de consciência. Controlar um sonho sabendo que trata-se de um sonho é digno de um deus.
Então, volto a dizer: como sabemos se isso é real? Como saber se os outros são reais? Será que tudo isso faz parte do Show do Truman? Taí outra coisa que eu pensava quando era pequena. 


Existem outros eus? Realidades paralelas? O que é o deja vu? Já acreditei que os deja vus eram o momento decisivo em que fazíamos novas realidades. Escolher fazer ou não determinada coisa gerava uma duplicidade de mundos (em um você fez, no outro você não fez). E cada mundo tem a oportunidade de gerar novos deja vus. Hoje em dia não acredito nisso. A "falha na Matrix" parece ter mais sentido que essa teoria louca. 
Acredito em realidades paralelas, mas acredito que é um número limitado delas onde apenas grandes feitos são alterados. Talvez a segunda guerra não tenha acontecido em um, enquanto em outra nós já estamos em um cenário pós-apocalíptico. 
Outra coisa que mexe com minha cabeça é o "tempo". Na minha opinião, trata-se de uma "energia/força/sei lá" que ainda não entendemos verdadeiramente. Está aqui, nós sabemos medir... Mas é como a gravidade antes de Newton e sua maçã. Eu acho que viagens no tempos são uma certeza no caminho da evolução. 

Já assistiram Interestelar? É um dos melhores filmes do mundo. Sério.

Por que existimos? Por que temos emoções? Por que nós? Se somos tão evoluídos, como nossa sociedade é tão desorganizada? A desorganização é proposital? Existe alguém que mantém o mundo? Seriam 13 Grandes Famílias? Seria alguma espécie de Deus? Até mesmo formigas são mais organizadas, por que? Somos ensinados ou nascemos assim? A consciência é oposta ao instinto? O instinto é sinônimo de razão? Ou seria sinônimo de emoção? Sendo assim, a consciência é oposta à razão e/ou emoção? Seriam as três coisas opostas ou complementos?
Um bebê nasce sabendo que precisa mamar. Instinto. Nós ensinamos a falar. Razão. Ele chora. Emoção. Estamos criando esse filhote de uma maneira certa ou errada? Será que ele deveria viver como o Tarzan, à base de instinto? Será que ensinar é corromper?
Acredito que conhecimento traz tristeza, mas nos deixa mais próximos de... “algo”. Não sei o que é, mas costumo dizer que não se nega conhecimento a ninguém. Ao meu ver, conhecimento é uma das coisas primordiais de nossa espécie. Temos um cérebro desenvolvido, então seja por culpa da evolução ou de Deus, precisamos usar o que nos é oferecido (ou o que alcançamos).
Estive lendo um livro em que os protagonistas tiram um tirano do poder. Esse tirado diz ser Deus. Os protagonistas então começam um dilema sobre estar fazendo o bem ou o mal. Não sou religiosa, só pra deixar claro. Nem monoteísta eu sou, mas pensem comigo: Se Deus (o da Bíblia cristã) faz tudo porque quer, então não deveríamos ajudar outras pessoas, certo? Se Ele fez a pessoa cair no chão, quem sou eu para ajuda-la a levantar? Se Ele fez uma criança passar fome, quem sou eu pata dar comida? Se damos comida a essa criança, estamos fazendo o bem ou o mal?
O que é o bem e o mal?
Eu não acho que os deuses estejam no controle total de nossas vidas. Elaborei uma teoria inspirada no “Ka” egípcio. O Ka é nossa sombra. Tudo tem um Ka; desde uma pedra até uma pessoa. O Ka aparece quando nascemos e fica conosco até morrermos. Nossa sombra é, na verdade, parte dos deuses e quando morrermos, ela volta para a “morada celeste”.
Basicamente, meu pensamento consiste em: parte dos deuses está conosco o tempo todo. É nossa sombra e está conosco em todos os momentos de nossa vida, então um pedaço dos deuses nos acompanha o tempo todo. Essa “centelha celeste” não vai te defender de um bandido, mas vai acompanhar seus movimentos se você o fizer. Seu Ka não é nem bom e nem mau. Ele é o que você fizer dele. Entende a metáfora?
Eu SEI que a sombra é uma coisa física, mas a questão é a metáfora envolvida. Os cristãos poderiam dizer que somos acompanhados por anjos da guarda, mas eu digo que somos acompanhados por nossos Ka. O anjo da guarda é bonzinho e te defende do mal. O Ka é você. É basicamente um “apoio moral” que os deuses te dão. Imagine Hórus dando um tapinha nas suas costas e dizendo: “Tamo junto, mano!”.
Se você dizer que um pedaço de um deus com cabeça de gavião está te acompanhando 24 horas por dia durante todos os seus dias de vida, duas coisas podem acontecer: a) você pode ser exorcizado por aquela tia crente. b) sua família marca consultas com o psiquiatra.
Então, volto a dizer: o que é bem e mal? Seu anjo da guarda é bonzinho, seu Ka é o que você quiser. Contrariar Deus é errado, mas ajudar alguém que está na merda é certo.
Ao meu ver, nós somos o que nós fazemos de nós mesmos. Somos o que queremos ser. Não tem essa de guerra entre o bem e o mal. A coisa é mais pra ying e yang. Temos que fazer o bem se acharmos certo, não se algum deus mandou. Temos que ensinar um bebê a falar se julgarmos certo (se não quiser, o conselho tutelar vai cuidar disso). Temos que fazer o que queremos que seja nosso Ka.
Nós somos nosso Ka ou nosso Ka somos nós?
Depois de toda essa reflexão de madrugada de férias, ainda não respondemos: como sabemos que somos reais? Como sabemos que X-Man não era realmente um plano do Professor Xavier da vida real? Como podemos cogitar a possibilidade de ter alguma certeza?



Obs: o texto acima foi escrito ontem, umas quatro da manhã. 
Obs2: não houve consumo de drogas lícitas ou ilícitas. 
Obs3: O texto começou como uma crônica, mas perdi o controle.


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