quinta-feira, 27 de novembro de 2014

642 coisas sobre as quais escrever #28 - como colar na escola?

Veja a lista completa em: http://goo.gl/9KqNJm

28. Escreva uma carta à uma criança, explicando-a como fazer certa coisa.
O texto é para teens, não para kids.


Aprenda a colar na prova com a titia Leão

1. Antes de mais nada, você precisa aceitar que essa é uma coisa errada e muito feia. Só deve-se colar quando suas esperanças naquela matéria acabaram. Você também precisa ter a noção de que isso vai ser péssimo para o seu aprendizado.

1.1.1 Primeiro: os professores não são estúpidos. Pense sempre nisso.
1.1.2 Aceitou? Entendeu?
1.1.3 Então vamos lá.

2. Existem várias maneiras de colar. Lembre-se sempre de não colocar seus amigos em risco. Se alguém tem que levar a culpa, esse alguém é você.

2.1 Cuzculega

2.1.1 Não pense que o nerd da sala vai te ajudar. Ele é um mané e vai ficar muito bravo se você pedir cola pra ele. Então, esquece. Seus alvos devem ser os meninos do fundão (seja sempre amigo(a) deles. É ali que você vai rir mais).
2.1.2 Se você é amigx do pessoal do fundão, seu lugar na sala é com eles. Em hipótese alguma mude de lugar no dia da prova. O professor sabe onde você fica normalmente, então vai achar suspeito que você saia de lá. Então, sente-se em seu lugar normal.
2.1.3 Seus olhos precisam estar tão atentos quanto seus ouvidos. Quando o professor estiver de costas, chame a atenção de algum amiguinho e sinalize a questão que você está em dúvida.
2.1.4 Não pense que ele pode ler seus lábios. Faça com a mão o número da questão e espere que ele responda - também com a mão.
2.1.5 Você também pode usar um papel para passar cola para os colegas. Disfarce sua letra, porque algum idiota pode acabar deixando o professor pegar o papel. O papel pode ser substituído por uma borracha. Nesse caso, diga sonoramente (mas sem berrar): "Juciscreydson, me empresta a borracha?". Não murmure pro amigo e depois pegue a borracha. Isso vai ser suspeito.

2.2.1 Se a pessoa que vai te passar cola está sentado atrás de você, as coisas se tornam mais fáceis. Combine previamente como será a comunicação da dupla. Você pode bater lentamente na mesa para indicar a questão duvidosa ou desenhar na prova (ou na mesa). Seu amiguinho poderá te responder "desenhando" a resposta nas suas costas, portanto, sente-se de maneira ereta, não como um corcunda.
2.2.2 Outra maneira é o cochicho. Essa é uma coisa mais arriscada. Você falará sozinho, indicando qual sua dúvida. Seu amigo que está parecendo um papagaio de pirata ouvirá e vai cochichar a resposta.
2.2.3 complicação: o professor pode mandar os alunos manterem certa distância entre si


2.2 Sozinho
2.1.1 Pode-se fazer um papel em casa. Aconselho que seja um papel bem pequeno, algo menor que um cartão de crédito. Escreva lá TODA a matéria. De certo modo, você já está estudando.
2.1.2 Guarde esse papel em seu estojo ou alguma coisa que fique em cima da mesa.
2.1.3 Olhe para o nada com cara de concentração enquanto sua mão abre lentamente o estojo e deixa a cola em posição.
2.1.4 Leia o texto, encontre o que você quer e só então comece a escrever. Não copie deliberadamente da cola.
2.1.5 escreva tópicos em sua mesa. Em letras miúdas, claro.

2.2.1 Se possível, levante-se e vá até o professor para tirar uma dúvida. Na volta, dê uma boa olhada na prova dos colegas.
2.2.2 Se possível, combine com um colega para que uma caneta caia e você se abaixe para pegar. Isso dará alguns segundos a mais para dar uma olhada na prova do amiguinho.

2.3.1 O celular pode ser uma boa opção, seguindo a mesma linha de raciocínio da cola de papel. Coloque-o no meio das pernas ou dentro do estojo, mas pelo amor de Toth... DEIXE. NO. SILENCIOSO.
2.3.2 Escreva as colas em um bloco de notas.
2.3.3. Procure a resposta no Google
2.3.4 Faça um grupo no Whats e compartilhe a prova com todo mundo.

^ na minha época não tinha isso.

2.4.1 Livros em baixo da mesa são algo muito arriscado. Não faça.
2.4.2 Se fizer, tome cuidado. Deixe o livro lá desde o começo do dia e mantenha a página devidamente sinalizada, pois você não terá tempo pra ficar caçando a matéria no meio do seu caderno de um milhão de folhas.
2.4.3 Não faça movimentos bruscos. Pense no professor como um leão faminto.

3.1 E se o professor te pegar?
3.2 Não chore. Peça desculpas e diga que você estava desesperado.
3.3 Diga que você estava muito nervoso porque nunca tinha colado na vida.
3.4 NÃO ENTRE EM PÂNICO. Se você correr de um cachorro, ele vai saber que você está com medo e ele vai te morder.
3.5 Sorria e acene.


Observações gerais:
- SEMPRE confirme se as provas são iguais. Conheço professores de exatas que mantinham o mesmo texto, mas mudavam os números de 10 para 100... De 100 para 1000. Quando você bate o olho, geralmente só lê as primeiras palavras do texto. Então tome cuidado.
- Faça siglas, histórias e musiquinhas na sua cabeça. Entenda o que você vai precisar para a cola.. Quer dizer.. Prova!

Exemplo: Reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie.
Era uma vez um reino muito distante. O filho (filo) do rei pertencia à minha classe. Ele seguia ordens da família e sempre assistia seriados quando chegava em casa, principalmente do gênero dramático. Faz parte da nossa espécie, né?

Ou então anote na mesa o seguinte: ReFiCla OrFaGêEs
É fácil lembrar de "reflica orfagêes". Parece com "recicla", né? Então metade do assunto você já decorou.




Também tem várias outras maneiras de colar, mas exigem mais trabalho. É o tipo de coisa que você vai precisar na faculdade, não na escola. (hu3 hu3 hu3 hu3 hu33333)





Colar não é crime, mas não é legal. Tente não se tornar um dependente disso. Sério.

Quando confrontado pelos seus amiguinhos moralistas (que no futuro vão acabar se tornando bem piores que você), diga: quem não cola, não sai da escola. É um clichê tosco, mas válido.

Espero ter ajudado, jovens gafanhotos.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

642 coisas sobre as quais escrever #26 #27

Lista completa: http://goo.gl/9KqNJm

26. Um argumento para o jantar de família aos domingos (sim, muita gente faz esse tipo de coisa).

Não gosto de criar argumentos, mas sou a pessoa com a língua mais afiada da família. Os argumentos simplesmente surgem do nada e acabam tomando conta do momento. Sou completamente contra essa história de "política e religião não se discute". Por que não se discute?
Já saímos da Idade Média, galera! Tem que discutir sim! Tem que ter dialética platônica sim. 
No entanto, existem assuntos que eu espero que alguém aborde, porque sei que vai dar briga e não quero ser a responsável pela implantação da ideia. Legalização da maconha, legalização do aborto, pena de morte e religião são alguns desses assuntos.
Só pra constar: sou a favor de todos esses assuntos, mas TODOS precisam de moderação e senso crítico. Não é pra você ter uma fazenda de cannabis, abortar uma vez por mês, matar o cara que roubou pão na casa do joão e muito menos ir pra uma igreja sem saber o que está fazendo lá. Tudo nessa vida precisa ser pensado.
Mas, de todos esses, religião é o melhor assunto.
AMO quando algumas pessoas dizem/pensam: "você vai pro inferno se não acreditar em Deus". Isso atiça meu lado "drgãozinho". É assim que minha mãe diz que eu fico depois que alguns assuntos começam a ser abordados.

Enfim... O principal argumento é: Eu faço bem ao próximo e vou pro inferno. Você não se mexe pra ajudar sua própria espécie e vai pro céu. Confere? 

*tem um argumento ainda melhor, mas não posso falar porque o blog é público e, como disse, não quero ser o estopim para uma guerra civil na família. 

Só pra deixar claro: sou agnóstica. Respeito todas as religiões e espero o mesmo vindo dos outros. A partir do momento que as pessoas querem empurrar sua crença para mim, tenho o direito de debatê-las. Acredito que toda religião tem seu grau de verdade e que precisa ser interpretada. 




27. Como escritores com "bloqueio" se sentem? (acho que sabemos muito sobre isso, né hehe)

Com o perdão do palavrão.. É foda.
Eu escrevo desde os meus.. 13 anos? 14?
Na época eu achava que era uma super mega master escritora. Escrevia sem parar, levava o notebook para as viagens e evitava sair com amigos porque precisava escrever. Eu queria que todos os meus amigos lessem e que meus parentes me dessem algum crédito... Uma das minhas histórias favoritas tinha bem mais de 400 páginas (de puro tempo gasto com besteira).
Em 2012 eu escrevi uma história que achei muito boa. Na minha cabeça, aquele seria meu best seller e acabou. Vendi a ideia para uma dúzia de editoras e (obviamente) nenhuma das grandes se deu ao trabalho de responder. 
Uma desconhecidinha me respondeu dizendo que super topava. Nossa, nunca fiquei tão feliz. Comecei a conversar com o cara e então ele me disse que eu tinha que pagar o valor de um carro pra publicar. Não, eu não tinha o dinheiro.
Meu mundo caiu.
Por (bem mais) de um ano eu parei de escrever. Escrevia contos, lia minutos depois e apagava. Era tudo lixo.

Foi um momento... triste.

O tempo passou e eu comecei a escrever uma nova história. É algo medieval, meio Game of Thrones, uma mistura com a sociedade de Mistborn, um pouco de clichê e um conteúdo mais velho. Sim, eu gosto dessa história. O sonho de publicar um livro voltou à minha vida, mas agora tenho a noção de que não será uma coisa que acontecerá tão cedo.
Mais uma coisa mudou: não quero que gente conhecida leia.
Não que o conteúdo seja Uow. Não... É só que é estranho que as pessoas tenham acesso a minha história. Não sei explicar, mas percebi que vários futuros escritores também têm isso.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

642 coisas sobre as quais escrever #21 #22 #23 #24 #25

Veja a lista completa em: http://goo.gl/9KqNJm

21. A última vez que você chorou.
Escrevi um texto enorme sobre o meu "não-choro" quando de repente me lembrei da última vez que chorei: no musical do Rei Leão (só até dezembro pessoal, corre lá).
Chorei feito uma criança. Simples assim.


22. De que maneira alguém já salvou a sua vida?
"Salvar a vida" é uma coisa muito profunda para alguém que mal chegou às suas duas décadas de vida. Posso dizer que já aprendi muito com muitas pessoas. Há alguns anos (leia cinco anos), eu era uma pessoa bem tosca. Tinha uns pensamentos ridículos sobre política e religião. Não tive um mentor político, mas comecei a pesquisar e entender algumas coisas. Por alguma razão eu era meio anarquista, mas não sei de onde veio tal influência.
Hoje em dia continuo tendo opiniões fortes, mas com o mínimo de noção. Mesmo assim, acredito que meu pensamento continuará mudando. Eu prefiro seeeeer, essa metamorfose ambulante (8)

Mas o que eu estou dizendo não faz o menor sentido com a pergunta acima. A questão é que, ao meu ver, até o momento, ninguém salvou minha vida. Tenho uma vida pacata, sem muitas aventuras emocionais... Sou/procuro ser controlada e independente na medida do possível, então eu gostaria de responder isso daqui alguns anos.

23. Onde você estará daqui a 1 ano?
Essa é uma pergunta terrível.
Uma vez li em algum lugar a frase "O homem planeja e Deus ri". Nada mais verdadeiro. É claro que podemos fazer planos, mas eles não saem da maneira que imaginamos...
Ano que vem eu espero estar em outro emprego, ganhando melhor, continuando a faculdade e tendo os meus amigos e familiares por perto/vivos. Gostaria de ter mais conhecimento e ser uma pessoa melhor, das várias maneiras possíveis.

Os planos para 2017 são mais interessantes.
Planejo fazer um mochilão para o Peru (YEAH!) e depois entrar em algum programa de Au Pair (ir pro exterior pra cuidar dos filhos dos outros). O mochilão é para crescimento espiritual (descobrir o mundo seguindo meus pés, etc, etc). O Au Pair é para ficar com o inglês perfeito. Um ano nos Estados Unidos é o suficiente.

Em 2018 planejo voltar para o Brasil e ficar aqui algum tempo, mas só o necessário para partir (talvez) para sempre. Quero morar no Canadá por pelo menos alguns anos, tentar me adaptar e construir uma vida lá... Mas se não der certo, eu volto com o rabo entre as pernas.

Sobre o quê fazer em seguida, eu não sei.



24. Escreva um poema sobre 'tomate'. OI? QUÊ? HEIN?
Não, sério.... HEHEHUEUUHUEHUEHUEHUE
Vamos lá...

Tomate

De pele escarlate, vermelha, 
Como o amor, centelha,
Ainda que com paixão,
Encontrado no lixão.

Nascido em Gaia, 
Filho de Persefone, 
Ilustra a ordem "saia!",
Sutil como um megafone 

Nos lábios, luxo
No rosto, lixo
Tão acusador quando, 
Envergonhado ando

Jogado aos ruins,
Alimentando porcos, 
Tomates encontram seus fins, 
E acabam sendo mortos.

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Posso dizer que estou rindo de verdade com tal expressão artística vinda de minha pessoa.
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25. Quem você torce para ganhar o Prêmio Nobel?
Eu ia dizer a Malala, mas ela já ganhou.

Eu não sei os nomes das pessoas que fazem coisas grandiosas. Talvez o cara que fez o satélite pousar no cometa? Talvez o cara que descobriu que uma espécie de pássaro consegue "criar" músicas humanas?
Eu não sei muitas coisas, então meio que não torço pra ninguém.
Meu pai dizia que queria ganhar um nobel, mas... não, né? Ele não é cientista, pacifista e nem nada que chegue a um nobel. Se fizesse, torceria por ele \õ








segunda-feira, 10 de novembro de 2014

As aventuras de Leão #4 - Pobres estagiárias

Antes de começar a ler esse texto, você precisa estar consciente de que sou uma estagiária. Assim como reza a lenda da internet, estagiários sofrem. Não que eu precise pegar cafezinho pro meu chefe, mas acredite: minha função no Universo é ridíc..  um pouco menos do que eu planejava quando comecei a faculdade.

Na minha posição plebeia na hierarquia da empresa, fico sabendo das coisas só quando apuro os ouvidos. Às vezes saio da minha sala com o pretexto de beber água, mas na verdade só quero dar uma olhada no lado de fora. O lugar aqui é bem interessante... Gente com idade para ser meus pais tem intriguinhas de criança e choram por besteira.
Existem cinco pessoas jovens no setor: quatro estagiárias e uma aprendiz. A aprendiz pertence ao lado de fora e não tem muito contato com a gente, de modo que sobram as tais estagiárias - duas da manhã, duas da tarde.

Na semana passada um dos senhores do lado de fora entrou em nossa sala e ofereceu ingressos de um tal concerto. Ele tinha 20 ingressos e mais da metade da lista já estava cheia. Tirei meus fones de ouvido e olhei suplicando ao homem para que ele também oferecesse a mim, pois meu chefe não poderia comparecer. 

O jornalista ofereceu e rapidamente eu e a outra estagiária aceitamos.

Cavalo dado não se olha os dentes, é claro...
Mas aquele cavalo era um puro sangue.



Tudo muito lindo, tudo muito belo.

Chegou o dia do concerto. Eu e a outra estagiária combinamos com que roupa iríamos, pois era um evento caro e nós (pobres) plebeias. Decidimos que iríamos "ajeitadinhas". Camisa e polo resolveriam a questão, não é mesmo? Os nobres precisavam entender que tínhamos acordado cedo, ido pra faculdade, trabalhado, enfrentado o transporte coletivo... E ainda tivemos que andar pelo meio da Cracolândia para chegar ao tal lugar.
Graças aos deuses um dos jornalistas senior do setor resolveu nos acompanhar. Fomos de metrô, descemos na Luz e fomos andando até a Sala São Paulo. O cara estava bem mais animado que a gente. Falou sobre a ópera, sobre o violinista, sobre tudo... Chegamos ao local e demos a volta no quarteirão, procurando a porta de entrada.

Ah: estava chovendo.

Quando finalmente encontramos uma abertura na construção, um funcionário nos disse que já tínhamos passado a entrada. Tudo bem, tudo bem... Começamos a voltar, sentindo os olhos dos zumbis do crack em nossas costas.
As portas estavam fechadas. Me aproximei do vidro e não vi ninguém lá dentro. Mas tudo bem... Tínhamos os convites na mochila. A data estava certa e nós estávamos 30 minutos adiantados... Talvez tivéssemos errado a entrada.

Vimos que vários carros estavam entrando no estacionamento do local. Vamos por ali, oras. Pois assim fizemos. Fechamos o guarda-chuva, colocamos dentro de uma sacolinha de mercado e o enfiamos na mochila. Guarda-chuva é uma coisa muito pobre para tais eventos.
Ok, a galera chegando de carro, senhoras classudas de vestidos e maquiagens fortes... Estamos no lugar certo. Estávamos, de fato.

Nos aproximamos de uma entrada e perguntamos a um funcionário por onde deveríamos entrar... E o homem vira pra gente e diz: hoje não tem espetáculo nenhum.
Parte de mim quis rir, mas me contive. O funcionário disse que ia chamar alguém da produção.
Nesse mesmo instante o jornalista senior que estava com a gente sacou o celular e começou a ligar para o resto dos jornalistas, avisando que o evento tinha molhado. A senhora classuda ao nosso lado começou a resmungar e o marido dela apenas concordava.
Minutos depois uma funcionária veio falar com a gente e disse que o evento estava cancelado há meses. A velha classuda começou a fazer um barraco de rico e o jornalista senior mandou o resto dos jornalistas voltarem pra casa.

Resumo da ópera: fomos pra casa rindo pra não chorar.

E hoje aprendemos que esse tipo de coisa não acontece com estagiário - muito menos com os de jornalismo.