quarta-feira, 29 de outubro de 2014

642 coisas sobre as quais escrever #17 #18 #19 #20

Veja a lista completa em: http://goo.gl/9KqNJm

17. Um presente para a sua mãe.
Eu (?)

Minha mãe não tem muito dessas coisas com presentes. Nos últimos anos ela tem ficado mais comercial, querendo coisas de marca, coisas coloridas (ontem surgiu com uma calça de estampas esverdeadas. Perguntou se eu gostei e eu disse que não), colares e brincos estranhos...
Antigamente ela era mais como eu... Não tão esculhambada quanto, mas um pouco menos tiazinha. Não sei se é culpa da idade ou das pessoas com quem minha mãe trabalha (tiazinhas mais velhas e rycas). Ainda assim, eu acho que sou um bom presente pra minha mãe.
Além de minhas palavras afiadas e minha preguiça congênita, não há nada que ela reclame.
Uma bolsa, um sapato.. São bobagens pra mim, então não comprarei isso pra ela (ainda que tenha comprado uma bolsa estranha que ela pediu de Natal - 2013).
Talvez então uma viagem. Ela gosta de conhecer lugares novos... Uma praia quente e colorida, com sombra e água fresca.. Ou melhor... Sombra e uma marguerita. 
Minha mãe é uma pessoa diva, meus caros. É, eu daria uma passagem de avião para algum belo lugar.


18.Comece com: "não parecia muito naquele tempo que..." (você tinha roubado pão na casa do João, brinks)

Não parecia muito naquele tempo que eu morava em minha antiga casa... Todas as tardes eu chegava da escola, tirava o uniforme, almoçava... As memórias começam a me falhar, sabia? Não faz nem dois anos que tudo isso mudou, mas parece já fazer décadas.
Eu almoçava, levava a louça, varria a casa e lavava o quintal. Depois disso me sentava no chão e brincava com minhas cachorras durante algum tempo. O sono batia e eu dormia a tarde toda. Acordava, ficava no computador por horas a fio... Era uma vida monótona e feliz.
Sexta-feira era dia de limpar a casa. Eu ligava o rádio no último volume e cantava aos berros na sala enquanto os vidros das janelas tremiam. Ahg, como eu amava aquilo.. Pegava o cabo da vassoura e cantava enquanto andava e no clímax da música subia no sofá com um pulo. Cantava aos berros minhas músicas preferidas. Às vezes via minhas cachorras de pé, me olhando do lado de fora pela janela. Nunca descobri se o som cobria totalmente minha voz ou não...
Parecia algo bobo e corriqueiro, até mesmo um pouco chato... Mas eu amava aquilo.
Gostava de olhar cada cantinho da casa e saber que tinha uma história ali. Passei minha vida dentro daquele endereço, então... Imaginem como é duro sair de lá. Às vezes fico tentando repassar algumas memórias, quase como se tentasse decorá-las... Mas aos poucos as coisas vão morrendo na memória. Isso é triste.


19. Todo mundo tem um talento especial. Qual é a sua melhor habilidade?
Pppppfptt.
Sinceramente, eu não sei.
Pensei em dizer que minha habilidade é escrever, mas não é.
Ser respondona não é uma habilidade.
Ser chata também não.
Ser sincera talvez? Ah, mas isso é mentira. Nem sempre sou sincera e isso não é uma habilidade.
Sou pontual... Mas isso é obrigação, não habilidade.
Não sei tocar nenhum instrumento, não sei desenhar, pintar, cantar, resolver cubo mágico... Não sou uma artista, não sou escritora, não sou nada além do que uma pessoa normal.
Minha vida é feita de coisas medianas, por mais que eu tente ser algo a mais. Eu tinha planos de mudar o mundo, mas não sei nem administrar a minha vida e as pessoas em torno (soou meio psicopata isso, né?).
"Todo mundo tem um talento".
Já dizia minha mãe: Você não é todo mundo, Gabriela.
Talvez eu até tenha algum dom, mas... Sou muito auto-crítica para reconhecer isso.



20. Faça uma lista de coisas que te deixam com raiva.

1. Que me peçam desculpas sem parar.
2. Covardia
3. Estagnação
4. Opiniões ignorantes
5. Piadas toscas em momentos inoportunos
6. Obedecer ordens sem sentido
7. Pseudo-coisas.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

642 coisas sobre as quais escrever #14 #15 #16

Veja a lista completa em: http://goo.gl/9KqNJm

14. Descreva cada pessoa da sua família em uma palavra.

Minha família é grande, mas a parte mais próxima é pequena:

M. Leoa Alfa (são duas palavras, mas dane-se).
P. Nerd
V. Diminutivo
V. Leãozão
T. Shrek
T. Peixeira
P. Filhote
A. Watson


15. Escreva sobre o seu filme favorito.
Não, não, não! Essa é uma pergunta injusta. Não vou responder, simples assim. Pior que isso só se me perguntarem meu livro favorito. Não é minha resposta final.


16. A mais intrigante e inesperada conversa com um(a) desconhecido(a) que você já teve.

Não gosto de conversar com desconhecidos. Mesmo que eu estude Comunicação Social, sou um tanto quanto antissocial. Odeio quando a tiazinha sentada ao meu lado no ônibus começa a falar. Odeio quando as aposentadas me perguntam coisas no consultório médico. Não-gosto.
Mas vivo em uma sociedade e não posso evitar. A coisa mais recente e wtf que me aconteceu não faz mais que dois meses.
Entrei em um trem da linha Turquesa. Me sentei e fiquei uns instantes olhando pela janela, na maior brisa... Eis que a mulher sentada no banco da frente me diz DO NADA:
- Qualé o seu chaleeuhue?
- O meu o quê?!?
- chaleeeheuhe.
Achei que a mulher era louca.
- QUÊ??!
- C-h-a-l-é. Qual-é-o-seu-chalé?
- O meu chalé?!
Naquele momento EU estava parecendo a louca da história. Só então percebi do que ela estava falando. Naquele dia eu usava uma camiseta do Acampamento Meio Sangue, da série de livros do Percy Jackson. Na história, os personagens usam camisetas como aquelas e são filhos de deuses gregos... Cada deus grego tem um chalé onde os filhos ficam (no acampamento, entende?). Eu abri um sorrisinho amarelo:
- Ahhhrn.... Zeus. E você?
- Filha de Hermes - falou com um sorriso no rosto, como se fossemos velhas amigas.
Não estendi a conversa.


Também teve uma muito engraçada. Eu fui na última bienal do livro de sp sozinha. Estava em uma das lojas, escolhi meus livros e fui na fila pra pagar. As promoções eram boas... Compre 2 livros e ganhe 10% de desconto, compre 3 e ganhe 20%, compre 4 e ganhe 30%... Coisas assim.
Com dois livros debaixo do braço, comecei a ouvir as conversas paralelas (amo isso). Havia dois molequecotes na minha frente. Sutis como elefantes, eles apontaram para um dos livros que eu estava comprando e começaram a falar sobre. Percebi que eles tinham dois livros pra pagar também. Comecei a calcular a possibilidade de juntarmos os livros para ganharmos os descontos marotos. Como adolescentes tolos que nunca saem de casa, um deles já segurava uma nota de R$50 na mão. Na minha cabeça, eu ESQUECI completamente de que eu não os conhecia. Dei mais um passo pra frente e disse:
- Vamos pagar juntos?
Os meninos pararam de conversar e ficaram me olhando com uma cara de "devemos correr agora ou chamar o segurança?". Percebendo que eu estava sendo um pouco estranha, tentei arrumar:
- Eu pago pra vocês e depois vocês me devolvem em dinheiro.
AQUILO soou ainda pior. Os meninos se olharam um instante e eu percebi que deveria arrumar aquilo ou sair dali o mais rápido possível. Se os pais daqueles dois guris estivessem por perto, teriam chamado a polícia. Deviam ter seus 14 anos, talvez mais... Sou péssima com idades.
- Digo... -falei arranhando a garganta- Eu pago no cartão de crédito e a gente ganha os descontos nos livros. Depois vocês me pagam em dinheiro, o que acham? Todos saímos ganhando.
Acabamos comprando os livros juntos. Agradeci e sai quase correndo. Nesse caso EU fui a creepy. Pelo menos eles tiveram uma história wtf pra contar xD






segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Sobre o musical do Rei Leão - SP


Não sou de escrever críticas porque acho que não sou boa nisso. No entanto, hoje (dia 25/10/14) aconteceu uma coisa que precisa ser eternizada em forma de texto. Não é bem uma crítica... É simplesmente um texto sincero.

Para um melhor aproveitamento do que escrevi, ouça as músicas nos links (não consegui encorporar ao texto). Clique nos links e ouça enquanto lê. Estou falando sério.





Hoje, meus caros, eu fui assistir ao musical do Rei Leão, no teatro Renault. O espetáculo está lá há mais de um ano, eu acho. Quando começou, eu surtei, pois sou uma enorme fã de Rei Leão. Quando eu era pequena, assistia ao filme todos os dias na escolinha. Eu chegava muito cedo e ainda não tinham outros alunos... Então a professora colocava o VHS do rei leão e me deixava lá. Parte de mim acreditava, de alguma maneira, que eu era um pequeno leãozinho... Talvez se eu imaginasse com fé, as pessoas enxergassem um leão em vez de uma criança. Era esse o pensamento da época, mas isso se foi.. No entanto, até hoje sei as falas e as músicas (em inglês e português).
Meu sobrenome, para quem não sabe, é Leão. A capa do blog é um leão. Minha capa do facebook é, na maioria do tempo, o Simba dizendo que ri na cara do perigo. Tenho um DVD original do Rei Leão. Tenho uma pelúcia do Simba que veio da Disney, nos EUA. Meu ascendente é Leão. Um dos meus sonhos já conquistados era passar a mão na juba de um leão. Bom, acho que deu pra ter uma noção do quanto gosto da coisa.
No entanto, quando vi alguns vídeos do youtube, meu surto passou. Achei péssimo que eles mudaram as músicas do filme, achei podre os bonecos do Zazu, do Timão e do Pumba... Então ficou por isso mesmo.
No entanto, muitas pessoas começaram a me falar desse espetáculo, então decidi assistir. Todos falavam sobre as roupas, os cenários... Achei bobo gastar um dinheirão pra ver roupas e cenários. Fala sério. Comprei os ingressos no começo de agosto. Balcão A, o segundo mais barato. Como eu queria na primeira ou na segunda fileira, tive que esperar até 26 de outubro. O dia chegou, eu assisti...
... E cá estou eu agora: Sem palavras.


 Me sentei em minha bela poltrona B 17 e esperei até que uma voz com sotaque africano anunciasse o início do espetáculo. Logo de início, com aquela clássica música de abertura, já fiz uma careta. Me arrepio ouvindo aquela música no player do celular, no vídeo do youtube ou até mesmo naquelas retrospectivas de aniversário de criança. Mas ali, no teatro, não rolou... Fiquei olhando pro palco com aquela cara de c* e esperando sabe-se lá o quê.
Melhorou um pouco quando luzes mostraram dois animais com chifres arredondados de pé nos camarotes, cantando aos berros em resposta à Rafiki. Abri aquele sorrisinho de surpresa, pronta para adicionar aquilo às críticas verbais que eu faria quando falasse do espetáculo. Uma nota mental para não se esquecer.
Então surgiram ELEFANTES vindos da plateia. Quase fiquei de pé. “Olha aquilo, cara!”. A galera aplaudiu. Então o palco, de repente, ficou cheio de animais da savana. A música se animou, os animais estavam em festa... O novo rei havia chegado! Fui tomada por um estranho estado de animação junto a todas aquelas criaturas. Parte de mim também queria festejar. Sinceramente, nem prestei atenção na música traduzida... Na minha cabeça, a música era igual porque o sentimento era até maior que o normal. Pelos arrepiados, olhos arregalados, corpo inclinado pra frente e o mundo não existia.
TUM.
As luzes apagaram. Aplausos. Gritos. “Wow, o que foi isso?” Encostei na cadeira e deixei que um pouco de ar entrasse nos pulmões. Por que eu estava segurando a respiração nos últimos momentos? WHY? Mas ali, no teatro, eu não queria explicar mais nada.



Começou uma música nova... Então o ritmo se tornou conhecido.
Usaguantamano (?) sabensiminu (??)
Eu conhecia aquilo, sabia CANTAR aquilo, mesmo sem ter ideia de o que diabos significava. Eu sabia cantar sem saber a letra, exatamente como fazemos com qualquer música que gostamos não sabemos cantá-la de verdade... Um sentimento um pouco antigo, de quando eu não manjava nada de nada de inglês. “Bons tempos”, me deixei pensar.



Leoas cantando e dançando de maneira sincronizada. Uma caçada!! Pelos deuses, elas estão caçando! Constatei isso no momento em que elas surgiram juntas, se movimentando como uma onda, pés leves e movimentos felinos... Me empolguei. O ritmo africano me capturou de um jeito único. Aquilo não existia no filme, mas estava parecendo bom... Pela primeira (mas não última) vez no musical, desejei estar com o gravador do celular ligado. Queria ouvir aquilo de vez em quando... Sorri. Uma jovem leoazinha surgiu: Nala!!

Ok, ok, calma, eu sei cantar isso... E O QUE EU QUERO MAIS É SER RREEEEEEEEEEEIIII....Espera. e.e
A música estava errada. Eu ia começar a cantar e então era uma música estranha, quase uma paródia... Aquilo foi tão... Ah.  A chatice voltou e eu percebi que não gostava da atriz mirim que fazia a Nala. Cruzei os braços e emburrei em minha poltrona.
Até que, é claro, eles me surpreenderam. As girafas se inclinaram sobre a plateia vip! Tipo, 90º, a galera surtando lá em baixo. O sorriso voltou pra minha cara. Como ficar emburrada com aquele tipo de coisa acontecendo? 

Então as hienas. A melhor adaptação ever. Com um rock doido, os velhos Shenzi, Banzai e Ed no melhor estilo da zona leste de São Paulo. Para completar só faltou um deles ser o Jackson Five arrancando retrovisores dos carros na Radial Leste.

Então chegou uma música do Rei Leão 2. Primeiro fiquei um pouco confusa, mas então... Meu deus. Melhor – parte – de – todas. Pra começar que o ator que faz o Mufasa é perfeito. A voz dele, a presença, o tom de pai mais velho... Tenha fé em você.. Estão em ti, estão em mim, estão cuidando, do que está aqui, em cada estrela, em cada ser... No seu reflexo, estão em ti. Uow. Arrepiou e foi a segunda vez que eu quis estar gravando aquilo tudo.
Novamente a boca estava aberta, os ouvidos concentrados e os olhos vidrados. Mufasa não estava cantando para o ator mirim ao seu lado... Ele cantava para todos os Simbas da plateia. Ele pegou minha alma nos braços e a embalou com uma música enquanto ria baixinho. Eu era um filhote de leão naquele momento.

Outro ponto de destaque extremo: O QUE SÃO AQUELES CORAIS? Meu deus, nunca vi um coral de musical ser tão lindo! As vozes das cantoras se juntavam de uma maneira única, se tornavam um só, uma voz que você pode julgar pertencer à Mãe Natureza em alguma experiência pós-morte. Para muitos é uma parte que pode se passar desapercebido, mas pra mim... Cara, vocês foram perfeitas. Defino aquelas vozes como lindas, mas não sei colocar em palavras o quanto amei isso.

Os tambores rufaram e o coral começou com aqueles “iiiihhh, iiiiiiiihhhhhh, ihhhhh”. Era hora de nosso lindo, amado e divo Scar. Ainda que um pouco cismada com o ator/personagem, ele teve seu momento de show. Com comentários ácidos e engraçados, se Scar fosse um personagem de novela, ele seria o Félix.
No entanto, acho que ficou faltando alguma coisa... Algo que nos fizesse admirar o vilão, temendo-o e respeitando-o. Ultimamente tenho comparado Scar com o (lindo, divo, tudo) Loki, interpretado pelo Tom Hiddleston. Existe algo em comum neles, mas essa “coisa” ficou faltando no musical... Talvez seja uma besteira minha.
Então surgiram hienas de todos os lados. Hienas cá, hienas lá, hienas...! Rolou um pequeno samba doido e logo depois um tuts tuts com uns gogoboys-hienas. Foi hilário. xD

Então a debandada. Preciso confessar que ontem fui dormir pensando nisso. Como eles fariam a cena da debandada? Imaginei que seria tosco se eles corressem em volta do palco... Talvez então o jovem Simba corresse pelos corredores entre a plateia. Mentalizei uma dezena de atores correndo atrás de uma criança e aquilo me pareceu o suficiente. Mas hoje percebi que eu penso pequeno.
Não vou falar como é. Sério. Assistam. É a coisa mais criativa desse mundo e, sinceramente, eu curti muitão.
O pequeno Simba está de parabéns. Ele realmente correu como um leãozinho assustado.

Então Mufasa morreu. Surpreendentemente as lágrimas não escorreram quando o Simba disse “pai, temos que voltar...!”. No entanto, os minutos que surgiram em seguida fizeram as lágrimas virem timidamente, sem escorrer, apenas ali, mostrando que também estavam assistindo à peça.
Nunca tinha pensado no luto das leoas... Nunca tinha pensado que Mufasa era um rei amado e que seu povo sofreria tanto quanto nós, crianças da década de 90. Então também me senti como uma das leoas, senti a dor da perda e o peso de uma época dura que estava por vir. Elas precisavam ser fortes, como leoas.

Paaaaaaaara descontrair, começamos com a filosofia YOLO – You Only Live Once – também conhecida como Hakuna Matata. Achei que ficaria estranho ter Timão e Pumba como bonecos. Dane-se. Eu não estava mais raciocinando como uma adulta. Eu simplesmente esqueci disso, deixei pra lá.
Parte de mim queria levantar e começar a dançar também. Os seus problemas, você deve esqueceeeerrrr! Cara! HAKUNA MATATA!! Eu estava cantarolando baixinho com um sorrisinho no rosto e os pés batucando no chão. Só lamento pela galera que estava do lado. Se eles resmungaram alguma coisa, eu não ouvi. Eu era uma criança e estava ouvindo uma das minhas músicas preferidas.
HAKUNA. MATATA.
HAKUNA. MATATA.
HAKUNA. MATATA.
ENTÃO APARECE O SIMBA ADULTO VINDO VOANDO EM UM SIPÓ! A WILD HANDSOME LION COMES FLYING FROM NOWHERE!

E aqui acabou a primeira parte.

Segunda parte.
Um monte de passarinho voando no teto. Uma senhora atrás de mim dizia sem parar: “Estamos no meio da floresta! Estamos no meio da floresta!” Havia uma empolgação na voz dela que, com certeza, estava sendo refletida em meus olhos.
Sabe quando você não sabe nem pra onde olha? Então.
O ator mais próximo cantava a música em coro com os outros e eu conseguia separar a voz dele do resto do grupo. Ele cantava com alegria suficiente para fazer qualquer ser humano sorrir. Olhei para trás. Ele não estava simplesmente trabalhando... Ele estava colocando a alma naquilo que fazia.

Scar e seu momento... Depressivo?
Como a boa fã que sou, eu sabia da existência desse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=zl8gDjaHWWA
Pirei, é claro. Sempre quis ter aquela cena no filme... Pensei que talvez no aniversário de 20 anos eles fizessem aquela parte, mas não. Simplesmente existe esse vídeo aí, para o deleite dos plebeus.
Então de repente estava lá, Scar querendo ter filhotes com Nala – ele tem idade para ser pai da jovem leoa, mas estamos falando da selva, não de um filminho para 90’s kids. Oh Deus, eu gostei disso.  

Então Nala vai partir. Abençoada por Rafiki e pelas outras leoas que são sua família... Meu Deus, que música perfeita. Hoje não, mas sei que um dia vou ouvir isso e sentir um aperto no coração.

Essa é uma música que não sei explicar o que senti.
Nas entrevistas de emprego, quando me perguntam qual animal eu gostaria de ser, sempre digo “leoa”. Porque as leoas ensinam umas às outras, são trabalhadoras, são leais, são corajosas...! Então essa música me fez abrir os braços e dizer baixinho: “É disso que estou falando, cara. É isso que faz uma leoa ser uma leoa!”
Sério. Essa música foi como uma farpa que entra na pele e você fica passando o dedo lentamente, sentindo o pedacinho de madeira e a pequena dor que ela causa... Uma coisinha incômoda, mas meio que... Agradável.

Então, oh shit, a música que foi right in the feels.
O começo foi meio hm, ok, conte-me mais sobre isso… Então, pá: o coral começou e a lagriminha escorreu no canto do olho.
Essa noite vai passar, sei que o sol vai nascer... sei que o sol vai nascer, eu sei que o céu vai limpar, sei que o sol vai brilhar, sei que o sol vai brilhar...
Ai fiz aquela cara de “não chora, não chora, não chora”. Já era... O Simba começou a cantar com aquela bela voz. Pensei comigo mesma que aquele pedacinho de música deveria ser recitado de vez em quando na minha cabeça. Era um trecho lindo, sendo cantado em uma voz linda, com coreografias lindas, com cores, vida e... Cara, era tudo tão lindo, tão perfeito, tão... tudo.

Aí eu te pergunto: o que aconteceu com o caaaaan you feeeeeeeellllll the looooove tonight / Eeeeeessa noite o amoooorrr chegouuuu?

O que é “dá pra ver o amor aqui”?

O – que – é – isso?

Não gostei da música. Bjs. Não gostei da adaptação e não curti o texto dessa parte. Simples assim. 
No entanto... Meu Deus, o que é aquele Simba cantando?! Uow cara. Mas, sinceramente, também não gostei muito da Nala adulta. Ela era meio atriz de novela mexicana, falava com drama, com um doce na voz... Meu, você é uma leoa! Cismei com as Nalas, mas mesmo assim admito que fizeram um trabalho incrível.

Então puta merda. Segunda melhor música – sendo reprise da melhor música (hu3). Nada vai se perder. Tenha fé em você. Está em ti, está em mim, está cuidando, do que está aqui.
E ENTÃO A WILD MUFASA APARECE NO CÉU!
Fiquei como uma criança olhando para Mufasa se materializando, quase acreditando em mágica. Eu não quis saber como aquilo foi feito, se era um rosto físico, se era uma luz, se era 3D, se eram alucinógenos na Pepsi, não importa. Eu estava simplesmente ouvindo Mufasa, como se eu não soubesse que ele iria aparecer para o filho. Fiquei lá, de boca aberta, tentando guardar as palavras do velho leão. Palavras essas que voltaram a atingir todos os leõezinhos da plateia. Palavras que arrepiaram e fizeram o ar ficar preso nos pulmões... Eu sei de cor o que Mufasa fala, mas naquele momento parecia estar acontecendo uma coisa única, que nunca tinha acontecido antes.
Olhe dentro de você mesmo, Simba.. Você é bem mais do que se tornou. Você tem que ocupar seu lugar no ciclo da vida. Lembre-se de quem você. Você é meu filho e rei legítimo.
ARREPIOS E-T-E-R-N-O-S.
Estou escrevendo isso e ouvindo a música. Me arrepiei outra vez. Braços e pernas como se fosse um porco espinho. Dei play novamente e adivinhem o que aconteceu. Sim, voltei a me arrepiar.
Lembre-se de quem você é.
Então, naquele momento, percebi que EU tinha me esquecido de quem EU era. Onde estava a criança que fazia isso antes? Por que eu estava tão desacreditada nas coisas? Por que tanta crítica? Por que eu estou vivendo desse jeito há anos? NÃO! Lembre-se de quem você é. A frase me atingiu com força e quase me derrubou da poltrona.
Talvez sabendo que a música e a cena quase nocauteasse algumas pessoas, o momento acaba e Rafiki traz de volta um pouquinho de humor. 
Então Simba decide voltar e o cenário fica colorido, com gente cantando essa música linda. O cara estufa o peito e canta com todas as forças. Uow. ESCUTA ISSO, CARA! Ele ruge cantando! Ele é um rei! SDFGHJKLASFG ~FANGIRLING~

E Simba vai atrás de seu lugar no Ciclo da Vida.
Amei essa parte porque as hienas e as leoas se enfrentam de uma maneira única. A batalha é uma dança sincronizada, um ballet cheio de saltos e giros e tudo e meu deeeus, um correndo atrás do outro... No meio ao caos, você percebe beleza. Foi um pensamento filosófico, uma coisa bonita... Da morte vem a vida, da chuva vem a grama, do caos vem a ordem.

Aquela musiquinha clássica... Aquele aperto no coração... Apreensão, como se eu nunca tivesse visto Rei Leão na vida... ENTÃO COMEÇA O CORAL E O SIMBA COMEÇA A SUBIR A PEDRA DO REI.
ARREPIOS ETERNOS NOVAMENTE.
Olhos abertos, coluna inclinada pra frente, boca aberta, pés fixados no chão... Que-coisa-mais-linda. A emoção de quando Simba sobe na Pedra do Rei é ÚNICA nesse mundo. 


TUM.


PESSOAS APLAUDINDO.
PESSOAS GRITANDO.
PESSOAS FICANDO DE PÉ.

Eu me levantei quase que num pulo e comecei a aplaudir com tanta força que minhas mãos queimavam. Gritei como fazia quando era pequena e pensava que era um leãozinho de verdade.

Agora, como uma leoa adulta, rugi em agradecimento a todas as pessoas que trabalharam naquele espetáculo, em agradecimento aos vários minutos de queixo caído e, principalmente, em agradecimento por terem me levado de volta à infância. Eu não gritei, eu rugi. Exatamente como as leoas fazem ao final, respondendo ao chamado do novo rei. Sim, era assim que eu me sentia. Parte de mim era o Simba que subiu naquela pedra e parte de mim era uma leoa que aceitava seu verdadeiro rei. Rugi o mais alto que pude.

As cortinas voltaram a se erguer e os personagens vinham ao centro do palco. As vivas iam duplicando a cada personagem... Zazu, Timão e Pumba, Rafiki, Scar, Nala(s) e Simba(s). Aplaudia com força, numa quase fúria por não conseguir fazer mais barulho. Voltei a gritar e olhei ao redor por um instante. Tinha um cara de seus 35 anos aos berros, exatamente como eu. Ele aplaudia com as mãos erguidas, gritava tão alto que pensei que os pulmões poderiam cair para fora... E sorri.
Éramos todos leões orgulhosos de seu rei Simba. Crescemos com ele, entendemos seus dramas... E ele voltou ao seu lugar no Ciclo da Vida!

A orquestra continuava a tocar.
As pessoas começavam a sair apressadas. Eu sai andando meio sem raciocinar, seguindo aquela debandada de gente. A música continuava, meu coração ainda era deles. A música ia no fundo da alma e eu não queria sair dali... Como ciganos que roubam crianças, aqueles músicos estavam me sequestrando espiritualmente. Não estava pronta para deixá-los enquanto não parassem de tocar.

Terminaram quando eu estava prestes a descer as escadas. Larguei o último grito preso na garganta. Esse eu tenho certeza de que todos ouviram (hu3). Foi um “UOOOOWWWWLLLLLLL!” digno de um Tarzan. Os músicos também mereciam um rugido, não?

Isso define meu estado de espírito agora, às 2 da manhã, sendo que o espetáculo foi às 16hs de ontem. Comecei a escrever meia noite porque julguei que só agora estava em condições de colocar em palavras.  

Então, por favor... Se alguém que participa dessa linda obra está lendo isso, saiba que você tem meu agradecimento... Do fundo da minha alma. Obrigada por trazerem de volta o leãozinho que eu já fui.

Lembre-se de quem você é.





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Atualização:

Alguns dias depois de escrever isso tudo, eu ainda não tinha superado a experiência. Por um acaso do destino acabei encontrando o Instagram do Cesar Mello, o ator que interpreta Mufasa. Com a cara de pau que me é peculiar, elogiei o lindo trabalho que ele e todos os envolvidos estavam fazendo... E enviei o link desse post... E ele me respondeu <3 nbsp="" p="">


Fiquei realmente muito feliz em saber que meus elogios chegaram aos elogiados. 
<3 p="">



sexta-feira, 24 de outubro de 2014

642 coisas sobre as quais escrever #13

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13. Escreva dez recadinhos de "biscoito da sorte".



1- Não deixe sua felicidade nas mãos dos outros. Compartilhe-a com os outros.
2- Sorria, mesmo quando as coisas não estiverem assim tão boas.
3- Ouça os mais velhos. Eles conhecem mais da vida.
4- Esqueça o celular e olhe ao redor. Existe um mundo além das telas.
5- Tenha mais fé em si mesmo. Você é feito de pó de estrelas, então há algo divino em cada um de nós.
6- Cante e dance mais, sozinho ou acompanhado.
7- Seja mais criança. Faça perguntas e seja criativo, sem se censurar.
8- Esteja por perto, mas não sufoque as pessoas que você ama (na verdade, não sufoque ninguém - nem os que você ama, nem os que você não ama.).
9- Veja o lado bom das coisas ruins. Sem a chuva, não há água.
10- Você não está sozinho. Nunca.


quinta-feira, 23 de outubro de 2014

642 coisas sobre as quais escrever #12

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12. Cleptomania

Certo... O que eu devo escrever aqui?
A intenção é que confessemos nossos crimes. Não vou confessar nada porque hoje em dia vejo que eu era uma idiota. Roubar um chocolate das lojas americanas pode ter sido emocionante, mas é errado. Quando as pessoas dizem que crianças são pequenos psicopatas, eu não duvido. Meu senso de certo e errado era altamente perturbado e agradeço por enxergar isso hoje em dia.

Não tenho mais a vontade de surrupiar coisas. Às vezes vejo algo muuuito legal e queria ter um daquele, mas então tento fixar o objeto na minha cabeça e pesquiso por ele. A questão de comprar coisas se tornou ainda mais interessante quando comecei a trabalhar.
A sensação de ter dinheiro para comprar determinada coisa é ótima, mas se o dinheiro é seu, vindo de seu próprio trabalho... É incrível. Que seja caro ou barato, a questão é gastar seu dinheiro. É bom saber que você trabalha pra ganhar alguma coisa.

Meu primeiro estágio começou no segundo ou terceiro (ou quarto, sei lá) mês da faculdade. Desde aquele momento, meus pais pagam apenas o que eu consumir dentro de casa. Comida na rua, roupa, sapatos, qualquer coisa... É problema meu.
Esses dias estava conversando com uma conhecida que gastou mil reais (literalmente) em uma pulseira. Gente... Qual é o problema dessas pessoas? A pessoa compra a coisa pelo quanto custa, e não por gostar ou não do objeto. Sem contar que o dinheiro é dos pais, né? Como um pai e uma mãe dão mil dilmas pra pessoa gastar assim?
É com essa mesma linha de raciocínio que vejo as pessoas no barzinho perto da faculdade. A galera sai da faculdade e vai pro bar em uma quinta feira de tarde. Concluímos que não trabalham, porque como você iria trabalhar fedendo a cerveja? Bom, talvez alguns até trabalhem de madrugada, sei lá.. Mas a maioria está sendo sustentada por mamãe e papai. Isso me irrita. Mães e pais que criam filhos em bolhas, dão dinheiro fácil e mimam de todas as maneiras possíveis.

Mas o assunto era cleptomania. Me desviei um pouco, mas não completamente...

Acho que estamos nos apegando muito ao dinheiro e às coisas.
Sou uma capricorniana, e capricornianos são bem apegados ao dinheiro. Sou bem materialista, mas luto contra isso. Faço questão de doar dinheiro todos os meses para alguma instituição e ando sempre com alguns trocados para artistas de rua.
Ontem mesmo.. Estava andando na Sé e vi uma moradora de rua fazendo um artesanato muito interessante. Ela usava folhas de cana de açúcar para fazer gafanhotos! Cheguei perto dela e perguntei quanto era. A moça me olhou quase que assustada, esquecendo-se por um momento que estava fazendo aquilo para vender. "Três reais", ela disse. Tirei uma nota de cinco e ela respondeu que não tinha troco. Falei que poderia ficar com os cinco, porque eu estava pagando pela criatividade e o belíssimo trabalho. Falei de coração mesmo e sei que a moça ficou feliz por isso.
Bom... O bicho secou no mesmo dia, obviamente. São folhas frescas, claro que iriam secar. Aposto que ela usou o meu dinheiro pra comprar crack, mas pelo menos ganhou o dinheiro de maneira honesta e digna.

Nós, com emprego e vidinha boa (não me diga que você não tem uma vida boa. Se está lendo isso, tem casa, computador e dinheiro pra pagar as contas de luz e internet. Então você tem SIM uma vida boa), esquecemos dessas coisas... Fechamos nossas vidas em cascas de cegueira e queremos ter coisas e mais coisas. O melhor carro, a melhor roupa, o melhor do melhor.. Mas não é bem assim. Se você realmente gosta das coisas, compre, ok... Mas não se deixe levar. O mundo já anda muito comercial.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

642 coisas sobre as quais escrever #11

 Veja a lista completa em: http://goo.gl/9KqNJm

10. Escreva uma carta de amor para quem já se foi.

Pra que uma carta?
A pessoa não sabe se quer Vinho Tinto ou Dolly.
A pessoa me manda recados pela boca de outros.
Não vou escrever carta para você, MAS...

..faço a indicação de um livro que me fez lembrar você. Travessuras da Menina Má, do Mario Vargas Llosa. Cogitei a possibilidade de enviar o livro para sua casa, depois para seu trabalho... Acabo por indicá-lo aqui. Conta a história de um cara que conhece uma menina má (óh!) e como a vida deles foi cheia de encontros e desencontros. Leia. É o tipo de coisa que você escreveria.




segunda-feira, 20 de outubro de 2014

642 coisas sobre as quais escrever #10

Veja a lista completa em: http://goo.gl/9KqNJm

10. O que você comeu no café-da-manhã?
Sinceramente? Meio copo de suco de laranja. Aqueles de caixinha, com aquele gosto de papelão... Hoje é o primeiro dia do horário de verão e eu estava tão ativa quanto um zumbi. Sai de casa, ganhei uma linda carona do meu pai até o metrô, peguei a bosta do metrô e fui pra faculdade. Lá comi um pão de batata de quatro queijos (graças ao vale-refeição do trabalho. Caso contrário, jamais pagaria tanto em um pedaço de comida).

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

642 coisas sobre as quais escrever #8 e #9

8. Onde você se esconde (da vida, dos pais, dos problemas, etc)?

Livros.
Comecei a ler lá pela 7ª série. Uma vez uma amiga minha (Isabella, a conheço desde 2006) estava lendo um livro chamado Os Sete. O livro me chamou a atenção, pedi emprestado e daí começou minha fome por leitura. Assim que terminei, implorei para que minha mãe comprasse a continuação. Entrei em uma moda de vampiros e li quase todos os livros daquele autor (André Vianco).
Depois comecei a partir para outros e nunca mais parei. Quando comecei a trabalhar, minha coleção de livros passou a crescer exponencialmente. Compro cerca de 3 livros por mês e ainda leio alguns poucos no celular (lindos pdfs disponibilizados na internet <3 p="">A leitura fez com que minha criatividade ficasse ainda mais forte, de modo que não tardou para que eu começasse a escrever contos, crônicas e romances.

9. Complete a sequência e continue escrevendo: "meu primeiro____" ou "minha primeira_____".

Minha primeira história surgiu em uma redação da escola. Me lembro como se fosse hoje. O enredo era um clichê dos mais ridículos: uma casa no meio do nada... O protagonista chega, entra e descobre uma entrada para um mundo subterrâneo. No subsolo existia uma super organização secreta repleta de pessoas com poderes. O protagonista, Jacob, lia mentes.
Nossa... Minha história crescia todos os dias. O personagem criou uma família e tudo mais... Cheguei a pedir para minha mãe imprimir a história no serviço, e ela imprimiu. Até hoje tenho as mais de 300 páginas na gaveta. É uma história podre e muito mal escrita, mas a guardo mesmo assim.
A história que veio a seguir era sobre um grupo de ladrões que queria roubar um banco. Em certo ponto, cheguei até mesmo a chorar com a morte de um personagem QUE EU MESMA MATEI. (RIP Miguel <3 p="">Depois escrevi muitas outras coisas, mas não tão importantes... Guardo todas numa pasta chamada "textos". Às vezes pego alguma coisa daquela pasta para ler e fico surpresa com as coisas que escrevia - muitas vezes nem me lembro de ter escrito aquilo.
Em 2012 comecei uma história mais voltada ao lado detetive... Essa história foi a que mais teve variações de enredo e até hoje faço mudanças na minha cabeça. Gostava tanto dessa que decidi que queria publicar um livro. Procurei editoras e... Resumindo: uma delas disse que publicaria, mas por um valor absurdo. Eu disse que não tinha condiçõe$ de pagar.
Fiquei revoltada com a vida depois disso. Parei de escrever porque não tinha mais ideias e, por muitos meses, aceitei que minha criatividade tinha me abandonado de vez.

No entanto, nos últimos meses tenho voltado a escrever.
Nessa minha última façanha, a jovem Michela se torna uma grande líder militar para reconquistar seu lugar na nobreza medieval. Sim, clichê. Eu sei. EU SEI. Mas não escrevo essa história com a intenção de publicá-la - pelo menos não nos próximos 20 anos.
Hoje em dia escrevo fazendo pesquisas paralelas sobre história, anotando nomes, características e outras observações em um caderninho... Faço mapas, planos escritos... Ainda assim, vejo que não é uma história boa o suficiente.
Não estou dizendo que quero ser o George RR Martin, mas qualé? SE um dia eu publicar algo, será algo LEGAL. Quero que os leitores fiquem putos da vida comigo, quero que me odeiem e me amem. Quero que as pessoas leiam roendo as unhas e que não consigam dormir pensando na história.
Há alguns meses busquei alguns leitores beta para lerem os dois primeiros capítulos. De 9 pessoas, apenas UM disse que não havia gostado. Claro, todos fizeram observações sobre determinados pontos, mas disseram que estavam ansiosos pelo resto. Isso me faz ter vontade de publicar, mas sei que posso melhorar...

Enfim. Essa é minha maneira de escapar de tudo: lendo mundos ou criando-os.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

642 coisas sobre as quais escrever #7

Veja a lista completa em: http://goo.gl/9KqNJm
7. Descreva uma pessoa excêntrica em ação

O céu estava azul, mas julgando pelo vento que vinha do leste para o oeste, muito em breve as nuvens de chuva estariam pairando a cidade. À sua frente andava uma jovem garota, de pele morena e cabelos presos num rabo de cavalo murcho, que balançava de um lado para o outro enquanto a jovem andava.
Subitamente interessado, ele aproximou-se com passos rápidos e percebeu que a garota tinha os cabelos amarrados com um elástico. Era mais que óbvio que ela trabalhava em um escritório. Ainda assim, usava uma bolsa grande e bem esticada - pesada - e, pelo formato retangular que o conteúdo exercia no tecido, era um livro. Jogado no fundo da bolsa, sem tanto amor, tratava-se de uma leitura obrigatória. Estudante. As unhas por fazer e o sapato sujo mostravam que a garota não pertencia a cursos de saúde, gastronomia e nem nada muito limpo. Se trabalhava em escritórios, talvez fosse em sua área de atuação. Estágio remunerado. Sapatos baratos e gastos, camiseta com a etiqueta de uma loja cara aparecendo em sua nuca... Mesmo que fosse um presente, a garota tinha amigos ou familiares com boas condições financeiras.
Ela parou em um ponto de ônibus e, suplicante, olhou para o final da rua. Estava cansada. Era quarta-feira. As olheiras mostravam a falta de sono, mas os olhos escuros estavam vivos, correndo de um lado para o outro e, por um breve instante, os olhares se encontraram. A garota desviou os olhos, mas soube que estava sendo observada. Ela se afastou alguns centímetros, mas não abaixou os olhos rapidamente. Arisca como um gato.