terça-feira, 9 de dezembro de 2014

642 coisas sobre as quais escrever 49 50 51 52 53

Lista completa: http://goo.gl/9KqNJm

49. Descreva em detalhes a coisa mais entediante imaginável.
Uma tampa de garrafa
Ela está em cima da minha mesa, há centímetros de mim. Pertence a uma garrafa de H2OH Limoneto que comprei no almoço. É de um tom mais escuro que a tampa de H2OH normal, assemelhando-se à cor do Palmeiras. A parte de dentro tem três gotinhas de líquido, mas logo irão secar. O lado externo é cheio de risquinhos da vertical (para que nossa mão não escorregue na hora de abrir). Na parte de cima está escrito em branco "OH!" e em cima disso tem uma espécie de QR Code.
Virando a tampa ao contrário, temos  cinco pontos brancos que há algumas horas formavam o lacre da garrafa. Na parede interna existem linhas plásticas na horizontal que unem-se à garrafa quando fechamos.

50. Escreva um poema usando o sistema limerique (vááá pesquisar ;p)
Sim, eu fui pesquisar. A Clarice Lispector usava isso.

Queria sair daqui e ir viajar, 
Pegar o carro e ver o mar, 
Pegar a rodovia, 
Só chegar no outro dia; 
Disso eu vou gostar.

51. Você está almoçando com um(a) amigo(a), e ele(a) recebe uma ligação no meio da refeição. Escreva uma parte da conversa
[...] Eu sei. Eu já diss.. Uhum. É. Eu sei. Ahan. Tá bom... Sim, sim... Certo... Tá bom... Ahan... Ahan... Sei. Sei, sei. Certo. Não se preocupe. Eu sei. Ok. Qualquer coisa eu te ligo... Não, vai só fulano e ciclano. Não, não vai beltrano. Sim. A mãe dele sabe. Ahan. Ahan. Não. Não vou voltar tard... Eu sei.  [...]
^ qualquer um com a mãe no telefone.

52. Quando você fez xixi nas calças
Eu não me lembro '-'
Mesmo

53. Quando você notou que agiu de maneira racista. 
Eu morava em umas quebradas da zl há algum tempo. Ir para casa quando estava anoitecendo era sempre um drama. Ver um carinha de 17 anos e moletom no final da rua já era motivo de apertar o passo e se preparar psicologicamente para o assalto.
Eu pensava que era por conta da favela que ficava no quarteirão ao lado. Esse era o preconceito. Hoje em dia vejo que não. Qualquer um que se aproxime muito de mim já é razão para ligar o alerta de perigo. Qualquer um, qualquer lugar, qualquer horário.
Só pra constar: já fui assaltada por caras bonitos, bem vestidos e que falavam muito bem.
A última vez que quebrei a cara com isso não faz muito tempo. Estava subindo a rua da minha casa atual, já era tarde (estava voltando do trabalho) e a rua estava estranhamente tranquila. Do outro lado da rua vi um cara. Ok... Do outro lado da rua ele não poderia fazer nada contra mim, right? Eis que de repente o cara atravessa a rua com passos rápidos. Já olhei pra cara dele pensando: vou precisar lembrar da cara desse favelado quando for até a polícia fazer o BO. O coração acelerou e o estômago gelou. Não era um cara qualquer. Era um negão de 2 metros. "Maluco, f*deu" pensei.  No momento em que ele chegou ao meu lado, pensei em correr antes do anúncio oficial do assalto. Não corri porque não teria chances. Ele passou por mim tranquilamente e eu esperei ele me atacar pelas costas... Continuei andando rápido... Olhei para trás e o cara estava seguindo o caminho dele, na boa. Talvez fosse um cara trabalhador, indo pra casa, ver os filhos... Sei lá. É complicado.


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