quinta-feira, 23 de outubro de 2014

642 coisas sobre as quais escrever #12

 Veja a lista completa em: http://goo.gl/9KqNJm

12. Cleptomania

Certo... O que eu devo escrever aqui?
A intenção é que confessemos nossos crimes. Não vou confessar nada porque hoje em dia vejo que eu era uma idiota. Roubar um chocolate das lojas americanas pode ter sido emocionante, mas é errado. Quando as pessoas dizem que crianças são pequenos psicopatas, eu não duvido. Meu senso de certo e errado era altamente perturbado e agradeço por enxergar isso hoje em dia.

Não tenho mais a vontade de surrupiar coisas. Às vezes vejo algo muuuito legal e queria ter um daquele, mas então tento fixar o objeto na minha cabeça e pesquiso por ele. A questão de comprar coisas se tornou ainda mais interessante quando comecei a trabalhar.
A sensação de ter dinheiro para comprar determinada coisa é ótima, mas se o dinheiro é seu, vindo de seu próprio trabalho... É incrível. Que seja caro ou barato, a questão é gastar seu dinheiro. É bom saber que você trabalha pra ganhar alguma coisa.

Meu primeiro estágio começou no segundo ou terceiro (ou quarto, sei lá) mês da faculdade. Desde aquele momento, meus pais pagam apenas o que eu consumir dentro de casa. Comida na rua, roupa, sapatos, qualquer coisa... É problema meu.
Esses dias estava conversando com uma conhecida que gastou mil reais (literalmente) em uma pulseira. Gente... Qual é o problema dessas pessoas? A pessoa compra a coisa pelo quanto custa, e não por gostar ou não do objeto. Sem contar que o dinheiro é dos pais, né? Como um pai e uma mãe dão mil dilmas pra pessoa gastar assim?
É com essa mesma linha de raciocínio que vejo as pessoas no barzinho perto da faculdade. A galera sai da faculdade e vai pro bar em uma quinta feira de tarde. Concluímos que não trabalham, porque como você iria trabalhar fedendo a cerveja? Bom, talvez alguns até trabalhem de madrugada, sei lá.. Mas a maioria está sendo sustentada por mamãe e papai. Isso me irrita. Mães e pais que criam filhos em bolhas, dão dinheiro fácil e mimam de todas as maneiras possíveis.

Mas o assunto era cleptomania. Me desviei um pouco, mas não completamente...

Acho que estamos nos apegando muito ao dinheiro e às coisas.
Sou uma capricorniana, e capricornianos são bem apegados ao dinheiro. Sou bem materialista, mas luto contra isso. Faço questão de doar dinheiro todos os meses para alguma instituição e ando sempre com alguns trocados para artistas de rua.
Ontem mesmo.. Estava andando na Sé e vi uma moradora de rua fazendo um artesanato muito interessante. Ela usava folhas de cana de açúcar para fazer gafanhotos! Cheguei perto dela e perguntei quanto era. A moça me olhou quase que assustada, esquecendo-se por um momento que estava fazendo aquilo para vender. "Três reais", ela disse. Tirei uma nota de cinco e ela respondeu que não tinha troco. Falei que poderia ficar com os cinco, porque eu estava pagando pela criatividade e o belíssimo trabalho. Falei de coração mesmo e sei que a moça ficou feliz por isso.
Bom... O bicho secou no mesmo dia, obviamente. São folhas frescas, claro que iriam secar. Aposto que ela usou o meu dinheiro pra comprar crack, mas pelo menos ganhou o dinheiro de maneira honesta e digna.

Nós, com emprego e vidinha boa (não me diga que você não tem uma vida boa. Se está lendo isso, tem casa, computador e dinheiro pra pagar as contas de luz e internet. Então você tem SIM uma vida boa), esquecemos dessas coisas... Fechamos nossas vidas em cascas de cegueira e queremos ter coisas e mais coisas. O melhor carro, a melhor roupa, o melhor do melhor.. Mas não é bem assim. Se você realmente gosta das coisas, compre, ok... Mas não se deixe levar. O mundo já anda muito comercial.

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