quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Pessoas boas e seus castelos de areia


Não me considero uma pessoa ruim.
Eu tento, na medida do possível, fazer o bem para as pessoas. Não só para as próximas, mas também para os desconhecidos. É claro que reservo um profundo desprezo por um ou outro, mas sou um ser humano não perfeito.
Tento defender os fracos e oprimidos de vez em quando, dou bom dia para o motorista do ônibus e para o cobrador, faço pessoas rirem à medida do possível e empresto livros.
Todo dia tento melhorar o humor dos outros.
Mas começo a perceber que só consigo melhorar o humor de quem não é tão próximo. Quanto mais próximo, mais eu sou o oposto do meu objetivo. A intenção é agradá-las, mas eu não consigo manter essa meta por muito tempo.
Tenho um bom senso de razão e emoção. Noto que com a razão, faço a emoção dos outros melhorar. Já com meu lado emocional, acabo com tudo como um urso entrando em uma casa de bonecas.
Talvez seja isso. Eu seja um urso em uma casa de bonecas. Quero brincar, claro! Mas talvez o ambiente não tenha sido projetado para pessoas como eu.
Fiz um teste psicológico sério esses dias (daqueles que os psicólogos fazem e tal). O aplicador do teste disse que nenhum extremo era bom. O meu tinha dois extremos: razão e emoção.
Obviamente minha parte racional era a Cordilheira dos Andes e minha emocional era um castelinho de areia. Extremos não são bons quando não se completam.
Às vezes meus castelinhos de areia tiram meu sono. (Que mentira! Que mané “às vezes”!!). Respiro fundo, sinto o cheiro do nada. Fico imóvel sentindo apenas o toque do ar. Sinto meu próprio coração batendo: calmo, compassado, organizado, metódico, silencioso e sutil.

Não tenho certeza se gosto dessa calmaria toda.


Hoje fizemos progresso.

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