sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Filmes de criança

De um tempo pra cá venho prestando mais atenção nas animações da Disney, Dreamworks e afins.

Venho assistindo desenhos para crianças com os olhos críticos. A maioria das pessoas reclama disso porque "é filme pra criança. Elas não prestam atenção nesses detalhes".

Ok, mas EU presto.



Gosto de pensar nas pessoas que trabalharam para fazer aquele filme. O trabalho que elas tiveram desde o simples fato de fazer um rascunho dos personagens num papel qualquer até a dublagem em russo (nem sei se isso existe... Mas enfim...).

Imagino os filhos dos funcionários envolvidos no projeto assistindo aquilo. Será que eles sabem que os pais foram responsáveis por colocar cor na tampa da garrafa que o figurante estava segurando?
Provavelmente não. Ninguém presta atenção nessas coisas...

Só eu.




Gosto de olhar a cor do céu, ver se eles fizeram um bom trabalho. Ver se a sombra do personagem condiz com a posição da luz. Gosto de comparar crianças de verdade com crianças do filme. Elas se comportam da mesma maneira? As do filme são genias? Ou talvez todas elas tenham algum transtorno mental...

O mais legal de fazer isso é que às vezes considero o filme UM-LIXO... Mas às vezes eu tenho a moral de falar que aquele filme pra criança é realmente muito bom.

De 2009 pra cá os filmes têm ganhado uma aparência linda. As cores e a "textura" das imagens.
Ultimamente a qualidade da imagem vem ajudando bastante nesse aspecto, sim... Mas ainda assim, gosto de pensar que as pessoas andam dando mais atenção às animações.

Ontem eu assisti "A Origem dos Guardiões" e gostei.
Achei dois erros no enredo, mas... "ninguém presta atenção nisso".

Jack Frost, por que me abandonaste? :'(




Outro ponto que gosto de dar atenção é que, em alguns filmes, eles fazem implantam algumas noções filosóficas nas cabeças das crianças... Sem que nem os pais percebam.
Eis um filme que dá um tapa na cara das pessoas e poucos sentem:

MITO DA CAVERNA, meus caros!!!
É um tapa na cara de uma sala de cinema lotada... E ninguém repara que o filme é baseado em uma metáfora filosófica extremamente famosa.
... e ninguém fala nada.


Outra coisa que acho super legal e que quase ninguém repara é que O Rei Leão é inspirado em Shakespeare. O primeiro é Hamlet e o segundo é Romeu e Julieta. 
... e ninguém fala nada.

Eu acho que os pais simplesmente colocam o DVD pros filhos assistirem e os abandonam lá, vendo os "filminhos". Adultos não prestam atenção em coisas de crianças.


Então, resumindo a coisa toda... Fica a dica pra vocês: Assistam filmes de criança. 


Hoje fizemos progresso.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Ali estava ela




"Ali estava ela, andando sem solução, com uma garrada de vodca na mão e mal conseguindo se equilibrar no sapato de salto alto.
...com a maquiagem borrada, cabelo despenteado e concretizando que era a mal amada.
Lá estava ela se arrependendo.
Ela, com memórias mortas em trilhões de pedaços, com o peso da culpa nas costas e com o cadáver de seu orgulho nos braços.
Ali estava ela, sem seus pais, sem seus saudosos amigos e sem quem lhe dissera que amor era saudável.
Estava ela se lembrando de rastejar aos pés de quem a enganara. Lembrando-se de que um dia ela amara. Ainda amava, mas não era amada. Nunca fora. Agora sabia.
A difícil arte de amar um dia lhe parecera simples, mas ela, a mal amada, sabia que estava errada. Sabia também que ainda estava sóbria. A garrafa não era o suficiente, nunca era.
Lamentando a loucura de seus lábios, ela se satisfazia em simplesmente ler seus romances em voz baixa, quase em silêncio, esperando calada em sua torre.
...torre que agora estava tão distante.
Ali estava ela, procurando pela lua e não achando. A lua, tão linda para os apaixonados... Não tinha espaço para isso em seus lábios calados.
As lágrimas corriam pelo rosto. Lamentável, sabia. Seu antigo posto não se fazia necessário nos novas eras. Ela sabia que não era mais necessária. O mundo seguia seu curso, e ela era apenas mais um nada. Ela não era. Ela se transformara. Suas opções, suas escolhas, sua derrota.
Não se pode ganhar sempre. A derrota é iminente. Tentava usar a razão. Pessoas como aquelas se faziam necessárias na sociedade... Não há luz sem escuridão, não vitória sem derrota. Não havia pessoas como ela se não houvesse pessoas como aquela.
Lá estava ela. Rastejando-se para ser aceita num mundo sarnento. Sabia que estava errada. Podia ouvir a si mesma sussurrando em sua mente. Mas continuava a andar sem direção, procurando talvez alguma motivação.
Sabia que podia voltar, mas a vergonha a mantinha naquela mesma linha. Andando, sem solução, como sempre. Pensava no passado e revivia a rainha que um dia ela fora. Sabia que era passado, não voltaria.
Ali ela estava, sozinha porque queria, afogando-se lentamente em suas lágrimas.
Ali estava ela.
Estava."


Gabriela Leão

domingo, 2 de dezembro de 2012

Pérolas

e ainda quer pagar de espertão...






eu tirei essa foto.
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