PRIDE: orgulho, soberba, vaidade, altivez, arrogância, brio, dignidade, satisfação, ufania, insolência, pompa.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
segunda-feira, 21 de maio de 2012
O rei que não sorria
Tudo começou há muito tempo atrás, quando o príncipe herdeiro nasceu. Quando pequeno, não se socializava com os filhos dos empregados por dois motivos: Não era permitido e ele não fazia questão.
Nunca aprendeu a gostar de multidões, mesmo que aquele povo um dia se tornaria seu. Também não ligava para a grande fortuna que o pai esbanjava.
Nada, absolutamente nada, tirava uma gargalhada do príncipe.
Os anos se passaram, o príncipe cresceu e o rei envelheceu.
Os extremos eram visíveis: Um forte, bonito e mal-humorado; e o outro velho, doente e sorridente.
Certa noite, uma das mais frias, o rei pediu que os lacaios chamassem seu filho em meio a madrugada. Em meio ao desespero de respirar entre uma tosse e outra, o rei o fez prometer que faria o que seu povo precisasse. O filho obedeceu.
Na manhã seguinte o dia começou com o peso da coroa em sua cabeça. Ele passou algum tempo sozinho, olhando pela janela e pensando no que o pai lhe fizera prometer. "Ser justo" é bastante relativo.
Assim que saiu de seu quarto, foi recepcionado por um bispo e um tio que sempre aconselhou o pai. Os dois mostraram tudo o que um rei deveria fazer.
O tempo passou e o reino cresceu. Havia mais moradores, mais moedas de ouro sendo faturadas e aquele era um dos reinos mais fortes que havia conhecimento. Porém, o rei não sorria.
O bispo e o conselheiro questionavam o motivo de tanta antipatia pela felicidade, mas o rei não tinha nem mesmo resposta. Não havia razão para sorrir.
Certa vez, um forasteiro chegou à cidade. Ninguém sabia do passado daquele homem, não sabiam nem mesmo se seu nome era verdadeiro; porém ele trazia uma promessa de fazer qualquer pessoa sorrir.
Assim que os camponeses ouviram isso, levaram-no ao rei e o apresentaram como a cura para a tristeza do rei.
O rei, pressionado pelo bispo e o conselheiro, aceitou.
O forasteiro conversava com o rei uma boa parte do tempo; dizia que precisava de informações para saber como fazer o rei sorrir. Era um trabalho difícil e demorado, que requeria cautela...
Passou-se o tempo. O bispo e o conselheiro tinham o forasteiro como membro da alta cúpula e então chegou o tão esperado dia.
Toda a corte se reuniu para ouvir o que o forasteiro tinha a dizer, e então ele começou:
- Este reino está aos pedaços. Pode parecer que não, mas está. O rei não sabe o que faz e quem leva todo esse progresso às portas dos camponeses são esses dois bravos homens -disse ele abraçando o bispo e o tio do rei- Eles sim trazem a prosperidade e a alegria! O rei... Hum... Não serve para nada. Não expressa uma única reação de felicidade ao ver seu povo feliz; presumo que se uma praga atingisse as plantações, ou uma maldição pegasse nossas crianças; ele também não expressaria uma única lágrima!
todos que estavam ali olharam para o rei.
O rei, por sua vez, estava sentado no trono, apenas observando o que se passava.
- Ele nem mesmo responde! Vocês podem ver que ele não liga! Vamos senhores! Tirem esse homem do poder, ele não sabe governar!
A corte levantou-se aos poucos. Uns olhavam os outros, esperavam que alguém desse o primeiro passo; e então o tio foi o primeiro a ecoar o som do sapato sobre o chão. Quando os outros começavam a se desprender da multidão, o rei levantou-se do trono e levantou a mão pedindo calma.
- Sei sua história, forasteiro. Sei o que você já fez e sei das mensagens que mandou daqui para seus amigos que estão em outros reinos. Sei que que usa a corte contra o rei e então o tira do trono, rouba todo o ouro e então abandona o reino na miséria. Soube disso a poucos dias, então já era tarde. Agora a decisão não está em minhas mãos... Se meu povo acredita que não sou um bom governante, eu abdico o trono.
A multidão permaneceu em silêncio. O rei ouvia o som do próprio coração. Ele desceu do trono, tirou a coroa de sua cabeça, ajoelhou-se e colocou-a no chão. Ficou ali, abaixado, por longos segundos. Então ele levantou-se e saiu pela porta da frente, abandonando seu povo e uma gota encima da coroa.
Há quem diga que uma lágrima atingiu o ouro, outros diziam que aquilo fora o suor escorrendo de seu rosto pelo medo que sentia do povo. Há quem diga que o rei se perdeu no mundo, há quem diga que fora vítima de sua própria tristeza...
O fato é que pouco tempo depois que o rei se ausentou, o reino estava quebrado. A coroa fora roubada pela população miserável, os lagos estavam secos e as árvores estavam sem folhas.
Há quem diga que o sorriso do rei não estava em seu próprio rosto, mas sim em no rosto de seu povo.
terça-feira, 15 de maio de 2012
um detalhe (irritante) de toda manhã.
*desculpem-me pela ausência de posts*
às vezes fico pensando no que se passa na mente das pessoas...
o que eu não daria para ler a mente de uma única pessoa por um ou dois minutos?
desde a tranquila mente de um louco sob efeitos dos remédios até a mente de um fanático religioso que bate nos outros com uma Bíblia...
Mas, brincadeiras à parte; queria entrar na mente das pessoas e entendê-las... Porque elas têm motivos para fazer alguma coisa... Sempre tem.
Esses dias eu estava na porta da escola, esperando o horário de entrar e observando as crianças pequenas indo pra escola no frio.
Então um pai parou bem na porta, estacionou o carro... desligou... saiu... deu a volta... abriu a porta do filho (que deveria ter uns 8 anos), tirou a mochila dele de lá... Ajudou o moleque a descer... Fechou a porta... Arrumou a gola da blusa do menino... Arrumou o cabelo dele... Fechou o zíper da blusa do filho... Pegou o moleque no colo e a mochila na outra mão e o levou para dentro da escola (que estava a uns 2 metros).
O grande X da questão é que tinha uma fila de carro atrás! Um pequeno exército de pais e mães com pressa, que querem deixar os filhos na porta da escola... Sabe?
Qual é? O menino já tinha idade o suficiente pra fechar o zíper da blusa e descer do carro rapidinho.
O que se passa na mente desse pai?
A culpa não é do menino. Ele está sendo criado assim...
Mas... O pai..?
E os outros atrás esperando...
Na manhã seguinte esperei o mesmo cara chegar. Observei a mesma coisa.
Logo, é um hábito dos dois.
Nos resta imaginar como as coisas são na casa...
"pai, faz pipoca pra mim? *0* "
"mas é o horário do almoço... :/ "
"mas eu queeeero D: "
"okay ._. "
E como as coisas vão ser no futuro?
"pai, me dá dinheiro."
"pra quê?"
"não te interessa"
"okay"
Ok, posso estar sendo precipitada em chegar a essa conclusão... Em estar julgando o cara... Mas se ele não coloca o filho pra conhecer o mundo desde que a criança é pequena, o moleque vai crescer achando que a vida é feita à sua vontade.
Mas, volto a dizer: A culpa é do pai.
E, agora ligando o início do post com a conclusão: Eu gostaria de entender o que se passa na mente desse pai.
Ele não viu os outros logo atrás? Ele não vê o que está fazendo com o filho?
Sei que é uma coisinha sem importância... Mas me deixou pensando.
Por que temos que poupar as pessoas que amamos? A vida é cruel; porque esquecer disso? por que ignorar?
Levante e ande. Você tem duas pernas.
...e eu também.
Hoje fizemos progresso.
às vezes fico pensando no que se passa na mente das pessoas...
o que eu não daria para ler a mente de uma única pessoa por um ou dois minutos?
desde a tranquila mente de um louco sob efeitos dos remédios até a mente de um fanático religioso que bate nos outros com uma Bíblia...
Mas, brincadeiras à parte; queria entrar na mente das pessoas e entendê-las... Porque elas têm motivos para fazer alguma coisa... Sempre tem.
Esses dias eu estava na porta da escola, esperando o horário de entrar e observando as crianças pequenas indo pra escola no frio.
Então um pai parou bem na porta, estacionou o carro... desligou... saiu... deu a volta... abriu a porta do filho (que deveria ter uns 8 anos), tirou a mochila dele de lá... Ajudou o moleque a descer... Fechou a porta... Arrumou a gola da blusa do menino... Arrumou o cabelo dele... Fechou o zíper da blusa do filho... Pegou o moleque no colo e a mochila na outra mão e o levou para dentro da escola (que estava a uns 2 metros).
O grande X da questão é que tinha uma fila de carro atrás! Um pequeno exército de pais e mães com pressa, que querem deixar os filhos na porta da escola... Sabe?
Qual é? O menino já tinha idade o suficiente pra fechar o zíper da blusa e descer do carro rapidinho.
O que se passa na mente desse pai?
A culpa não é do menino. Ele está sendo criado assim...
Mas... O pai..?
E os outros atrás esperando...
Na manhã seguinte esperei o mesmo cara chegar. Observei a mesma coisa.
Logo, é um hábito dos dois.
Nos resta imaginar como as coisas são na casa...
"pai, faz pipoca pra mim? *0* "
"mas é o horário do almoço... :/ "
"mas eu queeeero D: "
"okay ._. "
E como as coisas vão ser no futuro?
"pai, me dá dinheiro."
"pra quê?"
"não te interessa"
"okay"
Ok, posso estar sendo precipitada em chegar a essa conclusão... Em estar julgando o cara... Mas se ele não coloca o filho pra conhecer o mundo desde que a criança é pequena, o moleque vai crescer achando que a vida é feita à sua vontade.
Mas, volto a dizer: A culpa é do pai.
E, agora ligando o início do post com a conclusão: Eu gostaria de entender o que se passa na mente desse pai.
Ele não viu os outros logo atrás? Ele não vê o que está fazendo com o filho?
Sei que é uma coisinha sem importância... Mas me deixou pensando.
Por que temos que poupar as pessoas que amamos? A vida é cruel; porque esquecer disso? por que ignorar?
Levante e ande. Você tem duas pernas.
...e eu também.
Hoje fizemos progresso.
sexta-feira, 4 de maio de 2012
121 anos de "O problema final"
Fazem exatos 121 anos que Sir Arthur Conan Doyle publicou "O problema Final".
Arthur Conan Doyle preferia escrever o que considerava literatura de qualidade e chegou a matar Sherlock Holmes, tendo que ressuscitá-lo devido à enorme quantidade de cartas que recebeu de fãs pedindo mais histórias (e, suspeita-se, porque precisava de dinheiro).
Em novembro de 1891, ele escreveu para sua mãe: "Acho que vou assassinar Holmes… e lhe dar fim de uma vez por todas. [...]."
Sei que ninguém vai ler, mas... Aí está "O Problema Final".
Arthur Conan Doyle preferia escrever o que considerava literatura de qualidade e chegou a matar Sherlock Holmes, tendo que ressuscitá-lo devido à enorme quantidade de cartas que recebeu de fãs pedindo mais histórias (e, suspeita-se, porque precisava de dinheiro).
Em novembro de 1891, ele escreveu para sua mãe: "Acho que vou assassinar Holmes… e lhe dar fim de uma vez por todas. [...]."
Sei que ninguém vai ler, mas... Aí está "O Problema Final".
terça-feira, 1 de maio de 2012
Dor
então, aqui estamos novamente... Eu escrevendo e você lendo.
Creio que nunca mencionei esse assunto aqui no blog, então... eis uma novidade para os que acompanham as postagens: Minha relação de amor e ódio com meus joelhos.
Pergunto à você, meu caro leitor, como alguém pode aprender a apreciar uma
coisa que não gosta?
A dor, meus
caros, não é bem vinda, seja lá em que intensidade ela for. Nunca foi, nem
nunca será.
Não digo no sentido poético. Digo no físico mesmo. A dor da carne.
No frio ela piora. Sei que parece história de avó, mas é verdade. Sinto na pele. A cada passo um prego sendo cravado em meus ossos. E sim, esse é um texto verídico. Não é um conto, uma história criada pela minha mente.
Não, não está
tão frio assim.
Já passei por
madrugadas mais geladas, com mais dor.
Porém hoje
tive vontade de escrever.
Simplesmente uniu o útil ao agradável (sentiu a ironia, né?), já que gosto de escrever às 3 da matina e não consigo dormir muito bem quando estou com dor.
Aos que não
sabem, tenho uma coisinha idiota no joelho chamada “condromalácia” (eis o link da "wikipédia")
É uma coisinha
idiota, mas ainda assim, dói. Isso me custa alguns dias
mancando, me custa a incapacidade de correr e a incapacidade de subir uma
escada como uma pessoa normal. Também não consigo pular degraus e andar de bicicleta.
Imagine pisar num lego... e a dor aparecer dentro do joelho em vez de aparecer no pé. É mais ou menos essa a intensidade.
Eu estou
tratando isso. Tomo minhas pílulas vermelhas duas vezes ao dia, e minhas aplicações de Fermathron de 10
em 10 dias. É com certeza o tipo de coisa que deve-se
procurar no youtube e assistir. (clique aqui para assistir - o vídeo não é meu, mas é EXATAMENTE a mesma coisa).
Mas, mesmo
assim, nas madrugadas geladas meus joelhos doem. Levanto para dar uma “volta” e
eles pioram. Mas, refaço a pergunta do início: como alguém pode aprender a
apreciar uma coisa que não gosta?
Aprendi a
apreciar meus momentos de dor (não é masoquismo, oka?).
Ela nos lembra
que estamos vivos.
E sabe... É
bom lembrar que estamos vivos.
É som lembrar
que existem problemas maiores do que nossos pequenos dramas do dia-a-dia; e é
bom lembrar que se eu com essa coisinha insignificante já tenho minhas
limitações, imagine quem tem coisa pior...
O grande
problema é que nós, seres humanos, somos como animais. Um animal com dor ataca
qualquer um que se aproxime. Atropele um cachorro e vá prestar socorro em
seguida.
Frio é
sinônimo de dor. Dor é sinônimo de ataque.
E é por esse
tipo de coisa que aprendi a apreciar meus picos de dor.
Apreciar a
vida... de uma maneira diferente. Mas ainda assim, apreciar.
Mas enfim...
Que bela
madrugada gelada, não?
Hoje fizemos progresso.
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